Adair Dittrich - Reflexões

Quando o trem chegou na estação da capital do Tirol foi aquela festa

A locomotiva, soberba, puxando uma dezena de vagões lotados de carga e passageiros, deslizava, incólume, pelos trilhos

De todas as janelas cabeças afloravam para um último adeus

Os minutos a sós, sentados naquele místico banco sob uma tília altaneira, voaram mais rápido do que poderiam imaginar

Muitos ensaios ainda seriam necessários para que nenhuma nota soasse um milésimo de segundo fora de suas pautas

O vento rugia atônito, vergando pinheiros, quase fazendo com que suas copas beijassem o solo

Era tradição que todos aprendessem a tocar algum instrumento musical

Divagando entre emoções

O comboio galgava a Serra do Mar, com seu sistema de cremalheiras

Para alguém como Marcelino que nascera e vivera quase uma vida inteira junto ao mar, esta vida em terra já estava causando arrepios