Ex-secretário de Administração disse que Renato Pike tinha contatos na Polícia
A publicação da reportagem que revela parte da colaboração premiada do ex-secretário de Administração de Canoinhas, Diogo Seidel, trouxe à baila a possibilidade de o ex-vice-prefeito Renato Pike ter obtido informações privilegiadas sobre a investigação que culminou na sua prisão.
“Teve policial amigo meu que relatou que recebia carros emprestados para viajar final de semana. Ele sempre fazia. Ele fazia esses pequenos favores…”, contou Seidel em sua colaboração premiada.
Segundo Seidel, ele não sabe como, mas Pike conseguia facilitar a transferência de policiais. “Não sei como ele conseguia, mas isso fez com que ele fizesse amizade com muitos policiais”, contou sem deixar claro se se referia a policiais civis ou militares.
Pike, segundo Seidel, chamava de “bizu” informações privilegiadas que receberia de policiais e citou três exemplos de situações em que o ex-vice-prefeito teria recebido informações privilegiadas.
CONTRAPONTO
O tenente coronel Silvano Sasinski, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, disse que o comando não tinha conhecimento do teor da delação. “Como a Et Pater Filium foi comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, braço armado do Ministério Público), não teve participação de policiais militares, então não teria nenhuma possibilidade de ter ocorrido vazamento de informações. Se for necessário vamos instaurar os procedimentos cabíveis. Pode haver (se for provada a participação de algum policial militar), neste caso, responsabilização cível, criminal e até administrativa”, explicou Sasinski afirmando que vai pedir acesso ao conteúdo da colaboração.
A reportagem entrou em contato com o delegado regional Eduardo Borges. Ele encaminhou a demanda à assessoria de imprensa da Polícia Civil do Estado, que não se pronunciou a respeito.
DEFESA
A defesa de Seidel informou que embora seu cliente não esteja disposto a conceder entrevistas, ele ressalta que “desconhece qualquer participação de policiais, civis ou militares, em eventuais ou supostos vazamentos de informações sobre investigações da operação Et Pater Filium ou de qualquer outro procedimento.”
