Passaram-se os meses e o dia da apresentação chegou
Escolha de um tema. Prosa, poesia ou música? Declamar ou ler um conto, um poema? Cantar ou tocar um instrumento?
Interrogações perpassadas pelas mentes de muitos estudantes desde o momento em que leram o regulamento da terceira edição do Festival Literário Estudantil promovido pela Academia de Letras do Brasil – Canoinhas.
Passaram-se os meses e o dia da apresentação chegou.
Sorri ao lado de risonhos e apreensivos adolescentes. Vi pais e outros familiares mais, felizes, ao lado.
Eu não esperava ver e ouvir tantas falas lindas. Ver e ouvir tantas vozes maravilhosas, afinadas, ritmadas a cantar. Tantas melodias saídas de mágicos dedos.
A distância não foi empecilho para alguns que de longe vieram mostrar sua arte. Não é mesmo Yuri Cordeiro Hendler, aluno da EEB General Osório? Com sua guitarra às costas pedalou sua bicicleta, de Três Barras a Canoinhas, por quase catorze quilômetros. E feliz para casa retornou.
A EEB Julia Baleoli Zaniolo esteve presente com Isabela Teles de Campos que declamou, de sua autoria, a poesia O Dia da Árvore e Maria Clara Barbosa Arendarchuk, que interpretou a música Sem medo de ser feliz, de Zezé de Camargo e Luciano.
A EEB Municipal Severo de Andrade levou Laura Stange Dobrefuop e Luiz Carlos Kondras que declamaram a poesia A casa e seu Dono, de Elias José.
Da EEB Tempo Feliz veio o trio composto por Gustavo Kelcheski, Murilo Sudoski e Pedro Henrique Wentland Erzinger, que cantaram e dedilharam em seus violões Nova Iorque, melodia de Chrystian e Ralf.
Luiza Leandro Walter, da EEB Municipal Achilles Pazda, veio da localidade de Rio do Pinho, para apresentar a poesia O pássaro cativo, de Olavo Bilac.
Da EEB João José de Souza Cabral apresentou-se Davi Pontarolo Kohler com a poesia A vida vale a pena, de Ana Vitória e ao teclado Bernardo Marko Lanke solando, de Toquinho, a melodia Aquarela.
Da APAE de Canoinhas, Gustavo Caetano apresentou a poesia, APAE é, de sua autoria, e Gabriele Hiera Hatscbach, a poesia Saudação ao povo APEANO, de sua lavra.
Representando a EEB Almirante Barroso Rafaella do Vale leu o poema em prosa Janelinhas Brilhantes, de sua autoria, Agatha Scheuer Leite, o conto O raio azul, de Andreas Costenaro, Ana Clara Langano Freitas, de sua autoria, o poema em prosa Seca o olho, mãe! e Ana Terezinha Hansch interpretou, de Chico Buarque de Holanda, João e Maria.
Da EEB Colombo Machado Salles, de Três Barras, Bianca Emanuele de Lima declamou, de Pedro Bandeira, Quem sou eu?; Nicolas Majeski Alves, de Augusto dos Anjos, Idealismo; João Matheus Walter Marchaukowski leu seu conto A Formiga Lina; Tiago José Costa o conto Um dia com Sans Undertale, de sua lavra; e Ana Beatriz Conrado Pires também o conto Sobre uma menina que gostava do amanhecer que ela mesma escreveu.
Escolas e alunos participantes receberam certificados e foram agraciados com obras dos escritores membros da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas. Muito mais mereceram por tanto empenho e dedicação. Mas a ALB–Caninhas ofereceu-lhes o que está ao alcance de uma entidade que sobrevive apenas às custas e à boa vontade de seus associados.
Foi o empenho e a dedicação da direção e dos professores das escolas aliado ao incentivo dos pais e familiares dos alunos que tivemos a alegria de assistir a uma brilhante noite de cultura e luz.
Chá com poesia
Todos os anos a Escola de Educação Básica Sagrado Coração de Jesus promove com seus alunos horas de puro enlevo.
É seu já famoso Chá com Poesia com adolescentes que, inebriados pelo belo, declamam poemas em versos em nossa bela portuguesa língua.
Foi no dia vinte e um de agosto que fiquei deslumbrada com a arte e a imaginação de uma plêiade de professores que não medem esforços para incutir o delicioso vício da leitura entre seus educandos.
E enquanto via e ouvia poesias a derramar-se no palco sorvia eu um delicioso chá da erva de nosso chão, um chá de mate bem preparado.
Pediram-me que tudo sobre o escrever eu lhes dissesse. Feliz eu lhes contei que no velho Sagrado eu também estudei. Desde menina. E lá este vício de ler tomou conta de mim. Tão grande e variada era a sua biblioteca.
Lá teria eu permanecido horas sem fim a responder perguntas e perguntas de ávidos ouvintes. Mas era chegada a hora de todos retornarem para as suas salas de aula e continuarem com o necessário aprendizado que é o tempero da vida.
Concurso de poesias do C.I.M.H
No dia dez deste setembro o Campo de Instrução Marechal Hermes, de Três Barras, completou seu 72ª aniversário.
A fim de comemorar tão significativa data o comandante Coronel Robson Vanderli de Sá instituiu um concurso de poesias entre os alunos das escolas de Três Barras e Canoinhas.
O tema escolhido foi a história deste já consagrado campo de manobras militares do Exército Brasileiro.
Para compor o corpo de jurados que deveria escolher os três primeiros lugares inscritos no concurso o comando do C.I.M.H convidou a Academia de Letras do Brasil – Canoinhas.
Em uma tarde os acadêmicos José Alfredo da Fonseca e Mário Renato Erzinger e as acadêmicas Daiane Niezer, Rosane Godoi e eu reunimo-nos para uma avaliação prévia dentre uma quase centena de trabalhos enviados pelas escolas.
No dia da avaliação final foi difícil decidir qual a melhor poesia que tivesse em seu bojo todos os itens solicitados pelo regulamento do concurso.
Depois de cuidadosamente ler e reler por diversas vezes chegamos a uma conclusão unânime.
Eu gostaria de citar os nomes das alunas que tiveram suas poesias em primeiro e segundo lugar. Como recebemos os documentos apenas com o número, infelizmente, assim colocarei aqui.
Obteve o primeiro lugar a aluna de número 01 (um) do nono ano da Escola: E. B. M. Presidente Castelo Branco que escreveu a poesia Este campo é memória, é vida.
O segundo lugar foi para a poesia Campo de Instrução Marechal Hermes, orgulho do Planalto Norte, da aluna de número 1 (um) do 7º Ano da Escola Sagrado Coração de Jesus.
Josiele Ferreira Correa Mackinievicz, aluna do 8º ano da Escola Severo de Andrade, foi classificada em terceiro lugar com a poesia O berço dos Valentes.
Além do prêmio por obter o primeiro lugar a aluna teve a glória de ouvir o seu poema teatralizado pela maestrina acadêmica Maria de Lourdes Brehmer, uma das mais brilhantes declamadoras do mundo da arte por nós conhecido.
Concursos literários, apresentações de contos, poesias, poemas em prosa e músicas elevam o espírito e fazem-nos levitar pelas galáxias.
Incentivar crianças e adolescentes ao hábito da leitura é algo realizado apenas por seres iluminados. É levá-los em barco de luz rumo a um infinito de saberes.
São estas as razões que nos levam a aplaudir homens públicos que leem e incentivam o hábito da leitura e o aprendizado da língua portuguesa nas regiões onde atuam.