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Por que a bancada catarinense segue fiel a Bolsonaro?

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Dos 16 deputados de SC, 14 votaram a favor do voto impresso

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FIDELIDADE

COLUNA DE DOMINGO Responda rápido: quando o voto impresso se tornou prioridade no Brasil? Respondeu certo quem se lembra que no meio de uma pandemia o presidente Jair Bolsonaro decidiu priorizar o assunto em suas lives e motociatas, além, claro, dos discursos no cercadinho do Planalto. Analisar Bolsonaro, contudo, me parece uma questão mais apropriada para psiquiatras e afins, portanto, não dou conta.

O que me deixa curioso é quem o segue cegamente e, neste caso, Santa Catarina é um microcosmo ideal para se fazer essa análise.

Dos 16 deputados federais de Santa Catarina, 14 votaram a favor do voto impresso. No entanto, o placar pode ser visto como um 15 a 1, porque a deputada federal Angela Amin (Progressistas) já havia manifestado voto favorável e alega um erro no sistema para ter apertado o “Não”. A colunista da NSC, Dagmara Spautz somou e chegou ao número de 160 anos de mandatos conferidos pela urna eletrônica aos 14 deputados catarinenses que desconfiam de sua lisura. Dispensável dizer que Bolsonaro foi eleito por mais de 30 anos pelo mesmo dispositivo.

Sobre a lisura das urnas já escrevi semanas atrás (leia aqui).

O que gostaria de abordar nesse dia de descanso do nobre leitor ou leitora é o que torna os deputados catarinenses tão fiéis a Bolsonaro. A resposta não é difícil não.

Santa Catarina deu a Bolsonaro 65,15% dos votos no primeiro e 75,9% no segundo turno, uma vitória acachapante. Fernando Haddad, do PT, levou 15% no primeiro e 24% dos votos no segundo turno, uma verdadeira surra. No cômputo geral, ameaçou Bolsonaro no segundo turno. Mas como aqui a maioria avassaladora votou em Bolsonaro, muita gente ignora os estados do Nordeste e Norte e mira a legitimidade das urnas. Não é o caso dos deputados que, claro, entendem as regras do jogo. Porém, assim como escrevi na semana passada sobre a esperteza da deputada Ana Caroline Campagnolo ao absorver a ignorância dos antivacina, no caso do voto impresso, os deputados catarinenses – e demais que apoiam o presidente – estão nem aí para o pleito de Bolsonaro. Apoiam-no cegamente por saber do apelo que o presidente tem em Santa Catarina e querem, por óbvio, tirar proveito disso. Votar contra a vontade de Bolsonaro seria arriscado demais diante da fidelidade dos catarinenses ao presidente que, somente as urnas eletrônicas auferirão em 2022.

Bolsonaro é Lula em sinal ideológico trocado. Ao longo dos 13 anos do PT no poder não faltaram deputados e puxa-sacos fazendo a corte para o então presidente, assinando embaixo de qualquer bobagem desde que saída da boca do mandatário. Hoje conta-se nos dedos os petistas que vêm a público defender o que o ex-presidente diz. Foi bom enquanto durou para Lula. Bolsonaro não deve esperar melhor sorte.

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