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Em 18 meses, empresário preso venceu sete licitações e assinou 24 contratos com prefeitura de Canoinhas

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Em quatro das sete licitações ele concorreu com outro preso na operação Et Pater Filium

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O infortúnio da prisão de Joziel Dembinski, proprietário de uma empresa de maquinário pesado homônima sediada em Bela Vista do Toldo, interrompeu uma carreira de sucesso, especialmente em Canoinhas, onde o empresário venceu sete processos licitatórios em apenas um ano e meio. A partir dessas vitórias ele assinou 24 contratos com a prefeitura de Canoinhas, o mais recente em 1º de julho, cinco dias antes de ser preso. Dos 10 primeiros contratos assinados pelo prefeito Beto Passos (PSD) em 2021, quatro foram com Joziel. Dos 24 contratos que o empresário celebrou em 18 meses com prefeitura de Canoinhas, 11 foram assinados neste ano.

Dos sete pregões vencidos por Dembinski chama a atenção o fato de o vereador belavistense também preso na quarta fase da operação Et Pater Filium, Vilson Stelzner (PSL), ter participado de quatro.

O JMais analisou todos os pregões. Dos quatro realizados em 2020 dois eram para transporte de cascalho e pedras britas e os outros dois eram para contratação de escavadeira hidráulica e o outro para horas de mão de obra e maquinário, destinados a preparação e aplicação de emulsão asfáltica nas vias do município. Dembinski venceu por oferecer menor preço em todos os processos. Dois dos quatro processos licitatórios de 2020 tiveram três empresas interessadas: Dembisnki, Stelzer e a GLR Serviços, de Canoinhas. O terceiro processo despertou interesse de outras duas empresas, Ouro da Terra, de Major Vieira, e Sopko, de Teixeira Soares (PR). O quarto processo teve Dembinski como único interessado.

Já neste ano Dembinski encontrou concorrência mais acirrada, mas mesmo assim venceu um processo licitatório do qual sete empresas participaram. Neste caso eram dois lotes em disputa. Dembinski ganhou para oferecer serviços de rolo compactador e a Ouro da Terra, de Major Vieira, venceu para serviços de máquina retroescavadeira.

O segundo processo vencido neste ano por Dembiski tinha novamente como concorrentes Stelzner e a GLR Serviços.

Já o terceiro e último processo vencido antes da prisão teve quatro concorrentes e versavam sobre dois lotes, ambos arrematados por Dembinski.

A relação bem-sucedida com a prefeitura de Canoinhas rendeu faturamento de R$ 1,7 milhão para a empresa de Dembinski em 18 meses, R$ 94,4 mil por mês. Isso significa que se a empresa trabalhasse de domingo a domingo, receberia o valor de R$ 3.133 por dia, considerando os sete dias da semana.


CONTRAPONTO

O Governo de Canoinhas esclareceu por meio de nota enviada ao JMais na manhã de quarta-feira, 14, que o pagamento realizado para o transporte de material (pedra brita e cascalho) é correspondente ao volume transportado por quilômetro. Ou seja, o pagamento não é realizado apenas por quilômetro rodado, questão que foi levantada pelos vereadores de oposição. “Usamos uma unidade de medida para calcular quanto de material é de fato transportado para evitar que as caçambas andem vazias, por exemplo”, explica o secretário de Administração, Diogo Seidel.

Uma carga de 12 metros cúbicos rodando dez quilômetros terá o custo de R$ 84 ao município, por exemplo.

De acordo com Seidel, esta unidade faz com que o município economize no transporte. “Pagamos pelo que realmente é transportando de acordo com o quilômetro”, garante. A fiscalização é realizada por servidores da Secretaria de Obras de Canoinhas que possuem registros do cumprimento do contrato.

A nota do Município afirma que a empresa de Dembinski foi contratada por meio de licitação pública na modalidade de pregão presencial por meio de registro de preço. “A administração pública firma compromisso por meio de uma ata onde, se precisar de determinado produto registrado, o vencedor estará obrigado ao fornecimento dentro do prazo de validade da referida ata. No caso do transporte do material, o valor registrado em vigência é de 800 mil metros cúbicos por quilômetro rodado (m³/km)”, explica.

Segundo o Município, a empresa contratada por meio de licitação está realizando o serviço de acordo com a demanda e a produção de material no município. Segundo o departamento jurídico, não há motivos contratuais para interrupção da prestação do serviço e nem orientação ou determinação judicial para rompimento.

Se houver orientação do Ministério Público ou determinação judicial no sentido de interromper o contrato, o Município diz que interromperá a contratação.

“O Governo de Canoinhas reitera o compromisso com os recursos de todo canoinhense e com os princípios da administração pública e está aberto para qualquer esclarecimento à população”, reitera a nota.



ET PATER FILIUM

Joziel foi preso no dia 6 de julho na quarta fase da operação Et Pater Filium que prendeu, também, o prefeito Adelmo Alberti, o vereador Vilson Stelzer e o ex-secretário municipal Claudinei Ribeiro. Nesta sexta, 16, eles participaram de mais uma audiência por videoconferência, mas seguem presos. O processo segue em segredo de justiça.

Assista a reportagem sobre a operação

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