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Para não cassar mandato, vereadores de Papanduva dão licença a prefeito preso

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Vice disse que está “representando seu grande amigo”

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A primeira sessão ordinária de 2023 da Câmara de Vereadores de Papanduva na quarta-feira, 15, serviu para quebrar o longo silêncio em relação a prisão do prefeito Luis Henrique Saliba (PP), implicado na Operação Mensageiro, que apura corrupção nos contratos de coleta de lixo. Além de Saliba, outros seis prefeitos catarinenses já foram presos desde o final de novembro do ano passado.

Ocupando a tribuna da Câmara, o prefeito em exercício, João Jaime Ianskoski, fez um apelo para se esquecer do que passou. Ele chamou Saliba de “meu grande amigo Saliba, meu prefeito” e disse que “deslizes” acontecem.

Na sequência, a vereadora Jacqueline Tabalipa (MDB) comentou proposta de decreto legislativo que prevê a extinção ou perca de mandato do prefeito por vacância, porque ele se ausentou por mais de 15 dias o cargo. A proposta é assinada por ela e pela vereadora Mariângela Silveira Senna (MDB). “O regimento diz que se ele se ausentar por mais de 15 dias sem justificativa, ele já está cassado. Agora recebemos que o prefeito está em licença por período de até 90 dias a partir de 3 de fevereiro. Agora vemos que no nosso regimento interno fala-se que o prefeito não pode se ausentar por mais de 15 dias, sob pena de perder o mandato. O prefeito pode se ausentar sem prejuízo somente quando for para gozar de um período de 30 dias de férias, quando impossibilitado por doença devidamente comprovada ou em missão oficial. Nessa licença que foi concedida, o assunto é licença por um artigo da legislação que não se refere a motivo por prisão. Por que foi dada essa licença?”, questionou.

“O prefeito não está recebendo salário”, argumentou um dos vereadores.

“Não interessa, não se enquadra na motivação, ele está preso e preso porque segundo as investigações causou prejuízos aos cofres públicos. Nunca na história de Papanduva tivemos prefeito preso por desvio de dinheiro. Não temos dinheiro pra comprar um gerador, pra fazer uma ponte, e agora vamos conceder licença porque ele tá preso?”, concluiu Jacqueline.

Vereadora Mariângela Silveira Senna (MDB) disse que Jaime não representa “seu amigo Saliba, o senhor representa o povo e não o seu amigo”. Disse que ficou sabendo da prisão de Saliba no dia 6 de dezembro por ofício do Gaeco e que “várias pessoas comentavam que havia uma licença da Câmara para ele estar afastado. Somente hoje soube pelo vereador Jefferson que a Câmara deu uma licença ao prefeito.”

A vereadora disse que até hoje não recebeu ofício sobre a licença concedida em dezembro, como manda o regimento interno. “Tenho certeza que somente eu e a vereadora Jacqueline não sabíamos dessa licença”, disse apontando para os colegas.

Ela questionou se houve sessão para votar a licença em dezembro e o fato de dois filhos de Saliba serem assessores da Câmara. “Eles não podem participar de nenhum processo onde o pai deles está envolvido. Isso se chama suspeição”, afirmou garantindo que as licenças concedidas são irregulares. “Eu e a vereadora Jacqueline nos sentimos enganadas. Não só nós, a população de Papanduva, porque estão acontecendo aqui coisas no apagar das luzes. É um verdadeiro absurdo descobrirmos por redes sociais que vocês concederam licença ao prefeito ao arrepio da lei”, afirmou

“Vocês já pensaram no prefeito preso e os vereadores todos coniventes?”, ressaltou Jacqueline.

CASSAÇÃO

Ao JMais, a vereadora Mariangela disse que a proposta de cassação de mandato foi lida na sessão de quarta-feira, mas que não se tem perspectiva de quando será colocada em votação.

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