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Os 50 anos da Escola Irmã Maria Felícitas

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Educandário completa efeméride em setembro

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Leonardo Akira Estauski Tanaka*

Durante toda minha vida acadêmica, dediquei-me carinhosamente aos registros da vida religiosa franciscana no planalto norte catarinense. Durante a semana que passou, recebi o convite da Escola de Educação Básica Irmã Maria Felícitas para explicar um pouco mais sobre a sua vida religiosa. De imediato, reuni os materiais como fotos, documentos, cartas e registros de seu diário particular. Foi notável o entusiasmo dos alunos e professores ao saber mais sobre a homenageada  Irmã Maria Felícitas da coroa de espinhos.

O Educandário completa 50 anos no dia 22 de setembro deste ano. Inicialmente fora chamado Grupo Escolar Irmã Maria Felícitas criado em 11 de dezembro de 1969 pelo decreto 8.717, que foi publicado em Diário Oficial do Estado no dia 24 de dezembro 1969, enfim, no dia 22 de setembro de 1972 foram inauguradas as séries iniciais, 1º ao 4° ano. Passa a ser designado E.E.B Irmã Maria Felícitas, através do parecer nº 229/1979 publicado no dia 20 de dezembro de 1979, abrangendo também as turmas do ginásio normal,  5º ao 8º ano.

Maria Berta Bischof, nascida em 26 de novembro de 1896 em Grub, província de Gallen na Suíça, batizada no dia 28 do mesmo mês  e crismada em 24 de maio de 1909, aos 10 de agosto de 1921 Maria Berta sente o chamado divino para adentrar-se no barco de amor do pescador Divino, jogando-se no mar de graças celestiais do noviciado em 19 de março de 1922 em Gaissau, na Áustria.  Imediatamente embarcou no navio Geleria destinando-se a evangelizar em terras brasileiras chegando em 20 de abril de 1922. Assumindo sua profissão de pedagoga em 19 de dezembro de 1923 na cidade de Três Arroios (RS), logo é transferida para a cidade de Canoinhas. E finalmente, profere seus votos perpétuos de amor e fidelidade ao Senhor em 19 de dezembro de 1927 na capela doméstica do Colégio Sagrado Coração de Jesus, navegando por toda sua jornada no barco do Divino Criador, pescando almas santas e puras  para a vocação do sacerdócio.

Chamada “Apóstola dos Sacerdotes’’,  com sua dedicação e esmero ajudou 14 jovens a proferir os votos religiosos. Uma exímia educadora, Ir. Felícitas dedicou aproximadamente 25 anos de sua vida à formação e aperfeiçoamento da juventude canoinhense, lecionando Religião, Português, Francês, Inglês e Alemão até poucos dias antes de seu falecimento. Mesmo com a idade avançada dizia “Os alunos são as pupilas dos meus olhos…’’  Porém as comorbidades orgânicas não lhe perdoaram, muito debilitada e debruçada sobre os trabalhos de inglês dos seus alunos, sente que uma fraqueza lhe toma conta.

Sim, era a implacável Irmã Morte!  No dia 29 de agosto de 1964 recebeu a unção dos enfermos, renovou seus votos religiosos, não obstante desvaneceram-se  as esperanças da recuperação de seu estado de saúde. Então, deixando os trabalhos dos seus alunos, com a ajuda das irmãs que ali estavam, tomou o crucifixo e uma vela acesa em suas mãos  e com todas as forças que restavam-lhe disse calmamente com muita resignação e uma profunda  paz no olhar, “Agora, vou para casa…’’

Às 13h do dia 30 de agosto de 1964 o Criador lhe chama para velejar em mares celestiais.

O velório, efetuado na capela doméstica do colégio, recebeu uma quantidade enorme de amigos, colegas e autoridades das redondezas. À tarde foi celebrada uma missa com o corpo presente e logo após o cortejo fúnebre foi para a igreja Matriz Cristo Rei, onde outra missa foi celebrada. Depois o cortejo seguiu para o cemitério municipal sendo até então, um dos maiores que houve na cidade.

Ser escola é como ser uma terra fértil,  onde são lançadas as sementes da educação para a construção de uma sociedade nova e livre de preconceitos esdrúxulos, muitos dos quais  deparamo-nos diariamente. Em uma longa conversa com os alunos, abordamos os ensinamentos através das cartas escritas pela Irmã Felícitas, ampliando com essas obras os novos horizontes para uma sociedade melhor.

Estudar a história, não é indagar alguém por um determinado sobrenome, apadrinhamentos e/ou ser parente seja lá de quem for. Isso não é construir novos horizontes! A História é efetuar um estudo sobre as obras deixadas para posteridade, sejam elas artísticas culturais e literárias. Outrora me disse uma nobre e dileta doutora literária que; “uma verdadeira e boa obra de arte sempre nos inquieta e desconcerta… ’’

 História é resgatar, pois que o presente nos é uma dádiva, por isso chama-se assim. Sim, é no presente que resgatamos o passado através dos erros e acertos, de maneira a organizar um futuro melhor. Acertos, esses que nos dão o ânimo para continuar na caminhada do estudo da história, porém é com erros que vamos aprender a evoluir. Esses, acompanhados pela dor de decisões errôneas que tomamos diariamente, muitas vezes deixamos de parar um breve instante e pensar: como será no futuro?

Por conseguinte, ao coro administrativo da E.E.B. Irmã Maria Felícitas, pais, docentes e discentes,  deixo carinhosamente minha homenagem pelos seus 50 anos. Continuem sendo uma luz de sabedoria nas trevas da incerteza e da ignorância. Seja como as flores, multicores para alegrar e dar um novo ânimo na caminhada do progresso educacional técnico e científico.  Lembre-se de agradecer as pedras que diariamente são encontradas no caminho da educação do jovem e da criança.

Pedras, dificuldades e obstáculos servem para a nossa evolução, buscando forças do alto e assim, vencendo-as. Agora se inicia uma nova página na história desse educandário.  Recordar o passado com gratidão é observar o presente com entusiasmo, mas também olhar o futuro com esperança.

Recebe esta minha singela homenagem E.E.B Irmã Maria Felícitas, com as bênçãos de Deus, carinhosamente.

*Leonardo Akira Estauski Tanaka é professor e mestre em teclas e notas

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