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Moisés tem colocado políticos de pedigree no bolso

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Plano 1000 foi jogada de mestre do governador

NASCE UM ESTRATEGISTA

COLUNA DE DOMINGO Enquanto uns acham que foram os dois processos de impeachment outros acreditam que o governador Carlos Moisés (sem partido) sempre teve a esperteza que hoje evidencia. Essa segunda hipótese parece cada vez mais crível.

Neófito na política, Moisés se elegeu, claro, na esteira da onda bolsonarista. Antes disso era um ilustre desconhecido que atendia os poucos jornalistas que se interessavam por sua campanha direto no seu celular porque não tinha sequer assessor.

O imponderável aconteceu e Moisés assumiu o governo sob uma enxurrada de incredulidade. O modelo de governo que ele implementou parecia fadado ao fracasso. Ignorou deputados, insultou os bolsonaristas ao receber movimentos progressistas e se encastelou na Casa da Agronômica. A quem questionava, respondia: “Estamos colocando a casa em ordem”.

Veio a pandemia e sua gestão, como a de todos os demais mandatários, se voltou para o combate ao coronavírus. Diariamente, Moisés conversava com jornalistas virtualmente relatando cada passo do governo. Estourou o escândalo dos respiradores e os deputados viram a grande chance de limá-lo. O afastamento de Moisés era iminente, mas os deputados se tocaram com o tiro n’água que deram quando se depararam com Daniela Reinehr (União), avaliada como “bem mais difícil de lidar”.

Foi a má impressão de Daniela por parte da classe política que garantiu o retorno de Moisés. De bem com a Assembleia, Moisés zerou o governo e iniciou uma nova fase. Lição do impeachment?

Se tomarmos por base a segunda hipótese aventada lá no começo dessa coluna de domingo, não. Desde o começo, e apesar de uma pandemia e dois afastamentos, Moisés tinha um plano. Foram praticamente três anos “colocando a casa em ordem” para às vésperas da eleição que pode ou não reelegê-lo abrir os cofres e se tornar o player mais atraente para outubro.

Com o Estado batendo recordes de arrecadação e o dinheiro que ele não liberou nos anos anteriores estocado, Moisés deu seu golpe de mestre com o Plano 1.000. Mil reais por habitante de todos os 295 municípios de Santa Catarina.

Com uma equipe de marketing bem mais afiada do que a que o acompanhou nos anos anteriores, fez o que um político escolado faria: esconde-se o detalhe ruim e se maximiza o que é bom.

Moisés cita muito rapidamente que o plano 1.000 terá dinheiro liberado ao longo de cinco anos, sendo que 20% do que promete de fato sairá deste governo. Se os prefeitos, que fazem uma bela propaganda para ele participando dos atos públicos de assinatura simbólica quiserem receber as outras parcelas, terão de ajudá-lo a se reeleger.

Some-se a isso o fato de ele ainda não ter definido um partido. Enquanto isso não ocorre, ele transita com desenvoltura em todas as siglas, atrai bajuladores de todos os lados porque quem não quer ter nos seus quadros um governador que deu tal volta por cima e colocou todos os prefeitos no bolso com um plano que mais parece uma miragem no deserto?

Esticando o prazo para decidir sua sigla até o final do prazo, poucos, como o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), o criticam abertamente. Temem morder a língua já que amanhã poderão ter de pedir votos a Moisés, o estrategista.

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