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“Era um tentando passar a perna no outro”, diz Adelmo Alberti sobre esquema criminoso

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Ex-prefeito de Bela Vista do Toldo e assessora da Secretaria de Obras prestaram depoimento nesta segunda

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Começaram às 13h10 desta segunda-feira, 5, os depoimentos dos réus de mais uma das investigações da operação Et Pater Filium. Desta vez estão sendo ouvidos os envolvidos na compra de dois caminhões por parte de Beto Passos visando fraudar licitações e superfaturar contratos com o Município de Canoinhas. Acompanhe os principais momentos:

13h15: Adelmo Alberti diz que aconselhou Beto Passos a comprar um caminhão para Marcio Passos trabalhar. Falou que tinha um rapaz de confiança em Bela Vista do Toldo, sem dizer o nome dessa pessoa.

13h22: ele repete o que disse ao Ministério Público, inclusive com frases já reveladas como a de Passos que disse a ele que teria cometido um pecado ao ir a Curitiba comprar os caminhões. Ele afirma que Nilson Cochask, então secretário de Obras, ajudou Passos e foi com ele a Curitiba. Joziel Dembinski, acusado de ser laranja de Passos, teria pagado a parte de Cochask na compra dos caminhões porque o então secretário não tinha dinheiro.

13h26: Alberti diz que se encontrava com os réus em lugares ermos e que testemunhou a repartição do dinheiro de propina. Neste dia Beto queria R$ 20 mil, mas Joziel só tinha R$ 10 mil. Então, Alberti empatou o valor.

13h28: Alberti diz que havia um código. Ele e Beto se referiam a Joziel como “secretário de Saúde”. Como havia a pandemia era uma forma de evitar se comprometer caso os telefones fossem grampeados.

13h32: Alberti afirma que desde o começo do esquema os caminhões estavam no nome de Joziel.

13h34: ele diz que Nilson, como secretário de Obras, pedia a Amanda Suchara para fazer um termo de referência com especificações que favoreciam Joziel. O termo de referência é o documento que embasa o edital de licitação.

13h37: Alberti afirma que os mesmos caminhões eram usados em Canoinhas e Bela Vista do Toldo.

13h39: ele conta que colocou uma máquina dele para trabalhar em Canoinhas por intermédio da empresa de Joziel. “Fui entregar propina. Beto confiava em mim, não no Joziel”, afirma quando perguntado pelo juiz sobre seu envolvimento no esquema.

13h43: “Ele (Joziel) pagava todas as despesas do caminhão, se sobrava 20 mil reais era o valor que o Beto iria receber”, diz sobre Joziel.

13h44: Alberti afirma que certa vez Nilson e Joziel se desentenderam e que Nilson foi pedir R$ 14 mil para ele. Joziel havia previsto que Nilson era maluco e que iria complicar o esquema. Joziel tinha boletos de Nilson que ele teria pagado e que para Joziel, eram prova da propina. Diz, ainda, que mesmo sendo Luiz Alceu Witt o secretário de Obras, quem realmente mandava na pasta era Nilson.

13h48: Nilson teria recebido R$ 100 mil de propina de Joziel. Ele fala do desentendimento de Nilson e Joziel. O motivo teria sido Amanda Suchara, que seria amante de Nilson, segundo Alberti.

13h49: Alberti afirma que o ex-vereador, seu aliado político, Wilson Stelzner, só entrou no processo porque emprestou dinheiro para Joziel, mas nada sabia do esquema.

13h50: Alberti chama Amanda de “faz tudo” na Obras. Ela receberia R$ 1 mil a mais por mês para facilitar os ilícitos.

13h57: Para Alberti, Nilson teria facilitado o esquema.

13h58: sobre Márcio Passos, “ele sempre estava com o Beto”.

14h: “Era um tentando passar a perna no outro”, diz sobre as negociações do esquema. Alberti diz nada saber de comprometedor contra a esposa de Joziel Dembinski, Maria, e contra Gustavo Rocha, acusado de ter herdado o esquema de Joziel, lembrando que já estava preso quando Gustavo passou a prestar serviço em Canoinhas.

14h05: Adelmo diz que faturava R$ 10 mil por mês com a máquina, além da propina.

14h06: Renato Maia de Faria, promotor que conseguiu prender Alberti, o inquire no momento. Respondendo a pergunta do promotor, ele diz que não foi forçado a fazer delação e que fez isso para iniciar uma nova vida. Fala em religião e diz que “infelizmente por ganância acaba entrando em um sistema que tem muita coisa errada. Entrei no embalo.” Ele fala em ajudar a mudar o sistema, que seria muito falho. “Pode fazer correto, mas os empresários podem se combinar, a lei deixa brechas e permite que se reúnam antes e combinem (uma licitação). No pregão eletrônico as pessoas dão lances de 1 centavo a menos”, explica. Ele disse que como não se pode mudar a lei em Brasília ele se propõe a mudar o sistema na região. Faria diz que vê nele um colaborador sincero.

14h18: Alberti detalha esquema montado com Passos com apoio de Nilson.

14h21: Promotor quer saber porque prestar serviço a prefeitura dava tanto dinheiro. Alberti fala de empenhos, não respondendo diretamente a pergunta. Ele afirma que Joziel repassava parte do dinheiro que conseguia com a prefeitura de Canoinhas para Passos e era responsável por manter Nilson no esquema, pagando propina a ele.

14h28: sobre itinerários de caminhões, Alberti diz que “tem de confiar” porque é difícil fazer o controle do serviço.

14h29: Alberti diz que quer ser exemplo aos outros. “Se fizer o correto não precisam os rigores da lei”. Ele diz agradecer por ter acontecido de ser preso, senão ia sempre querer mais.

