Projeto de lei que autoriza empréstimo de R$ 30 milhões tende a ser engavetado
NOITE DA VINGANÇA
Pouco mais de um ano atrás Juliana Maciel Hoppe (PSDB) tripudiava (não sem razão, frise-se) contra os fiéis apoiadores de Beto Passos e Renato Pike. Depois de ela e os colegas do extinto “quarteto” terem passado a pão e água, Passos e Pike estavam presos e Juliana fez vários discursos estocando os ditos governistas.
Como em política tudo que vai volta, agora, um ano depois, Juliana é prefeita e, olha só, precisa dos votos desses vereadores para aprovar um empréstimo que tem tudo para ser a grande guinada do seu governo. Estes R$ 30 milhões – que subiram no telhado por ora – são a oportunidade de Juliana mostrar serviço.
Os argumentos são claros e bem coerentes, mas política se alimenta de troca de favores e boas relações, não de bons argumentos. Não existe nada de boa vontade. “Foi um julgamento político e não técnico”, cravou André Flenik (Podemos), de longe o mais coerente em seus argumentos para que se votasse o projeto nesta terça-feira.
Assim é que chegamos à noite da desforra dos opositores que, diga-se de passagem, deram dupla punhalada em Juliana ao falar a mesma língua de Tatiane Carvalho (MDB), sua antiga aliada.
Resta saber, agora, se o chumbo trocado encerra ou acirra o clima pesado entre oposição e governo.
DETALHES
Tatiane Carvalho tenta a todo o momento deixar claro que faz uma análise fria e técnica do empréstimo. Seus argumentos são bons, mas terá de gastar muita saliva para convencer de que não tem nada de pessoal nos seus questionamentos. Para ela, havendo detalhes sobre o financiamento, o projeto sai da gaveta. O poder para tanto é só dela.
NORTE
Devagar as melancias vão se ajeitando, a depender do ritmo do caminhão. Nada mais cabível para analisar o cenário político canoinhense para 2024 a partir da sessão desta terça-feira da Câmara. Com uma minoria frágil no Legislativo, Juliana tende a se isolar, ao passo que Tatiane se aproxima cada vez mais da oposição. Há grande chance de as duas se enfrentarem nas urnas.
DE OLHO
O MDB vem acompanhando com olhos de lince cada passo de Tatiane.
PERSONAGENS
Dentre os mais interessados no naufrágio do empréstimo na plateia (e no plenário) estavam os emedebistas, que viram no episódio o grande teste de popularidade de Tatiane, e as viúvas de Beto Passos, ansiosas(os) para voltar ao poder.
TAMBÉM QUERO
Os vereadores de Major Vieira receberam projeto de lei enviado quando Adilson Lisczkovski estava livre, que autoriza a prefeitura a emprestar R$ 6 milhões. O projeto começou a ser apreciado nesta semana.
LOCAL
Osmar Oleskovicz está questionando a secretária municipal de Educação, Sonia Stelzner, sobre a previsão para o término do Centro de Intervenção Multidisciplinar e se existem estudos para o Espaço Crescer ser transferido para esse novo imóvel, considerando que o Município alugou imóvel para sediar o Centro da Juventude e outros serviços.
REFORMA
Matheus Cadorin e Antidio Lunelli Rodolfo Espínola / AgênciaAL
O deputado Matheus Cadorin (Novo) reuniu assinaturas para apresentar um requerimento de votação em separado do Artigo 49 da Reforma Administrativa, que multiplica por cinco a gratificação paga a policiais e bombeiros que atuam na Casa Militar do governo. O pedido é subscrito pelos deputados Luciane Carminatti (PT), Mario Motta (PSD) e Antidio Lunelli (MDB).
A ideia é dissociar da Reforma o trecho polêmico, que garante salários acima do teto do funcionalismo público para oficiais de alta patente que prestam serviço diretamente ao governador. A medida pode ser uma saída para o governo, porque evita o risco da Reforma Administrativa.
