Câmara retomou os trabalhos com bomba da Previdência nas mãos
A BOMBA
COLUNA DE DOMINGO Na sexta-feira, 17, os vereadores de Canoinhas participaram de uma audiência pública para tratar do famigerado cálculo atuarial ((projeção futura)) do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos Municipais (ICPrev).
A reunião foi conduzida pelo atuário Luiz Claudio Kogut, que apresentou a situação financeira atual e as projeções de gastos do Instituto.
Kogut atualizou uma realidade que os vereadores já conhecem. Os aportes atuais não são o suficiente para manter a saúde financeira do ICPrev a longo prazo. A tendência é de o fundo falir com um déficit que se não for considerado agora levará o Instituto ao colapso.
Qual a solução? Aumentar, de imediato, a alíquota de contribuição dos servidores e, também, do patronal.
Os gastos do ICPrev crescem de maneira galopante. Hoje são 123 beneficiários que dependem do Instituto. Em 2016, quando foi criado, havia apenas um aposentado e em 2017, havia 40. A média do benefício passou de R$ 1.996 (2016) para R$ 6.124 (2021).
Como consequência do fato de nada ter sido feito para mudar a projeção, o Município já teve a Certidão de Regularidade Previdenciária bloqueada. Repasses do Comprev (sistema de compensação entre os regimes próprios) também foram bloqueados.
O exemplo de institutos de outros Municípios é que levam a regulação a ser tão prudente.
O aumento da alíquota é polêmico e vai ser o grande dilema dos vereadores e do Executivo neste ano. Caberá a eles dar o remédio amargo que o funcionalismo não quer tomar, especialmente os professores, que têm engolido goela abaixo a moratória ao piso nacional.
“Acima de qualquer coisa a gente tem de ter humanidade. Jamais vamos tomar decisão sem conversar com todas as partes envolvidas. Sempre fui muito de ouvir”, disse a prefeita Juliana Maciel Hoppe (PSDB) sobre o assunto pouco antes de assumir a prefeitura.
Diálogo pode até existir, mas convencer o funcionalismo é que são outros quinhentos.
