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Pike recebia informações privilegiadas sobre operações policiais, diz delator

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Ex-vice-prefeito costumava agradar policiais emprestando carros, afirma Diogo Seidel

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A colaboração premiada de Diogo Seidel, ex-secretário de Administração de Canoinhas, trouxe novas informações sobre os bastidores dos crimes investigados na sétima fase da Operação Et Pater Filium. Uma delas é que Beto Passos e Renato Pike se assustaram ao saber que um dia antes da eleição de 2020 o Ministério Público tinha denunciado os então candidato a prefeito e vice de Três Barras, Gilson Nagano e Gugo, por suposta compra de votos por meio de vales gasolina. Quando a informação chegou até eles, pensaram que as buscas fossem contra eles e deram a eleição por perdida. Essa informação, adiantada pela coluna de Edinei Wassoaski de 3 de agosto, ganhou novos elementos com a íntegra da delação do ex-secretário. Aos promotores da operação, Diogo afirmou que Renato Pike recebia informações privilegiadas.

“Teve policial amigo meu que relatou que recebia carros emprestados para viajar final de semana. Ele sempre fazia. Ele fazia esses pequenos favores…”, contou Seidel em sua colaboração premiada.

Segundo Seidel, ele não sabe como, mas Pike conseguia facilitar a transferência de policiais. “Não sei como ele conseguia, mas isso fez com que ele fizesse amizade com muitos policiais”, contou sem deixar claro se se referia a policiais civis ou militares.

Pike, segundo Seidel, chamava de “bizu” informações privilegiadas que receberia de policiais.

O primeiro indício de que isso era verdade, segundo Seidel, ocorreu em 2020, durante a campanha pela reeleição. “Ele me chama um dia e pede a papelada da campanha. Ele me mandou tirar tudo da minha casa e levar para a casa do Gustavo, do ICPrev. Não quis comprometer o Gustavo e levei para uma casa de meu sogro. Ele é uma pessoa muito simples e me deu a chave, sem questionar. Dois dias depois, estourou a operação no posto Zaka.” Seidel se refere justamente a acusação de crime eleitoral que pesou contra Nagano e Gugo. Ao que tudo indica, Pike não sabia o que era, mas se tratar de uma acusação contra a campanha dele e de Beto. “No dia seguinte perguntei se eu podia buscar os documentos, ele disse que sim. Isso mostrou que ele tinha algum tipo de informação privilegiada”, acredita Seidel.

Na antevéspera do Natal de 2020, Pike teria recebido outra informação privilegiada. “Eu estava em Barra do Sul, o Pike me ligou dizendo que precisava conversar comigo. Pegou meu celular e colocou no porta-luvas do carro. Ele disse que recebeu informação de que iria estourar algo. Aí perguntou sobre meu notebook. Mandou que eu trocasse o celular” e orientou que se pegassem seu celular ele teria de colocar o aparelho por um minuto no micro-ondas “que não sobra nada”. No dia em que foi preso, Seidel de fato fez o recomendado por Pike, “mas eu coloquei por dois minutos”. Ainda sobre a conversa da antevéspera do Natal, Seidel contou que Pike “não tinha ideia do que iria estourar.” Contudo, nada aconteceu.

“Depois, uma empresa me pagou R$ 10 mil (de propina), entreguei para ele e ele me perguntou se eu tinha trocado de celular, disse que não e, então, ele me deu R$ 5 mil e mandou eu trocar de celular. Ele mesmo desativou backups (do aparelho).”

No segundo semestre de 2021, Seidel contou que Pike telefonou para ele e se convidou para uma cerveja na casa dele. ‘Ele disse que estava sem carro, então fui pegar ele na casa dele, estaciono e ele entra no meu carro e joga um pacote pardo dentro do meu porta-luvas. Ele disse que tinha de posar na minha casa porque tinha recebido um bizu de que teria batida na casa dele. Até então ele dizia que o dr Renato (Maia de Faria) era promotor de prender prefeito, que não queria nada com vice. Aí tomamos umas cervejas, ele teve relações sexuais com minha cunhada, que estava posando lá, e no dia seguinte ele acordou 7 horas, como nada aconteceu, deixei ele em casa”, relatou.

Dois dias depois Seidel diz que se lembrou do pacote pardo deixado por Pike no seu porta-luvas. “Ele mandou eu destruir o gravador, um pen drive e outros equipamentos que desconheço e que estavam no pacote. Mas guardei”, conta. As provas foram entregues ao Ministério Público.

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