14h35: Alberti diz que Passos chegou a se mostrar apreensivo pelo fato de Joziel prestar o serviço em Canoinhas, mas com o tempo não demonstrou mais preocupação.

14h48: “Atestados são para inglês ver”, diz sobre documentos usados para vencer licitações. Ele afirma, ainda, que os caminhões de Joziel passavam a noite em um barracão que pertencia a ele em Bela Vista do Toldo.

14h57: Alberti diz que o fato de Wilson Stelzner ter fornecido um orçamento falso para balizar uma licitação foi porque o ex-vereador não sabia que era errado.

15h: Alberti diz que tudo era feito na base da parceria. “Parceria é um casamento”, crava.

15h15: “Ninguém pede e ninguém oferece propina”, afirma dizendo que palavras como “ajuda e parceria” são usadas nesse mundo.

15h35: Adelmo diz acreditar que Joziel foi apresentado a Beto por Nilson.

15h45: após breve intervalo, advogado de Nilson pergunta a Alberti como ele sabe quanto seu cliente recebeu de propina. O ex-prefeito diz que eliminava todo o tipo de prova que tinha. “Você sabe que tá fazendo coisa errada, vai guardar prova?”, questiona.

15h53: Adelmo diz que Canoinhas copiou modelo de edital de Bela Vista do Toldo para os serviços prestados por Joziel.

15h55: Adelmo diz que Edmilson Verka nada tem a ver com o esquema e que Luiz Alceu Witt fazia o que Nilson mandava, em referência aos dois secretários que sucederam Nilson na pasta de Obras. “Eu e o Beto só entrávamos na questão se algo não estivesse funcionando. Procurávamos nos expor o mínimo possível”, diz.

16h: Alberti diz nada saber sobre Gustavo Rocha. O advogado de Rocha segue inquirindo o réu.

16h16: depoimento encerrado.

16h32: começa o depoimento de Amanda Suchara, por vídeo.

16h36: Amanda conta que conheceu Nilson na Câmara, onde ela trabalhava como estagiária. Ele a convidou para trabalhar com ele. Ela diz que pegou bastante intimidade com ele. O juiz interrompe afirmando que ela não precisa falar da intimidade dela. Amanda segue afirmando que na secretaria de Obras trabalhou como estagiária. Em 2020 ela diz que passou a fazer parte do administrativo. Foi quando ela conheceu Joziel. Nilson disse que ele passaria a trabalhar com a pasta no tocante a transporte de materiais. Ela explica que ao iniciar os trabalhos na Obras se inteirou de como funcionava o sistema de fiscalização dos itinerários. Conforme licitação era preciso que ela vistoriasse os caminhões, porém, Nilson não teria deixado ela fazer as vistorias.

16h43: Nilson teria pedido a ela que adulterações documentos, ela disse que não faria isso. Foi quando Nilson a chamou e disse que havia conversado com Joziel e combinado de pagar R$ 1 mil pra ela apenas cuidar das coisas de Joziel. Ela aceitou. “Então as coisas dos outros fazíamos no tempo certo e as do Joziel adiantávamos”, explica. Joziel passou a fazer os próprios itinerários e ela assinava.

16h45: sobre licitações ela diz que Nilson que indicava os detalhes sobre os caminhões que seriam contratados.

16h46: ela diz que Nilson saiu para concorrer a vereador, Luiz Witt entrou em seu lugar, mas, segundo ela, Nilson continuou mandando na Secretaria. Ela fala de uma licitação de antipó que foi totalmente fraudada. Nilson teria ditado o edital e Joziel trouxe os três orçamentos.

16h52: Oziel Trindade, o Zico, passou a receber R$ 500 a mais para fazer um servico fora da sua função, segundo Amanda. Ele é encarregado da Secretaria. Zico tinha uma equipe de trabalho. Nilson falou a ela que pagaria R$ 500 a mais para Zico coordenar o antipó. “Mas nunca vi o Zico pegar dinheiro”, afirma. Esta denúncia é nova. Zico segue na Secretaria.

16h54: Edmilson Verka chamou ela e estava assustado. Gil Baiano tinha alertado o então secretário de Obras que substituiu Witt dos erros do edital vencido por Joziel. Ele pediu ajuda a Amanda para mudar edital na questão dos quilômetros rodados. Nessa época Amanda estava de licença maternidade. Depois não voltou a Secretaria porque pediu demissão.

17h: sobre Beto Passos, Amanda diz que sabia por Joziel que ele recebia algo do esquema. Sobre Adelmo, quando ela perguntou se ele era laranja de Adelmo, Joziel ficou bem bravo e disse que era melhor ela não saber de nada.

17h05: Sobre Wilson Stelzner ela diz apenas que soube que ele era quem teria feito um orçamento forjado para o antipó. Ela diz, ainda, que Stelzner pagou sua parte, de R$ 1 mil, em um mês que Joziel atrasou o pagamento.

17h17: Amanda diz que Joziel pagava R$ 10 mil por mês para o Nilson, mas que Nilson continuava pedindo mais e, por isso, eles se desentenderam. Ela confirma que Joziel pagou boletos de Nilson.

17h22: ela diz que Witt não recebia propina, mas sabia de tudo. E admite que, com aval de Nilson e Witt, ela usou a senha deles para “mandar documentos”.

17h38: depois de breve intervalo defesa de Nilson faz questionamentos a Amanda. O advogado aponta divergência entre o depoimento prestado antes e depois do acordo de colaboração premiada.

17h42: os depoimentos de Beto Passos e Márcio Passos, marcados para hoje, foram reagendados para amanhã.

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