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Três Barras lidera casos de violência contra a mulher no Planalto Norte

Imagem:Arquivo

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Ao menos 134 ocorrências foram registradas entre 2018 e 2022 na cidade

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A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, divulgou um informativo com dados sobre violência contra mulher em diversos municípios do Estado. Apesar das estatísticas apontarem que o Planalto Norte catarinense é uma das regiões com menor número de casos, a cidade de Três Barras registrou uma incidência de 276,3 a cada 100 mil mulheres no período entre 2018 e 2022, enquanto Canoinhas registrou 85,6 a cada 100 mil mulheres no mesmo período. Para além da desproporção populacional (Três Barras tem menos da metade de habitantes que Canoinhas), os dados impressionam pelo fato de nenhum outro dos 10 municípios da região superar Três Barras. A taxa de incidência foi calculada considerando o número de casos registrados entre 2018 e 2022 divido pela população específica de cada local e multiplicado por 100 mil.

No Estado, contudo, há regiões bem mais violentas. Com menos de 3 mil habitantes, Princesa, no Oeste de Santa Catarina, é a cidade mais violenta para as mulheres viverem, segundo o levantamento. O município registrou índice de 921,8 casos de violência para cada 100 mil mulheres. As principais vítimas são adultas entre 20 e 49 anos.

Além de Princesa, aparecem, na sequência, Ipuaçu, com uma taxa de incidência de 680,6 a cada 100 mil mulheres, seguida de Galvão, com 659,0 e Pomerode, com 609,5. Com exceção da última, todas ficam na região Oeste de Santa Catarina.

No Estado, a taxa fica com 154,1 casos a cada 100 mil mulheres. Entre 2018 e 2022, 28.076 casos foram notificados, sendo as mulheres entre 20 e 49 as principais vítimas: 12.363.

A proposta do boletim epidemiológico é analisar as notificações de violência interpessoal contra mulheres no Estado de Santa Catarina segundo faixa etária, escolaridade, condição de gestante, tipo da violência, local de ocorrência, meio de agressão, caráter de repetição, vínculo do agressor e sexo do agressor.

O estudo aponta que, em Canoinhas, o maior número de casos registrados traz como vítimas mulheres entre 20 e 49 anos, com um total de 46 ocorrências entre 2018 e 2022. Na sequência, 30 casos registrados com vítimas entre apenas 10 e 14 anos de idade.

Tendo como base esse mesmo parâmetro para o município de Três Barras, as estatísticas apontam que os casos de violência contra mulheres entre 20 e 49 anos somam 63 casos no período entre 2018 e 2022. Na sequência, 20 casos registrados com vítimas entre 10 e 14 anos, e 17 ocorrências com vítimas de até nove anos de idade. Estes dados, contudo, podem estar subestimados porque só consideram o casos que viraram boletim de ocorrência.



TIPOS DE VIOLÊNCIA

Os casos que envolvem agressões físicas figuram o tipo de violência contra mulher mais notificado em Santa Catarina no período dos cinco anos analisados, com 15.230 casos registrados. Em seguida foi a violência sexual, com 7.811 casos; psicológica ou moral, com 6.959 ocorrências; e por fim negligência ou abandono, totalizando 5.463 casos.

Em perspectivas mais amplas, os casos de violência sexual tiveram maior incidência em meninas entre 10 e 14 anos em todo o Estado, tendo 221,2 registros a cada 100 mil mulheres, e na sequência 101,3 casos a cada 100 mil mulheres em relação a ocorrências que tiveram como vítimas meninas de até nove anos.

De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, o Sinan, a força corporal do próprio agressor é apresentada como a mais frequente no que diz respeito aos meios de agressão utilizados nos casos de violência contra a mulher, presente em 14.747 do total de 15 mil casos analisados.

Em segundo lugar no âmbito dos meios de agressão, o uso de ameaça aparece em 4.425 dos casos. A utilização de arma de fogo foi registrada em apenas 277 das ocorrências, um dado inferior até mesmo em relação a envenenamentos, que aparecem em 905 dos 15 mil casos que serviram como base para o estudo.



CONSUMO DE ÁLCOOL

A proporção do uso de álcool pelo provável agressor nas notificações de violência contra mulher no período analisado também demonstram dados relevantes sobre o Planalto Norte catarinense. Em 7,7% dos casos registrados na região, o agressor estava alcoolizado. Dentre as regiões com maiores proporções se destacaram a Grande Florianópolis, 10,7%; Foz do Rio Itajaí, 9,7%; e Alto Vale do Rio do Peixe, 8,3%.

Além disso, os dados presentes no boletim evidenciam a taxa de repetição nos casos de violência notificados. Na região do Planalto Norte, por exemplo, 37,6% das mulheres que comunicaram algum episódio violento já haviam sido submetidas à mesma situação anteriormente.

Essa taxa é ainda mais alta no extremo Oeste do Estado, onde 56,3% das mulheres denunciantes comunicaram que o episódio relatado não havia sido o primeiro e que já haviam passado por situações de violência em algum momento anterior.



RELAÇÃO DA VÍTIMA COM AGRESSOR

O boletim aponta ainda que, em 50% dos casos registrados, a relação entre o agressor e a vítima era conjugal. Considerando que o boletim traz a estatística de que a maior parte dos agressores eram homens, pode-se afirmar que em pelo menos metade das ocorrências de violência contra mulher registradas em Santa Catarina envolvem agressões por parte do cônjuge da vítima, com um total de 11.047, equanto casos envolvendo ex-cônjuges tem o registro total de 2.915.

Na sequência, vêm as ocorrências nas quais a mãe da vítima foi a agressora, posteriormente registros em que o pai da vítima a agrediu. Casos em que filhos da vítima foram registrados como agressores tem um total de 2.075 ocorrências.



MUDANÇA

Nas conclusões presentes no boletim publicado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica consta a afirmação de que o intuito do estudo é dar maior visibilidade às ocorrências de violência contra mulher através da disseminação dos dados encontrados por meio das notificações compulsórias, com o objetivo de fomentar mudanças, tanto na organização dos serviços que envolvem o atendimento à mulher em situação de violência, quanto no tipo de abordagem utilizada pelos profissionais que a atendem.

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