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Livros alvo de polêmica foram emprestados uma só vez desde inauguração da Mundoteca

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Vídeo de prefeita jogando livros no lixo ganhou repercussão nacional

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Os livros Aparelho Sexual e Cia e As Melhores do Analista de Bagé foram emprestados uma só vez desde que a Mundoteca de Marcílio Dias, em Canoinhas, foi inaugurada em novembro de 2022. As obras causaram polêmica depois que a vereadora Tatiane Carvalho (MDB) denunciou que os livros estariam de livre acesso a crianças no espaço desenvolvido com recursos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), via Lei Rouanet, com patrocínio da empresa WestRock, apoio da Prefeitura de Canoinhas, e realização da FGM Produções, Girassol Incentiva, Ministério da Cultura e Governo Federal. 

Uma ex-funcionária da Mundoteca retirou os livros em março, ficou um mês com eles e os devolveu depois que a vereadora visitou o espaço. Tatiane esteve na Mundoteca na semana passada, mas segundo a reportagem apurou, os livros estavam emprestados pela ex-funcionária naquele dia. Tatiane afirma que encontrou os livros no setor destinado às crianças. O Município acredita que o vídeo divulgado pela vereadora foi feito pela ex-funcionária em sua casa.

A Mundoteca de Marcílio Dias é dividida em dois espaços: um com livros exclusivos para crianças e o outro, onde fica a atendente responsável, é dedicado a adultos e adolescentes. Seria neste setor, o de adultos e adolescentes, que os livros que provocaram polêmica estariam. Para além da diferenciação de espaço, há selos nos livros indicando a idade para o qual as obras são destinadas. Os selos são amarelo (infantil), vermelho (infantojuvenil), azul (juvenil), verde (literatura geral), laranja (poesia) e rosa (braile). Aparelho Sexual e Cia e As melhores do analista de Bagé tem selo azul.


MAIS UM

A ex-funcionária também retirou um dos livros da série Heartstopper, obra em quadrinhos, feito para adolescentes, que conta uma história de amor entre dois meninos que se conhecem na escola. Os livros deram origem a uma série da Netflix.

Os dois livros jogados no lixo pela prefeita foram retirados logo em seguida da lixeira e confiscados pela Secretaria de Educação. “Os livros serão encaminhados aos responsáveis pela criação do projeto da Mundoteca”, afirmou o Município em nota. A reportagem apurou que o livro sobre adolescentes que vivem um romance homoafetivo também foi confiscado.



LIXO

O vídeo divulgado pela prefeita Juliana Maciel Hoppe (PL) jogando os dois livros no lixo ganhou repercussão nacional. “Eu jamais jogaria um livro no lixo, mas porcaria numa biblioteca aqui do nosso Município não vai ter mais não”, afirmou, lembrando que a Mundoteca é um programa do Governo Federal “e tal da Lei Rouanet, coisa que vocês também já conhecem né? Mais uma vez o governo do PT faz esse tipo de coisa. Bota o adolescente, bota a criança, induz a coisa que não é dos valores do que a gente acredita, não é o que a família quer que ele aprenda, não é o que realmente uma criança ou até um adolescente precisa ler em uma biblioteca”.

O deputado federal Zé Trovão (PL) parabenizou a prefeita e disse que foi a partir da informação que ele divulgou no plenário da Câmara dos Deputados que a prefeita tomou a decisão de gravar o vídeo jogando os livros no lixo:




A fala do deputado gerou reação da verdadeira denunciante. “O que aconteceu, deputado? Ontem o senhor mencionou que fiz a denúncia, chegou a postar e me marcar no reels. Depois exclui o post e hoje postou esse? Que bom que a situação dos dois livros foi resolvida, mas vamos contar a história por inteiro?”, comentou Tatiane.

O apresentador do programa Cidade Alerta, da RecordTV, Luis Bacci, também compartilhou o vídeo da prefeita ao lado da foto do ex-presidente Jair Bolsonaro com um dos livros nas mãos e jogou para os internautas: “O que vocês acham?” A postagem tinha 3.300 comentários até o fim da tarde desta quinta, 18.

O deputado estadual Mauricio Peixer (PL) gravou vídeo elogiando a iniciativa da prefeita, ao passo que o deputado estadual Jean Volpato (PT) gravou vídeo condenando a atitude.





O perfil Brasil Fede Covid postou, inicialmente, o vídeo sem edição. Mais de 3 mil pessoas comentaram. Mais tarde, o vídeo foi reproduzido com imagens sobrepostas de livros sendo queimados em 1933 na Alemanha. Foram queimadas em praça pública, em várias cidades alemãs, as obras de escritores alemães inconvenientes a ideologia nazista. O perfil seguido por mais de 470 mil pessoas chama a prefeita de ditadora.

Vários outros sites e perfis nas redes sociais reproduziram o vídeo da prefeita.

O projeto Mundoteca deve publicar um posicionamento sobre o episódio ainda nesta quinta-feira.

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