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Seidel garante que propina não era para campanha e que Pike controlava pagamentos

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Nesta quarta devem ser ouvidos cinco acusados

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Começou às 9 horas desta quarta-feira, 31, os depoimentos dos réus na fase Maus Caminhos da Operação Et Pater Filium. Esta fase investiga contratos para obras de pavimentação contratadas pela prefeitura junto à Prado & Prado.

Vão depor os cinco réus da fase Maus Caminhos. Pela ordem: Diogo Seidel, Chrystian Mokva, Beto Passos, Marcos Granemann e João Lizmeier. Seidel abriu os depoimentos e falou por três horas ocupando toda a manhã das oitavas. Acompanhe os momentos mais relevantes:

9h13: Seidel começa a depor. Ele promete abrir o coração e contar tudo até onde sua memória alcançar. “O que me faz estar sentado aqui foi ter sido corrupto com certeza, mas o momento em que isso começou foi quando fui vistoriar uma obra do Chrystian Mokva e ele me ofereceu um valor, fiz que não entendi, e logo na sequência me ofereceu novamente determinado valor.” Ele disse que aceitou o dinheiro e que quando tentou sair do esquema recebeu ameaça velada de Renato Pike, que disse ter provas da propina e que, por isso, ele teria de trabalhar para o governo Passos.

9h22: “A partir do momento em que eu não era mais secretário de Administração eu parei de ter valor para as empresas”, diz Seidel. Ele revelou que Chrystian tinha outra empresa laranja: a Cazamusa. Esta informação não consta nos autos que já vieram a público. Ele garante que a melhor fase da vida foi ter administrado o ICPrev. Ele garante que não há nada de errado no instituto de previdência do Município.

9h26: Seidel afirma que Beto Passos e Pike viviam se desentendendo. Ele explica como de tornou secretário do governo Passos. Detalha, também, quando recebeu R$ 100 mil de Sérgio Mokva, pai de Chrystian. Em outra oportunidade recebeu mais R$ 100 mil de Chrystian que, inclusive, mandou ele pegar R$ 10 mil do montante. Pike teria ficado bravo.

9h34: Diogo afirma que Pike cobrava uma dívida de R$ 160 mil de Beto relativa a um Jeep Compass.

9h35: “Chrystian sempre foi um péssimo pagador de propina”, afirma ao dizer que ele não cumpria os acordos que firmava.

9h39: Segundo Diogo, Pike chegou a proibir o secretário de Planejamento João Linzmeier de fazer medições, que permitiriam liberar pagamentos a Mokva. O objetivo era forçar Mokva a pagar propina que devia a Pike.

9h49: segundo Diogo, via de regra ele ficava com um pequeno percentual das propinas que recebia em nome de Pike que, por sua vez, dizia que era “dinheiro para o Beto”.

9h52: Diogo diz que nunca viu Pike nem Chrystian entregando dinheiro para João Linzmeier. Ele afirma que o dinheiro que ele, Diogo, pegou de propina, sumiu sem que ele conseguisse formar nenhum patrimônio.

9h57: ele fala sobre a participação dos demais réus no esquema.

10h00 – Diogo Seidel disse ao MP que nenhum valor de propina foi previamente combinado. Em 2020, a primeira missão dada a ele, na pasta, foi acelerar licitação, que seria vencida pela Prado e Prado, e formalizar o contrato.

10h05 – Diogo disse que Chrystian pagava propina ao governo municipal antes mesmo de ganhar a licitação. Quanto ao percentual de 8% nos contratos de licitação, o acordo foi feito após a contextualização do esquema.

10h07 – “Ele é uma pessoa que conquista pessoas através da necessidade. Ele identifica o problema financeiro, e ajuda resolver, se você for uma pessoa do interesse dele”, fala Diogo Seidel sobre Renato Pike.

10h09 – Diogo Seidel classifica Renato Pike como líder do esquema criminoso. Disse que foi colocado de forma estratégica no cargo e estava à mercê de decisões de Pike, como uma espécie de fantoche.

10h21: “Qualquer desrespeito a ordem dele poderia acarretar em exoneração”, diz sobre Pike.

10h28: ele volta a falar do Jeep Compass de Beto. Explica que Pike falou a Chrystian que pagou pelo carro e que Beto teria dito a ele para cobrar de Chrystian. O valor seria de R$ 167 mil. Diogo usa o caso para exemplificar o método de cobrança de propina empregado por Pike. “Ele cobrava a propina e se não pagasse trancava os pagamentos”.

10h42: ele volta a detalhar como recolhia a propina a mando de Pike. Diz que o ex-vice-prefeito sempre ostentou muito, mesmo antes de ser vereador.

10h52: “no dia da nossa prisão me impressionou muito a prisão do Nei (Sidnei Teles, um dos presos). Um dia ouvi dizer que o Pike ensinou o Nei a escrever o nome. Agora parece que ele ensinou não para coisas lícitas”, afirma Diogo garantindo que Nei tem pouquíssimo patrimônio e que provavelmente não sabia o que estava assinando a mando de Pike.

10h55: Diogo fala sobre o posto de combustíveis de Beto. Afirma que o ex-prefeito pediu ajuda dele para conseguir um financiamento para comprar a casa da rua São José. Esta casa foi confiscada e entrou no acordo de colaboração premiada de Passos.

11h: Diogo passa a ser inquirido pelos advogados. “Não é pelo fato de existir propina que as obras não andavam”, afirma ao dizer que havia preocupação com a lentidão das obras. Pike cobrava Chrystian, segundo ele.

11h11: “Certo dia Chrystian chegou tremendo na minha sala, guardamos os celulares na geladeira, como sempre, e ele falou que não estava aguentando mais pedido de propina. Que ele teria pago mais de R$ 1 milhão em propina e que Pike e Beto tinham faturado mais que ele naquela obra específica”, conta ao advogado de defesa de Linzmeier. Afirma que Pike cria histórias que nem sempre são verdade, mas que ele acredita piamente nas próprias histórias.

11h20: “Vem do povo, volta pro povo”, teria dito Pike ao sacar o dinheiro acumulado de seus salários como vice-prefeito para bancar campanha eleitoral.

11h23: sobre o governo de Beto Faria, o advogado de Pike pergunta se Diogo confirma que a Serrana ofereceu dinheiro para a campanha de Faria. O juiz indefere a pergunta por implicar em outro processo, apurado nos autos da Operação Mensageiro.

11h26: Diogo diz que sempre duvidou que Osni Prado fosse o real proprietário da Prado & Prado, sugerindo que ele fosse laranja de Chrystian.

11h30: Diogo fala sobre o que sabe sobre a evolução patrimonial de Beto Passos.

11h44: Diogo passa a falar dos momentos na prisão. O juiz interrompe a arguição querendo saber onde o advogado quer chegar. O advogado cita que houve sentença de mais de 100 anos em município limítrofe e que isso poderia ter estimulado colaborações premiadas. O juiz indefere os questionamentos deste viés.

11h51: Diogo diz não ter provas de ameaças de Pike. “Não tínhamos o hábito de gravar um o outro. Depois caiu o respeito”.

12h10: encerrado o depoimento. As oitivas serão retomadas às 13h30 com o empresário Crystian Mokwa.

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