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Por que cortamos relações com a Nativa FM? Entenda

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Programa Cidade Ao Vivo deixa de ser veiculado pela emissora

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COLUNA DE DOMINGO O assunto que dominou a semana foi, para além de Luiz Shimoguiri (PSD) Et caterva terem se tornado réus na Mensageiro, o anúncio de que a rádio Nativa FM vai colocar o ex-prefeito e radialista Beto Passos no ar. A reação foi imediata, sendo a primeira do próprio JMais nesta coluna na sexta-feira passada. Na sequência a prefeita Juliana Maciel Hoppe anunciou que vai cortar verba publicitária da emissora. Várias pessoas protestaram, incrédulas, reservadamente.

Pois bem, em respeito a transparência que une o JMais a seus leitores e eu como diretor e editor deste veículo, vejo como importante delinear alguns pontos desta decisão de romper qualquer vínculo com a Nativa FM.

Beto Passos sem sombra de dúvidas construiu uma admirável carreira como locutor. Foi por meio dessa carreira que pavimentou a base da sua trajetória política muito bem-sucedida. Porém, caiu em desgraça não porque se arrependeu do que fez com o capital político que conquistou, mas porque foi flagrado pela maior operação anticorrupção da história de Canoinhas e da região. Não tivesse sido pego com a mão na botija estaria até hoje crescendo politicamente e usando emissoras de rádio pagas com dinheiro público para darem espaço a ele para ofender aqueles que ousassem questionar suas atitudes sem qualquer contraponto. Duas semanas antes de ser preso foi o que ele fez na rádio Clube ao me chamar de “mentiroso”, diante das suspeitas que levantávamos do seu governo.

Mas não se trata de revanchismo, muito menos de pré-julgamento. O que levou-nos a decisão de cessar a transmissão do nosso programa diário Cidade Ao Vivo na emissora comunitária foi algo muito mais grave e está diretamente e unicamente ligado a decisão da emissora de colocá-lo no ar novamente. Extrapola uma decisão empresarial para uma questão coletiva, de quem está inserido em uma sociedade que, acredito, tem na maioria dos seus membros gente honesta e trabalhadora.

Passos pode trabalhar onde bem entende e ser empregado por quem deseja dar-lhe essa oportunidade, por óbvio. Mas não somos obrigados a compactuar com isso. Por que?

Pelo simples motivo de que Passos, réu confesso na operação Et Pater Filium, ainda não pagou pelo que fez e é assim que uma sociedade honesta age diante de um ilícito praticado por um dos seus membros. Passos ficou preso por seis meses e só foi solto porque confessou os crimes que cometeu, jogando a culpa no colo do comparsa, Renato Pike. O poço de sapiência e impáfia que xingava, no rádio, ladrão de roupa de varal, fez algo bem pior, ao usar da função pública que exercia, confiada a ele pelo povo que tanto o admirava, para atrasar o desenvolvimento de Canoinhas, contratando gente incompetente e afastando empresários bem intencionados, manipulando licitações, cobrando propina e falseando a realidade. Tudo em nome do seu próprio bem-estar.

O promotor que magistralmente conduziu a Et Pater Filium, Renato Maia de Faria, disse muito claramente: “Beto Passos vai voltar para a cadeia”. Só não se sabe por quanto tempo mais.

Pois bem, se a profecia do promotor se concretizar, é aí sim a hora do ex-prefeito pagar pelo que fez. Não estamos fazendo Justiça se constatarmos e endossarmos que basta entregar o comparsa que tá tudo certo, pode ir para casa e esta tudo certo. É isso que queremos ensinar a nossos filhos?

Passos fez o que fez porque quis e como quis. Pike só facilitou, não o obrigou como bem mostra a detalhada construção do processo que o denunciou.

O ex-prefeito já poderia estar sentenciado em pelo menos um dos tantos processos que responde. Só não está por iniciativa dele mesmo, que ao mudar o depoimento da colaboração premiada quando na fase de oitiva perante o juiz criminal que irá julgá-lo, levou todos os processos contra ele para a estaca zero. Não se sabe por quanto tempo, mas é justamente uma questão de tempo para ele encontrar a porta da cadeia novamente, ao que tudo indica.

Cremos que somente aceitando e cumprindo sua sentença, Passos nada mais deverá aos homens, cabendo a Deus seu mais importante julgamento. Antes mesmo de a justiça terrena se pronunciar, uma emissora de rádio, que funciona por meio de concessão pública, ceder espaço diário a um réu confesso à espera da condenação, que mais grave que qualquer criminoso, causou danos à toda uma cidade, é atitude esdrúxula, bizarra, puro escárnio com o canoinhense. Esperar pra ver quem do comércio terá coragem de patrocinar tal disparate.

É por estes motivos que cortamos nosso vínculo com a Nativa FM. O Cidade Ao Vivo segue sendo transmitido pelo seu meio de origem, o nosso canal no YouTube e a nossa página no Facebook. Além disso, seguimos com a parceria de retransmissão pelas emissoras Bela Vista FM e webradio KG.

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