Até mesmo a desembargadora que cuida do caso foi ameaçada nas redes sociais
ALTO RISCO
COLUNA DE DOMINGO A Operação Mensageiro tem se mostrado de alto risco para todos os envolvidos. A constatação de que as contas em redes sociais da desembargadora Cinthia Beatriz Bittencourt Schaefer e do marido dela foram desativadas soou o alarme da dimensão do perigo que envolve a operação. Em um dos perfis conjuntos que mantinham, eles comunicaram os seguidores sobre a decisão tomada. Segundo apurado pelo jornalista da NSC, Anderson Silva, nas últimas semanas cresceu o nível de tensão nos bastidores da operação diante das ameaças sofridas por delatores.
No comunicado escrito em rede social, a desembargadora e o marido afirmaram que a decisão leva em conta os “ataques sistemáticos por razões profissionais”, além de “orientação dos órgãos de segurança”.
Se temos uma representante do Judiciário sendo ameaçada de modo tão escancarado, isso mostra o grau de periculosidade dessa operação, que descortinou o maior escândalo político da história de Santa Catarina nas palavras do Ministério Público e que ao que parece, não é possível se ter real dimensão da sua dimensão. O fio da meada puxado pela Et Pater Filium, que levou à Mensageiro, pode revelar outras camadas da podridão que corrói a política catarinense há décadas.
A casa de um dos delatores foi queimada. Com indícios de criminoso, foi justamente esse episódio que levou a desembargadora a impedir a divulgação dos nomes dos delatores. Em Canoinhas, os advogados Luis e Paulo Glinski, que defendem três delatores, orientaram os três a observar qualquer movimento anormal ou suspeito para ser relatado ao Ministério Público. O incêndio não foi na propriedade de nenhum dos três.
Neste surreal cenário ninguém está a salvo, nem mesmo a imprensa, que por meios ocultos (e outros nem tanto) também corre riscos.
