Dos 10 prefeitos do Planalto Norte, quatro trocaram de partido
MOVIMENTAÇÃO
Os próximos dias serão decisivos para os partidos políticos somarem o máximo possível de nomes importantes, protagonistas da política local, com vistas a se fortalecer para as eleições de outubro. As siglas têm até 6 de abril para filiar políticos com mandato no legislativo. Na prática, quem teria de ir já foi ou anunciou que vai. Para prefeitos, não há essa restrição, mas a maioria já tomou sua decisão. A coluna fez um levantamento nas dez cidades do Planalto Norte e o saldo foi de 40% de troca, ou seja, de dez prefeitos, quatro trocaram ou anunciaram que trocarão de partido.
Juliana Maciel Hoppe saiu na frente e com ficha abonada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro trocou o PSDB pelo PL no ano passado. O PL anunciou sua mais nova “aquisição” na semana passada. O prefeito de Monte Castelo, Jean Carlos Medeiros, deixou o PSDB para ingressar no partido de Bolsonaro. Completando dois mandatos, contudo, Medeiros só tem o apoio para oferecer. “Monte Castelo terá candidatura a prefeito pelo PL. Terá meu apoio e do governador Jorginho Melo. O nome está em discussão. O vice será de um partido aliado, a saber nos próximos dias, já que a vaga também está em aberto. A chapa de vereadores foi reforçada por aqueles que seriam candidatos pelo PSDB”, diz Medeiros.
Empatado com o PL em “aquisições”, o MDB tem dois prefeitos. Ana Claudia Quege vai disputar a reeleição em Três Barras nas hostes emedebistas após deixar o Progressistas. Já em Mafra, Emerson Maas também quer ser reeleito pelo MDB depois de deixar o Podemos.
Devem concorrer a reeleição, ainda, mas sem trocar de partido, Edson Schoroeder (PT) em Major Vieira; e Jeferson Chupel (PSD) em Papanduva.
Nas demais cidades os atuais mandatários vão ficar fora da disputa. Como está concluindo o segundo mandato, Eliseu Mibach (PSDB) deve apoiar Célio Tucano (PSDB) na disputa pela prefeitura de Porto União.
Em Irineópolis, Lademir Arcari segue no PSDB e quer seguir alternando a prefeitura com quem o fez prefeito, o ex-mandatário Juliano Pereira (PSDB).
Em Bela Vista do Toldo, Valdecir Krauss (UB) pode até querer ser candidato a reeleição, mas o partido não deve deixar.
Já em Itaiópolis, apesar de Mozer, que se elegeu pelo PSD, poder concorrer a reeleição, é ele quem não quer mais saber de política. Mozer saiu do PSD, não ingressou em nenhuma outra sigla, e diz que não quer seguir na política depois de concluir seu mandato.
O PLACAR
SEMANA DE DESPEDIDA
A semana é de despedida para secretários municipais que querem disputar a eleição de outubro. Como encerra o mês, eles precisam ser exonerados, já que em 6 de abril começa a contagem regressiva de seis meses para a eleição.
Em Canoinhas, a princípio, três secretários deixam suas respectivas pastas. Carlos Eduardo Vipievski (Habitação), Gil Baiano (Obras), e Edmilson Verka (Desenvolvimento Rural). Tecnicamente todos serão candidatos a vereador, salvo o PL bata o martelo em chapa pura com Gil sendo o vice de Juliana.
Ivan Karuncho (Defesa Civil) deve concorrer a vereador, mas no caso dele, como a pasta não equivale à secretaria, ele pode se desvincular três meses antes da eleição.
LEITE
Durante a reunião da Comissão de Agricultura na Câmara dos Deputados, nesta semana, o deputado federal Rafael Pezenti (MDB) elogiou a medida anunciada pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com objetivo de proteger os produtores locais de leite.
O governador mineiro informou que, a partir de agora, as empresas que importam leite para o estado deixarão de ter acesso ao Regime Especial de Tributação (RET), o que significa que pagarão o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 18% no momento da comercialização dos produtos.
Pezenti sugeriu que o governo de Santa Catarina, 4º maior produtor de leite do país, faça o mesmo que o governo de Minas Gerais para socorrer os produtores catarinenses que enfrentam a mais grave crise da história do setor leiteiro em decorrência do excesso de importação e que, segundo ele, estão abandonando a atividade. O pedido também foi formalizado via ofício para a Secretaria Estadual da Fazenda.
R$ 7,6 bilhões
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ÁGUA VAI SUBIR
O setor de saneamento básico perdeu todas as desonerações na reforma tributária. Com a mudança, a alíquota —atualmente de 9,25%— tende a subir para 27%, o valor cheio estimado, com impactos sobre a conta de água e esgoto e riscos para os investimentos.
Pela regra atual, em relação ao consumo, o setor paga apenas tributos federas, PIS e Cofins. Está isento do ICMS estadual e do ISS municipal. O texto da reforma que implementa o Imposto sobre Valor Agregado dual prevê que o setor pagará não apenas o CBS federal, mas também o IBS para estados e municípios (dois tributos sobre bens e serviços).
ALÍVIO
A prisão de um conselheiro do Tribunal de Contas, um deputado federal e de um delegado de Polícia Civil acusados da morte da vereadora carioca Marielle Franco mostra o quão apodrecida está a relação entre políticos e policiais. Mas ainda bem que é no Rio de Janeiro, não é não?