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As lições que a Festa do Trator dá à região

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Evento se tornou notícia nacional, feito que a Fesmate, por exemplo, nunca conseguiu

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Entrevista publicada originalmente em 7/8/22. O colunista está em férias e retorna dia 24/1/23

RUMO

COLUNA DE DOMINGO Já contei aqui na coluna o exemplo de Chapecó para superar suas limitações territoriais e estruturais. Afinal, como a cidade mais afastada da Capital, sem portos e distante centenas de quilômetros do mar conseguiu se projetar e se tornar uma potência agroeconômica no País?

Até 1950, vejam só, assim como a de Canoinhas, a economia de Chapecó era centrada na madeira e erva-mate. Em 4 de outubro daquele ano, quatro homens incendiaram a igreja católica a fim de comover a população que, empenhada em apagar o fogo, deixou suas casas abertas, sozinhas, o que facilitou uma limpa geral nos bens dos chapecoenses. Sob tortura, os quatro confessaram o crime. Antes de serem julgados, instigados pelo padre, cerca de 200 católicos invadiram a cadeia e os espancaram com pauladas, facadas e tiros. Não contentes, arrastaram os acusados pelo centro da cidade e queimaram os corpos. O ato violento ganhou projeção internacional e jogou sobre a cidade um aspecto de selvageria e violência que afastou investimentos.

Essa história está contada no livro O Linchamento que Muitos Querem Esquecer, de Monica Hass. Em entrevista ao caderno “Nós” do Diário Catarinense, ela traduz em números o quanto o episódio impactou na economia de Chapecó. Foi assim que, em 1952 foi criado o Frigorífico Chapecó e com ele as bases do cooperativismo na cidade. Os chapecoenses perceberam que não receberiam iniciativas externas e resolveram reagir. Acertaram.

É claro que não precisamos linchar ninguém para evoluir, podemos, por exemplo, criar uma festa que se torne uma marca registrada. É o que vimos recentemente em Irineópolis. Na sua sétima edição a Festa do Trator reunir quase mil veículos em desfile e gerou mídia positiva a nível nacional. Nunca a Fesmate, realizada em Canoinhas, conseguiu tal feito espontaneamente. Ou seja, se vamos investir em uma festa precisamos mudar o tema, inovar, fazer algo original como o irineopolitanos nos ensinam.

Este assunto precisa ser pauta nas entidades de classe, notadamente do comércio e da indústria, o que me faz lembrar que na sexta-feira mudou a direção da Associação Empresarial de Canoinhas, agora presidida pelo jovem Felipe Piermann. Não querendo desmerecer o admirável trabalho de seus antecessores, os tempos são outros, logo, exigem novas táticas para reavivar a economia de uma cidade que poderia muito bem ver no escândalo da Et Pater Filium o seu próprio linchamento, moral neste caso. Não adianta esperar pela ajuda dos outros, temos de nos virar.  

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