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Quem define o que são fake news?

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Criar mecanismos de censura se mostrou um fracasso

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André Ramon Flenik*

Ao falar de fake news parece falarmos de algo recente em nossa história, mas quem nunca ouviu falar que Nero ateou fogo em Roma ou a frase “Se eles não têm pão que comam brioches” atribuída a Maria Antonieta. Apesar destas afirmações estarem em livros de história, não existe comprovação que sejam verídicas e acredita-se que eram fake news da época, proferida por opositores. Esses foram exemplos de muitas outras informações falsas consideradas por muitos como verdades incontestáveis.

Com criação da internet e popularização de suas redes com computadores e celulares, pessoas de todos os níveis sociais e intelectuais passaram a ser emissoras e repetidoras de informação. Algo antes restrito aos meios de mídia como rádios, jornais e televisão.  Assim como existem ainda hoje pessoas mal-intencionadas nos grandes meios de mídia, muitos cidadãos comuns se aproveitaram das novas possibilidades para criar e propagar noticias falsas.  

Nas últimas eleições foi evidente o uso de fake news de ambos os lados da polarização política. Mesmo que criada uma narrativa de que isso é uma exclusividade da direita política, não se pode esquecer da diversas fake news propagadas pela esquerda. Até Marina Silva, ex-filiada ao PT, afirmou que o marqueteiro do PT João Santana seria o “Pai das Fake News” no Brasil. Observando ainda que a URSS e outros países governados pela esquerda tinham como estratégia de estado a propagação de notícias falsas contra os países adversários que tinham imprensa livre, objetivando a desmoralização seus governos.  

Do outro lado a banalização do termo fake news se tornou ferramenta política e tem tomado uma proporção perigosa de controle de informação. As empresas de mídias sociais realizaram parcerias com as chamadas empresas de checagem que têm autonomia para censurar noticias que consideram falsas. Não raros os casos que as próprias agências de checagem propagaram fake news tendenciosas contra grupos políticos ou consideram falsa informações que posteriormente se mostraram verdadeiras. O exemplo mais recente foi a condenação da agência Aos Fatos fundada por Tai Nalon, que é abertamente militante de esquerda, por fake news contra uma mídia digital de direita.  

É, sim, necessária a verificação de informações falsas, mas sem impedir que todos tenham o direito de se manifestar. Criar mecanismos de censura se mostrou um fracasso  e outros mecanismos devem ser criados como acesso ao contraditório da notícia a exemplo do Birdwatch. Como diz a frase atribuída ao poeta romano Juvenal “Quem guardará os guardiões?” Podemos modernizar e dizer “Quem definirá o que é fake news?” .

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