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Cadê o mea culpa dos vereadores que apoiaram Beto e Pike?

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Nenhum deles condenou publicamente as atitudes dos dois

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COLUNA DE DOMINGO A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta. Essa frase é atribuída ao imperador romano Júlio César. Em 1 de maio de 62 a.C., a segunda esposa de Júlio César, Pompeia Sula, uma jovem muito bonita, promoveu uma festa em sua casa apenas para mulheres. Homens não podiam sequer se aproximar do evento. Mas Publius Clodius, sendo rico e atrevido, estava apaixonado por Pompeia e não resistiu: disfarçou-se de tocadora de lira e, clandestinamente, entrou na festa, na esperança de se aproximar da amada. Ele foi descoberto e o falatório foi geral na cidade. Mesmo que não tivesse acontecido nada, segundo a história, imediatamente Júlio César se divorciou da esposa e disse: “A mulher de César deve estar acima de qualquer suspeita. A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.

Se dita ou não, pouco importa. Fato é que essa frase serviu para balizar várias relações, entre elas, a mais cândida, a do político com seu povo. Aliás, a palavra candidato, vejam só, deriva de cândido, puro, alvo, correto e de índole inabalável.

Resgato essa história para comentar os incisivos discursos dos vereadores Wilmar Sudoski (PSD) e Osmar Oleskovicz (PSD) nesta semana na Câmara, ao comentar a posse de Juliana Maciel (PSDB). Sem citar os nomes de Beto Passos e Renato Pike, Sudoski se exaltou para frisar que ele nada tem a ver com o mar de lama no qual os dois aliados se envolveram. “Colocou-se tudo no mesmo saco, e isso não é verdade. Se alguém tiver provas que apresente. Se erramos algum momento foi no intuito de acertar”, afirmou, aproveitando para destacar que não vai concorrer à reeleição em 2024. “Já havia dito isso em 2020”, lembrou.

Sudoski provavelmente tem razão ao rechaçar essa lama. Não há nenhuma citação a seu nome nas delações até aqui colecionadas. Aliás, o nome de nenhum dos vereadores foi citado. Nada desabona a conduta de nenhum deles, mas, como nos ensina a Roma antiga, é preciso mais que reafirmar suas respectivas posturas ilibadas. Não há como passar uma borracha no passado. Todos os governistas lutaram pela eleição e reeleição de Passos e Pike, passaram um cheque em branco para ambos e não podem se isentar dessa responsabilidade. Um mea culpa viria em boa hora.

Primeiramente, deveriam assumir sua parcela de culpa na ascensão dos dois e, mais importante, condenar a atitude da dupla. Passos é réu confesso, então a fase da teoria da conspiração já passou. O que os outros delatores disseram sobre Pike dialoga de maneira indiscutível, então, estão esperando o que para condená-los publicamente? “Andei do lado do erro, mas não errei” foi o máximo que se ouviu e foi da boca de Willian Godoy (PSD) no apagar das luzes do seu governo interino, no qual, frise-se, manteve dezenas de aliados de Passos e Pike.

Os vereadores podem enaltecer suas índoles o quanto quiserem, mas a interpretação é livre. Para mim, enquanto não ouvir da boca deles uma severa repreensão a Beto e Pike, nada me convence de que em poucos anos não estejam todos juntos empenhados em voltar ao poder.

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