Houve troca-troca no comando dos Executivos dos municípios da região e força da oposição
A Operação Mensageiro provocou uma verdadeira reviravolta no cenário político em 2023, com a prisão de quatro prefeitos e de vereadores da região do Planalto Norte. Com isso, houve eleições indiretas e troca-trocas nas câmaras e no comando dos Executivos dos municípios da região.
TRÊS BARRAS
Em Três Barras, a vice-prefeita Ana Claudia da Silveira Quege (PP) assumiu interinamente a chefia do Executivo Municipal de Três Barras no dia 28 de abril. Ela foi investida às funções por determinação judicial após a prisão do prefeito Luiz Divonsir Shimoguiri (PSD). Com a renúncia de Shimoguiri ao cargo no dia 28 de agosto, Ana Claudia foi empossada oficialmente como prefeita no dia seguinte. Um dos principais desafios da nova prefeita foi a enchente que assolou o município nos meses de outubro e novembro.
MAJOR VIEIRA
Antes de ser preso na quarta fase da Operação Mensageiro no dia 27 de abril, o prefeito de Major Vieira, Adilson Lisczkovski (Patriota), assinou um pedido de licença de 60 dias, que foi aprovado pela Câmara de Vereadores. Apenas a vereadora Soleima Aparecida de Oliveira (UB) votou contra o parecer. Com a prisão de Adilson, seu vice, Édson Sidnei Schroeder (PT) assumiu interinamente a prefeitura. No final de junho, a Câmara criou uma comissão de impeachment contra o ex-prefeito Adilson. No dia 1º de agosto, a Câmara aprovou por unanimidade, em primeira votação, o pedido de extinção do mandato de Adilson, que se tornou réu na Operação Mensageiro. Com isso, Schroeder assumiu oficialmente a Prefeitura de Major Vieira no dia 9 de agosto.
BELA VISTA DO TOLDO
José Gilvane Machado (UB) foi o segundo prefeito interino a tomar posse em Bela Vista do Toldo desde 2021. Isso porque o vice-prefeito, Alfredo César Dreher (Podemos), que exercia o cargo desde 2021 por conta da prisão de Adelmo Alberti, também acabou preso no dia 27 de abril. Assim como Major Vieira, a Câmara de Vereadores de Bela Vista do Toldo também concedeu licença de 120 dias a Dreher. Dreher e seu então secretário de Obras, Jocemar Koge Freitas Gonçalves, se tornam réus na Operação Mensageiro no dia 10 de agosto. No dia 11 de outubro, um dia depois de ser solto, a Câmara de Bela Vista extinguiu o mandato de Dreher por sete votos a dois. No dia 13 de dezembro, em eleição indireta, Valdecir Krauss e Osni Alberti (ambos UB) foram eleitos para o comando do município e Gilvane Machado (UB) volta à Câmara de Vereadores.
PAPANDUVA
O ex-prefeito de Papanduva, Luiz Henrique Saliba (Progressistas) foi preso ainda em dezembro de 2022, na primeira fase da Operação Mensageiro. Saliba também teve uma licença de 90 dias aprovada pela Câmara. No dia 25 de abril, João Jaime Ianskoski (PSD), vice de Saliba, renunciou ao cargo de prefeito interino. Como Ianskoski exercia o cargo de prefeito desde a prisão de Saliba, Jeferson Chupel (PSD), presidente da Câmara, assumiu o Executivo Municipal. No dia 6 de junho, Saliba renuncia ao cargo de prefeito. No dia em que a Câmara faria a eleição indireta para o Executivo Municipal, Saliba é solto. Jeferson Chupel (PSD) é eleito prefeito de Papanduva, tendo como vice Marli de Luca (Progressistas). A chapa derrotada era composta por Jacqueline Balena (MDB), tendo como candidata a vice, Mariângela Senna (MDB).
CANOINHAS
Em Canoinhas, a prefeita Juliana Maciel Hoppe (PL), no cargo desde dezembro de 2022, enfrentou em 2023 uma Câmara em sua maioria opositora. Lutou pela aprovação de um empréstimo de R$ 30 milhões, negada primeiramente pela Câmara, e após discussões e alterações foi aprovado no dia 17 de setembro, quase cinco meses depois do projeto inicial. O maquinário sucateado inviabilizava obras do seu governo, que teve como agravamento as chuvas intensas que deixaram estradas do interior inacessíveis e comunidades isoladas. Em novembro, caiu o seu quinto secretário de Obras. Outros assuntos polêmicos foram a terceirização da UPA e o não pagamento do piso dos professores. No início de novembro, veio à tona que o TCE estava cobrando Canoinhas sobre superfaturamento de livros em 2017, do governo Beto Passos. Outro impasse é a casa do ex-prefeito Passos, que está à venda para cobrir as dívidas pendentes.