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Estratégia da defesa de Beto Passos tenta provar que o inferno são os outros

Imagem:Arquivo

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Ex-prefeito tenta diminuir o impacto da sua participação em esquema de corrupção

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COLUNA DE DOMINGO Beto Passos é um homem de origem humilde. Ele fez carreira no rádio e na política, chorando as pitangas pelos percalços que enfrentou ao longo de uma vida paupérrima. Porém, por mais intrigante que seja, seu irmão, Marcio Passos, progrediu na vida ao ponto de salvar Beto financeiramente, conforme o ex-prefeito contou na retomada das audiências da fase Canoinhas da operação Et Pater Filium na sexta-feira, 24. Isso, mesmo Marcio tendo passado boa parte da vida trabalhando como motorista de Beto. O auge de sua vida profissional foi ser gerente de Agricultura da extinta Agência de Desenvolvimento Regional de Canoinhas por alguns meses, cargo este ocupado por indicação de Beto, que já era prefeito.

Mesmo com este histórico profissional, Marcio emprestou dinheiro ao irmão em tal volume que seria possível comprar uma casa, quis fazer crer Beto. Se colar, colou.

No discurso do ex-prefeito, não houve pecado que se sobreponha a uma inocente ambição estimulada pelo maquiavélico Nilson de Oliveira, um “louco” imprevisível nas palavras de Beto. Quem confiaria em um
“louco” para iniciar um esquema de propina? Somente alguém desprovido de maldade, não?

É essa a linha de defesa de Beto Passos, uma vítima nas mãos de tenebrosos algozes, cujo único pecado foi aproveitar uma oportunidade ofertada pelos reais criminosos. Sabe como é, a carne é fraca, mas a intenção é boa, afinal, estava em jogo a tão sonhada casa própria do irmão.

Passos disse que Joziel Dembinski passou a operar em Canoinhas a sua
revelia. Ora, há testemunhos de que houve interferência nas licitações e quem assinava a liberação dos serviços era o prefeito. Segundo reportagem do JMais, o ex-prefeito assinou 24 contratos com a empresa de Joziel em 18 meses. A falta de cuidado de Passos foi tamanha que o Município chegou a depositar R$ 33 mil na conta de Dembinski sem qualquer contrato. Tudo assinado por ele. Segundo apurou o Ministério Público (MPSC), 15 contratos com o Município de Canoinhas foram fruto de licitações fraudadas por Dembinski. Não há como fraudar uma licitação sem comparsas dentro da prefeitura. Se os caminhões de Dembinski eram de Passos, como ele mesmo confessou, quem teria interesse em fazê-lo vencer as licitações?

Passos não nega que sabia, mas é difícil imaginar que ele não queria o espraiamento do esquema para Canoinhas.

Ao responder a uma pergunta do advogado de Nilson de Oliveira, ele disse que quando Nilson deixou a Secretaria de Obras para disputar uma vaga na Câmara, ele tratava de propina diretamente com Adelmo Alberti, como se Alberti tivesse alguma ingerência sobre a pasta de Obras da prefeitura de Canoinhas. Parece crível que qualquer integrante de seu governo tocava o esquema na Secretaria, mas um prefeito de outra cidade, por mais matreiro que seja, e Alberti é, parece pouco provável.

As promotoras que interrogaram Passos foram sutis, precisas e exemplarmente educadas nos questionamentos. Difícil saber, portanto, se as histórias colaram.

De qualquer forma, se condenado, lembrem-se, Passos não poderá ficar segregado por mais que 16 anos, conforme deixa claro o acordo de colaboração premiada.

 

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