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Beto Passos muda depoimento e perde defesa na Et Pater Filium

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Ex-prefeito caiu em contradição em seu interrogatório no caso dos caminhões

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A defesa do ex-prefeito de Canoinhas, Gilberto Passos, abandonou o caso na manhã desta terça-feira, 6. A decisão dos defensores ocorreu depois de inconsistências no depoimento de Passos, que apresentou duas versões diferentes para a compra dos caminhões durante o interrogatório e afirmou que o ex-prefeito de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti, mentiu em seu interrogatório no dia anterior.

Primeiro, Passos disse ter ido a Curitiba no dia da compra dos caminhões apenas para uma consulta médica. Depois, confirmou que no mesmo dia passou na frente da loja onde os caminhões foram adquiridos. Essas duas versões foram o estopim de outros desencontros nas respostas de Passos. Em outro momento disse jamais ter recebido repasses em dinheiro de Joziel Dembinski, mas depois disse que em uma ocasião recebeu dinheiro de Alberti e Dembinski estava junto. Ainda, sobre Dembinski ser chamado pelo codinome “secretário de saúde” para despistar investigações durante a pandemia, como revelou Alberti, Passos disse que “muitas das coisas que o Adelmo disse aqui são mentiras”.

Como Paulo e Luis Glinski encabeçam as defesas tanto dos irmãos Beto e Márcio Passos quanto de Adelmo Alberti, decidiu abandonar o caso pelo que considera como questão ética.

“Renunciamos a defesa do Beto e do Márcio Passos, tendo em vista o conflito entre o que o Beto falou durante a colaboração e o que falou hoje no interrogatório. Para preservação de nossa questão ético profissional e também para preservação do direito de defesa dele, inclusive para manter o acordo que foi assinado, se assim ele entender por fazer, renunciamos a defesa e ele irá constituir novos advogados”, afirmou o escritório Glinski Associados em nota.

Os irmãos Passos têm seis dias para encontrar novos advogados. O processo sobre os caminhões, porém, deve ser retomado apenas entre os meses de setembro e outubro devido ao cronograma dos outros processos em andamento na Et Pater Filium.


TODOS CORRUPTOS

Em seu interrogatório, Passos fez declarações que não constavam no processo inicial. Ele, inclusive, afirmou que “todos os empresários” que o procuraram enquanto prefeito ofereceram propina. Ele fez apenas uma exceção, apontando “Rafael da Cia” como alguém que queria apenas “ajudar o hospital sem pedir nada em troca” em referência a Rafael Mirando da Silva.

O ex-prefeito foi questionado mais de uma vez em relação a sua afirmação de que haveria um grupo de empresários corruptos em Canoinhas, mas não citou nomes alegando que não fazem parte do processo investigado.


VÍTIMA

Mesmo já tendo confessado que participou do esquema criminoso e firmado acordo de colaboração premiada, Passos passou a se comportar como vítima da situação aos olhos do Ministério Público (MP). Isso porque, no interrogatório, afirmou que foi conduzido ao esquema criminoso pelas pessoas que estavam ao seu redor e que não sabia que o caso dos caminhões seria algo ilícito.

“Vivi o cargo da forma que eu queria viver mas infelizmente ganhei a eleição com pessoas erradas, que foram me induzindo a praticar atos ilícitos”, afirmou o prefeito.

Ele também disse que só pagou os caminhões com dinheiro vivo a pedido de Adelmo Alberti, sem saber que seria uma forma de não rastrear os valores. Para o promotor do caso, “o relato beira a uma ingenuidade quase de criança”.

O promotor também sugeriu que o acordo de colaboração de Passos seja rompido, uma vez que a confiança em seu depoimento reduz conforme versões diversas são apresentadas para um mesmo acontecimento.


MÁS COMPANHIAS

Diferente do que Alberti afirmou na segunda-feira, 5, que teria conversado diretamente com Passos para a aquisição dos caminhões, Passos diz que todo o trâmite para entrar no esquema foi assessorado por seu secretário de Obras, Nilson Cochaski.

Afirma, também, ter dito a Nilson Cochask que gostaria de acabar com o esquema, mas não deu detalhes do porquê isso não acontecer.


LUIZINHO WITT SABIA DE TUDO

Questionado sobre sua relação com o ex-secretário de Obras Luiz Witt, Passos afirma que o conhece há anos e que “nunca aos meus olhos fez alguma coisa equivocada”.

Witt foi indicado ao cargo por Cochask e, para Passos, se Witt favoreceu a empresa de Dembinski, “foi a pedido do Nilson”. Além dele, a ré Amanda Suchara também foi levada à Secretaria a pedido de Nilson.

Os dois, Witt e Amanda, seriam os responsáveis por fiscalizar a atuação da empresa de Dembinski mesmo antes de Witt assumir o cargo de secretário. Passos aponta que não haveria como Witt não saber da fraude no registro de quilometragem, uma vez que Amanda fazia apenas o serviço de escritório, dando a entender que Witt ia a campo e anotava a quilometragem de forma irregular.

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