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A volta por cima dos políticos presos na Et Pater Filium e Mensageiro

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A COLUNA ESTÁ DE FÉRIAS. VOLTA A PUBLICAR TEXTOS INÉDITOS EM 1º DE FEVEREIRO DE 24. ATÉ LÁ, TEXTOS DE 2023 SERÃO DESTACADOS COMO ESTE, POSTADO ORIGINALMENTE EM 3 DE SETEMBRO

Tudo mudou para que tudo volte ao seu lugar

COLUNA DE DOMINGO Quando você era criança e, imagino, teve a sorte de nascer em uma família honesta, seus pais falavam a todo o momento: “Isso é certo… Isso é errado!”. Foi assim que, imagino, você aprendeu que pegar o brinquedo do coleguinha para si era errado. Bater, xingar, berrar para fazer a sua vontade, por óbvio, era errado.

Partindo desse princípio, se você teve esse tipo de educação, certamente você se revoltou ao descobrir que todos os prefeitos eleitos na comarca de Canoinhas em 2020 estavam envolvidos em algum esquema de corrupção, traduzidos pelas operações Et Pater Filium e Mensageiro, magistralmente conduzidas pelo Ministério Público. Vi vários comentários nas nossas redes sociais que traduziam essa revolta.

Agora, reparem, quantos vices, que assumiram os cargos de prefeito, condenaram as atitudes de seus respectivos prefeitos? Eu respondo: nenhum.

Artífice, réu confesso que se gaba de ter ajudado a articular na construção do maior esquema de pagamento de propina do Estado, Adelmo Alberti (PL) entregou toda a trupe sem qualquer crise de consciência. Contava as estrepolias criminosas com um sorriso no rosto em sua delação. Justamente por entregar os colegas, foi solto. Seu vice, que nunca condenou Alberti, surpresa, herdou seu esquema numa demonstração de ganância e obtusidade notória. Virou, mexeu, a prefeitura caiu no colo de Gilvane Machado (PL), então presidente da Câmara de Vereadores. Gilvane, assim como seis outros vereadores, só foi eleito porque teve apoio direto e irrestrito de Alberti. Questionado sobre sua relação com o ex-prefeito, Gilvane tergiversou e disse que “para mim ele não fez nada”. Por força do acordo de colaboração premiada, Alberti não pode deixar a comarca. Está em Bela Vista do Todo, cidade pequena onde todos se conhecem e se encontram, casualmente, ou não.

Em Major Vieira, o vice, Edson Schroeder (PT), disse, com todas as letras, que vai seguir o plano de Adilson Lisczkovski (Patriota). “Me sinto sentido por estar ocupando uma vaga que era dele, uma eleição que era dele”, disse como se prestando um tributo ao chefe, sem nenhuma menção a propina que o ex-mandatário recebia para manter os contratos da Serrana Engenharia. Adilson foi solto recentemente e imaginar que ele possa ter alguma interferência no governo de Schroeder depois de uma fala dessas, vamos e venhamos, não é obra de imaginação fértil. Agora, para seguir o plano de Adilson, Schroeder pode consultá-lo sem o constrangimento de passar por revista íntima.

Em Três Barras, Luiz Shimoguiri (PSD) segue preso. Com sua renúncia, Ana Claudia Quege (PP) assumiu a prefeitura. Embora se soubesse que a relação dos dois não era próxima antes da prisão do então prefeito, Ana, em momento algum, condenou as atitudes do ex-prefeito expostas pela Mensageiro.

A única que condena abertamente as atitudes de seus antecessores – prefeito e vice – é Juliana Maciel Hoppe (PSDB), em Canoinhas. O motivo é óbvio: Juliana sempre foi oposição a Beto Passos e Renato Pike.

Porém, o fato de todos os agora prefeitos da comarca terem sido aliados dos presos ou réus soltos não os exime de, primeiro, um mea culpa por terem se juntado a essa gente e, segundo, uma posição muito bem demarcada e verbalizada de que eles não têm nada a ver com os ilícitos, que foram enganados como toda a população e que se depender deles suas respectivas cidades jamais serão saqueadas como foram. É tão difícil assim fazer isso?

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