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A falta que Paulinho Ferreira vai fazer

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Comunicador único, era um gigante em tudo que fazia

DESPEDIDA

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Coluna publicada originalmente em 31/7/22. O colunista está em férias e retorna dia 24/1/23

COLUNA DE DOMINGO Precisei de uma semana para escrever este texto que estava em meus planos desde o domingo à noite, quando chorei a morte de um amigo. Mais que isso, um colega de trabalho que via como exemplo.

Paulo Ricardo Ferreira, o Paulinho da UNC, foi brutalmente assassinado há uma semana. Dizer que o radialista Paulinho foi assassinado é reduzir a carreira de um gigante em tudo que fazia a apenas uma de suas facetas profissionais.

Paulinho era inquieto, como todos aqueles que transformam este mundo. Seu talento era gigante e não cabia na região de Canoinhas. Mas como foi aqui que escolheu viver, fez do limão uma limonada e transformou tudo em que tocou. Encontrou na autonomia que recebeu da direção da Universidade do Contestado tudo que precisava para tornar a UNC FM no que ela é hoje, uma referência em bom gosto musical e cultura no rádio.

Na contracorrente do popular, Paulinho inovou e deu certo. Pensava grande e onde alguém dizia que era impossível chamava a responsabilidade para si e dizia “quer ver como consigo”. E conseguia! Como quando contratou Ronaldo Tapajós, a voz do Tele Cine, para ser a voz da UNC.

Quando aceitou o convite para se aventurar pelo jornalismo, escreveu uma reportagem sobre a pobreza em Canoinhas. Seu texto me impactou. Mostrei a uma colega de docência que estuda formas de fazer jornalismo. Ao ler ela me disse: “Pode estar aqui uma reinvenção do fazer jornalismo”. Contei pra ele e, humilde como sempre, agradeceu com brilho no olhar, como quem acha que é muito bom ser elogiado, mas acima de tudo, um estímulo para sempre melhorar.

Estudava muito, lia, se comprometia de corpo e alma em tudo que fazia. O resultado era a admiração de quem convivia com ele.

Há dois meses, em uma cobertura na Câmara de Vereadores, Paulinho me chamou para um chope: “Vamos lá, vai ser legal trocar umas ideias”. Relutante, por como sempre estar cheio de trabalho, acabei aceitando. Falamos sobre tudo, como sempre fazem os bons amigos quando deixam a distância do WhatsApp de lado e decidem dedicar um tempo, de fato, um ao outro. Combinamos de repetir encontros como aquele. Acreditei mesmo que repetiríamos.

Alguém comentou que Paulinho não merecia morrer como morreu. Acrescento: ninguém merecia morrer como meu amigo morreu. Vai em paz, Paulinho. Talvez Canoinhas e região precisem de um tempo ainda para perceber tudo o que se vai contigo.

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