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Réus dão a entender que Renato Pike era mais prefeito que Beto Passos

Imagem:Arquivo

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A COLUNA ESTÁ DE FÉRIAS. VOLTA A PUBLICAR TEXTOS INÉDITOS EM 1º DE FEVEREIRO DE 24. ATÉ LÁ, TEXTOS DE 2023 SERÃO DESTACADOS COMO ESTE, POSTADO ORIGINALMENTE EM 31 DE MAIO

Até mesmo Passos diz que Pike desempenhava papel incomum no seu governo

PAPEL

Os réus ouvidos nesta quarta-feira, 31, na fase Maus Caminhos da Operação Et Pater Filium deixaram bem claro que Renato Pike tinha papel de protagonista na prefeitura de Canoinhas sendo que Beto Passos parecia uma figura decorativa, que embora aparecesse constantemente em todas as mídias disponíveis, a prática da governabilidade recaía sobre Pike. Até o próprio Passos reconhece isso em determinados momentos do seu depoimento. Ele contou que autoridades marcavam reuniões com Pike que, posteriormente, lhe dizia: “Precisamos ajudar fulano”. Ele citou especificamente a Polícia Militar. Disse ainda que, quando ele recebia alguém Pike logo aparecia perguntando o que a pessoa queria. Afirmou que, como Pike injetou dinheiro na campanha, muito mais que ele, acabou tendo uma participação bastante incomum no governo. Tinha especificamente como tarefa “cuidar das licitações”.

Diogo Seidel contou que assistia todas as sessões da Câmara de Vereadores, simultaneamente e ao vivo com Renato Pike que, sempre que o Executivo era citado, acionava Seidel ou qualquer outro secretário para fornecer uma resposta de imediato. Os vereadores governistas recebiam mensagens de Pike no meio da sessão para apresentar de imediato respostas aos seus questionamentos. Passos nem ficava sabendo disso.

Analisando o contexto, há aí um conjunção de fatores que, obra do acaso ou da verdade, converge para a culpa recair sobretudo nas costas do único réu que não fala, no caso, Pike.






DIA RUIM

A defesa de Pike teve um dia ruim nesta quarta. Ao tentar ligar os acordos de colaboração premiada com o receio de pegar “sentenças centenárias”, uma referência clara a condenação de Orildo Severgnini, foi interrompido pelo juiz Eduardo Veiga Vidal que inferiu as perguntas e viu uma “questão complicada” se o advogado seguisse naquela linha.

Ouviu, também, de todos os réus, com poucas variações, a mesma conclusão: Renato Pike era o líder do esquema, independente de o Ministério Público conseguir provar “organização criminosa” ou não.

Nem arriscou a tese de dinheiro para campanha porque todos os réus afirmaram que a corrupção era constante e não somente em anos de eleição. “Só o dinheiro tirado de uma empresa já pagava a campanha”, afirmou Diogo.

Contudo, sempre que perguntava se os réus tinham provas, as respostas eram negativas. Só mesmo a palavra dos delatores.






DISPARIDADE

Quer saber quanto um candidato pode esconder de dinheiro de campanha em caixa 2? Diogo Seidel conta. Em 2020, oficialmente, Passos e Pike declararam terem gastado R$ 281.390,86 em campanha, mas, segundo Seidel, de fato, aquela campanha custou R$ 1 milhão. Somente da Prado & Prado, em propina, teriam sido tirados R$ 1,2 milhão.






JESUS DA GOIABEIRA

Diogo Seidel soou poético ao lembrar do momento em que teve uma epifania. Ao mirar uma palmeira, no Alto das Palmeiras, foi tentado por Chrystian Mokva, segundo ele. Cedeu na segunda tentativa.

Mokva diz que nunca ofereceu nada a ele.





OBSESSÃO

Renato Pike, segundo os réus, era obcecado por camuflar o esquema. Além da já lendária apreensão de celulares na geladeira, ele buscava comprar gadgets como caneta espiã e gravadores camuflados.




MALDIÇÃO

Tanto Beto quanto Diogo chamaram de maldito o dinheiro que amealharam com propina. Ambos mal sabem o que fizeram com o dinheiro. Seidel, inclusive, parece ter sofrido um apagão financeiro. Dormiu abonado e acordou pobre. Justo ele, reconhecido com cargos de confiança por notório talento em administrar recursos públicos.





“Nem toda a prefeitura é corrupção. 95% é certo”

do ex-secretário de Administração de Canoinhas, Diogo Seidel




DESDOBRAMENTO

A surpreendente revelação de Beto Passos de que seu ex-secretário Paulo Machado (foto) teria pegado propina paga por Chrystian Mokva para comprar apoio de deputados federais foi planejado. Tanto que Machado já está arrolado como testemunha e será ouvido nos próximos dias.



OCUPAÇÃO

Beto Passos disse que tem como atividade profissional a função de comerciário.


“Minha vida era um inferno”

afirma Beto Passos sobre sua vida de prefeito




LOTÉRICA

Marcos Granemann, réu por ter entregue dinheiro vivo a Chrystian Mokva por meio de sua lotérica ao passo que o empresário fazia transferência bancária na conta da lotérica para cobrir os valores, foi ouvido rapidamente. Todos os depoimentos foram unânimes no sentido de apontar Marcos apenas como um empresário que viu no favor uma oportunidade de faturar com a venda de bolões para Mokva. O próprio Mokva confirma essa versão.

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