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Os dados alarmantes sobre clima no sexto relatório do IPCC. Como isso te afeta?

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Não há mais dúvidas de que as mudanças climáticas estão em curso

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O novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) dá um recado contundente: não há mais dúvidas de que as mudanças climáticas estão em curso devido às ações humanas, já com efeitos negativos em todo o planeta. E, ainda, se medidas para conter as emissões de gases estufa não forem tomadas, imediatamente, a situação só vai piorar.

As conclusões do documento são as mais claras e preocupantes até agora sobre o aquecimento global. Foi a primeira vez que a entidade quantificou o impacto humano sobre o clima: o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis foram apontados como a causa do aumento da temperatura na Terra, e pela primeira vez o Painel associou a maior incidência de eventos extremos ao fenômeno.

Esse é o sexto trabalho do IPCC desde sua criação, em 1992, que consiste em uma ampla revisão de trabalhos científicos publicados sobre o tema nos últimos anos. É também o relatório mais incisivo. Não existe mais espaço para dúvidas sobre o papel humano nas mudanças climáticas, nem para leniência de nossa parte.

Toda vez que eu escrevo sobre isso, sempre reforço que o que está acontecendo, já estava previsto há mais de vinte anos. É importante o leitor entender que não são “previsões” sem fundamento, mas resultados de modelos matemáticos, utilizando dados reais de mais de cem anos!

Os dados mais recentes confirmam que todo o globo sente os efeitos do aquecimento do planeta, 1,1ºC a mais em média em comparação com as temperaturas registradas desde 1850. Nos próximos 20 anos, a temperatura deve ultrapassar 1,5ºC a mais – trazendo ainda mais efeitos negativos para a vida das pessoas, como extremos de temperatura mais frequentes, intensos e perigosos.

No Brasil, esse aumento de temperatura já tem e terá ainda mais efeito direto na disponibilidade de chuva e na produtividade do agronegócio. É chocante ver como alguns representantes do agronegócio parecem cegos para a realidade, prejudicando todo o setor. Hoje o inaceitável desmatamento em curso na Amazônia agrava ainda mais os efeitos negativos do clima. Para manter a capacidade produtiva no campo brasileiro, é preciso agir agora.

Um ambiente mais quente e seco torna a vegetação ainda mais inflamável. Quanto mais quente e seco o ambiente fica, maior é o risco de qualquer foguinho virar um incêndio de grandes proporções. É um círculo vicioso e muito ruim para o Brasil.

A principal contribuição do Brasil para o agravamento das mudanças climáticas é o desmatamento e a degradação florestal. Em 2019, o país lançou na atmosfera 2,17 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior. O setor de mudanças de uso da terra respondeu pelo maior aumento, 23%, e quase metade de todas as emissões brasileiras naquele ano: 44%, ou 968 milhões de tCO2e, segundo o SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases do Efeito Estufa).

É neste setor de uso da terra, contudo, que o Brasil pode fazer uma contribuição fundamental para o futuro do clima planetário. Para isto, o país precisa reduzir o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, recuperar com florestas as áreas degradadas e aumentar a produtividade agrícola nas grandes áreas já desmatadas e que estão subutilizadas.

E como eu não canso de dizer: se tem um país que sabe fazer a boa agricultura neste planeta, somo nós. Por isso, fortaleça a agricultura e a pecuária brasileira: não defenda desmatamento na Amazônia ou queimadas pelo país porque isso beneficia apenas um pequeno grupo e prejudica todo uma nação e o futuro do planeta. Todos os cálculos comprovam isso.

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