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O mais bem-sucedido político que Canoinhas já teve

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Os 100 anos do nascimento de Aroldo Carneiro de Carvalho

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Em 11 de junho de 1922 nascia em Felipe Schmidt, interior da adolescente Canoinhas, quem viria a ser o maior político que Canoinhas já teve. Filho de Gertrudes Carneiro e de Benedito Therésio de Carvalho Júnior, seu pai e seu irmão, Benedito Therésio de Carvalho Neto, foram deputados na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e prefeitos de Canoinhas, entre outras funções.

Aroldo realizou os estudos primários em Canoinhas, uma parte no Colégio Sagrado Coração de Jesus e a outra no Grupo Escolar Ana Cidade. Concluiu os estudos secundários em Curitiba, no Ginásio Paranaense, no ano de 1937. Cursou o pré-jurídico (de 1938 a 1939) e ingressou no curso de Direito da Universidade do Paraná, atual Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde se formou em 1944.

Casou com Divair Zaniolo de Carvalho com quem teve os filhos: Heloísa Helena, Diva Maria, Carmem Lúcia, Maria da Graça, Beatriz Catarina, Regina Maria e Aroldo Filho.

Há 100 anos: registro de nascimento de Aroldo, em Felipe Schmidt/Reprodução/Acervo de Fernando Tokarski

 Ninguém se manteve tanto tempo em cargos no legislativo. Foram cinco mandatos só de deputado federal. Já aos 25 anos, foi eleito deputado estadual pela União Democrática Nacional (UDN) com 2.173 votos. Presidiu a Associação Rural de Canoinhas e a Federação das Cooperativas Produtoras de Mate de Santa Catarina (1951-1953).

 Entre 1951 e 1954 foi secretário de Viação e Obras Públicas do governo Irineu Bornhausen. No ano seguinte, 1955, foi eleito para o primeiro mandato de deputado federal, mandato interrompido entre 1957 e 1958 quando aceitou o convite do governador Jorge Lacerda para comandar a Secretaria de Interior e Justiça.

Ao deixar a Pasta do, Interior e Justiça, reassumiu sua cadeira na Câmara Federal, se reelegendo depois para mais quatro mandatos.

Depois filiado ao Arena, foi vice-líder do partido na Câmara dos Deputados, onde também foi membro efetivo das Comissões de Finanças e Transportes. Foi ainda presidente da Comissão Especial da Região Sul e participou de várias missões oficiais no exterior, destacando-se uma no Uruguai e outra nos Estados Unidos, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1963.

Ao desligar-se da Câmara dos Deputados em 1967, foi para o Tribunal de Contas do Estado. Em 1968 assumiu ainda a função de procurador do Estado, em Brasília, função na qual seguiu por anos.

Nas eleições de 1978, candidatou-se a senador por Santa Catarina, obteve 196.765 votos, o terceiro na ordem de votação, mas não foi eleito.

IMPRENSA

Primeira edição do Correio do Norte/Reprodução

Ciente do poder dos meios de comunicação, em Canoinhas fundou o jornal Correio do Norte em 1947 e comprou a Rádio Clube de Canoinhas, veículos que ele administraria até a morte.

Glauco Bueno (já falecido), editor do Correio do Norte e gerente da Rádio Clube à época da morte de Aroldo, escreveu sobre as vezes em que levava Aroldo e a esposa, Divair, até o aeroporto de São José dos Pinhais para seguirem à Brasília. “Longos papos informais sobre tantos e tantos assuntos. Falava-me sobre a alegria que suas vitórias lhe traziam, porque significavam a confiança que a sua gente nele depositava”. Entre as frases mais marcantes de Aroldo, destacou: “O homem vencido não é aquele que perde uma, duas ou dez batalhas. É sim, aquele que depõe as armas e deixa de lutar”. Aroldo dizia ainda, segundo Glauco, que só a morte o venceria. “Contra essa não temos apelação”.

Pelo relato de Glauco, Aroldo não fazia o perfil padrão de político que não aceita críticas. “Uma crítica saudável e bem-intencionada é benéfica a qualquer administrador, principalmente ao homem público. Ao contrário, os contínuos e fáceis elogios tendem a conduzi-lo a certa acomodação”, dizia.

 Carvalho morreria em 11 de maio de 1981, aos 58 anos, vítima de leucemia. Seu corpo foi sepultado em Brasília, onde faleceu.

Rival político de Aroldo, Orty Magalhães Machado, que achava que Aroldo era o único canoinhense com estatura para chegar a governador de SC, disse profeticamente quando de sua morte: “Acho que nem daqui a 50 anos teremos outro para nivelar-se com ele”.

OS MANDATOS

Cinco vezes eleito deputado federal por Santa Catarina, participou das seguintes Legislaturas:

41ª Legislatura (1959-1963), pela UDN, recebeu 39.896 votos na eleição;

42ª Legislatura (1963-1967), pela UDN, obteve 23.813 votos nas urnas, foi Vice-Líder da bancada do seu Partido;

43ª Legislatura (1967-1970), pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), alcançou 37.353 votos, respondeu como 3º Secretário da Mesa Diretora (de 1967 a 1969) e foi Vice-Líder da Bancada da ARENA (1970);

44ª Legislatura (1971-1974), pela Arena, com 41.626 votos recebidos, exerceu mandato;

45ª Legislatura (1975-1978), pela Arena, recebeu 23.926 votos, ficou suplente de Deputado.

Fonte: Alesc



PRINCIPAIS PROJETOS APRESENTADOS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

MAR TERRITORIAL: ampliação para 200 milhas.

INTERESSE SOCIAL: projeto de Reciprocidade na contagem do tempo de serviço para efeito de aposentadoria. Projeto para limitar o período de trabalho de trabalhadores e operários nos cinco anos que antecedem a aposentadoria, amparando a velhice.

REFLORESTAMENTO: aplicação de incentivos fiscais para este fim.

SEGURANÇA: Proteção e segurança para o motorista de táxi. Projeto de segurança para aeronaves civis.

MATE: Fundamental para Santa Catarina, projeto visava proteção da indústria extrativa do mate.

FAMÍLIA: O aumento do abono familiar previsto do Decreto-Lei nº 3200 também foi apresentado por ele.

MISSÕES OFICIAIS NO EXTERIOR: Constantemente, Aroldo Carvalho prestou serviço ao Brasil em missões oficiais no exterior. Ei-las:

1961 – Observador Parlamentar à Reunião do “CIES”, em Punta del Este (Uruguai);

1963 – Observador Parlamentar à Assembléia Geral da ONU, em New York (USA);

1964 – Membro de Delegação Brasileira à Reunião da Associação Interamericana de Municípios, em Louville, (USA);

1965 – Representante da Câmara dos Deputados na Delegação Brasileira que acompanhou o chanceler Juracy Magalhães em visita oficial ais países da América Central e América do Sul;

1968 – Missão Especial da Mesa da Câmara dos Deputados em visita aos parlamentares europeus (Portugal, Espanha, Alemanha, França, Inglaterra e Itália);

1969 – Membro da Delegação Brasileira à Reunião da Associação Hispano-Americana de Municípios (New Orleans – USA);

1971 – Membro da Delegação do Congresso Nacional que compareceu à Reunião de Paris da Associação Interparlamentar Mundial.

Publicado originalmente no jornal Correio do Norte de 16 de maio de 1981

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