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Transtorno mental comum em mulheres de Canoinhas e região

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Pesquisa contribui com a realidade local e regional

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Jaquelini Conceição*

Jairo Marchesan**

Daniela Pedrassani ***

Os problemas de saúde mental no Brasil são reais, preocupantes e desafiadores. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a saúde mental, no ano de 2017 o Brasil era o país com maior prevalência de Transtorno de Ansiedade no mundo e o 5º em relação aos transtornos depressivos. Embora os impactos da covid-19 na saúde mental ainda não estejam completamente mensurados, com a pandemia o número de pessoas com tais transtornos aumentou. É preciso considerar, também, que outros fatores contribuem para as crescentes taxas de pessoas com problemas de saúde mental, especialmente os de transtornos, tais como o crescimento populacional, o aumento da longevidade, as crises econômicas, políticas e as mudanças sociais (OPAS, 2021).

Outro aspecto preocupante, senão alarmante, é o número de suicídios entre os brasileiros. No período compreendido entre os anos de 1996 e 2017, enquanto a tendência mundial foi de redução nessa taxa, no Brasil houve o crescimento de 7% ao ano. Alguns dos Estados com as maiores taxas de suicídio foram o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Roraima (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).

Somam-se a essas condições de precariedade da saúde mental na vida dos brasileiros os impactos da pandemia. Embora ainda tenhamos pouca publicação sobre essa questão, a tendência é que fatores inesperados, como a covid-19, que originou mudanças inevitáveis no estilo de vida, desencadeadas por meio de decretos, como o de isolamento e o do distanciamento social, seja a razão para que os brasileiros estejam mais estressados, entediados e ansiosos. Considerando as tendências descritas, a pandemia deve ter contribuído para a piora do cenário da saúde mental no Brasil, que já era grave.

Desta forma, a Universidade do Contestado (UNC), com sua tradicional vocação para a pesquisa, por meio dos pesquisadores do Mestrado em Desenvolvimento Regional e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Psicologia (Geppsi) realiza, desde o ano de 2021, um estudo voltado para a saúde mental, com ênfase na investigação da prevalência do Transtorno Mental Comum (TMC) nas mulheres em situação de vulnerabilidade social nos municípios da Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense (Amplanorte). Esta pesquisa está devidamente cadastrada e aprovada por um Comitê de Ética e registrada na Plataforma Brasil do Ministério da Saúde. O TMC é uma condição em que o indivíduo apresenta sintomas não psicóticos, que produzem incapacidade funcional, mas que não preenchem os requisitos para os diagnósticos do Manual Diagnóstico Estatístico de Doenças Mentais (DSM) (POTHEN et al., 2003). Este transtorno antecede os demais transtornos, como de ansiedade, depressão, bipolaridade e outros, que dificilmente são diagnosticados em tempo de evitar o avanço da doença.

Como parte do estudo, as pesquisadoras, acadêmicas do curso de Psicologia e voluntárias (Renata Cardoso, Andreia Aparecida de Paula, Andriele Kohler Scheuer), psicólogas e mestrandas (Erica Eloisa Paulitisky e Paola Malacoski Schimingoski) e a psicóloga, professora e doutoranda (Jaquelini Conceição) em Desenvolvimento Regional da UNC/Campus Canoinhas, com orientação da professora doutora Daniela Pedrassani, realizaram entrevistas no município de Irineópolis, nos dias 20 e 22 de abril de 2022. Na oportunidade, foi realizada a parceria com a equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que apresentou as pesquisadoras às mulheres cadastradas que participaram da pesquisa, e as acompanhou até as residências das participantes, para a realização da coleta dos dados.

Esta pesquisa tem os objetivos de determinar a prevalência de TMC; de verificar a correlação entre TMC e possíveis fatores preditivos; identificar os impactos do TMC no desenvolvimento regional; e levantar os programas, serviços e ações que possuem atividades voltadas à saúde mental da mulher. Os dados resultantes serão apresentados para as prefeituras e poderão servir como referência técnico-científica para os profissionais do Sistema Único da Assistência Social (Suas) e do Sistema Único de Saúde (SUS) na elaboração de novas atividades das políticas públicas e para as futuras tomadas de decisão dos gestores. Nos próximos meses, os resultados serão apresentados também para a gestão municipal e a coleta de dados continuará sendo realizada em outros municípios da Amplanorte.

Atividades de pesquisa de alcance social desta magnitude também contribuem para diagnosticar problemas de saúde pública e, posteriormente, oferecer elementos para que os poderes públicos adotem decisões assertivas no combate a esta doença que afeta a população municipal e regional. Nesse sentido, portanto, tais pesquisas contribuem sobremaneira para a promoção da saúde e ao desenvolvimento regional.

REFERÊNCIAS

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Suicídio: saber, agir e prevenir: cartilha com dicas para profissionais de saúde e população. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/suicidio_saber_agir_prevenir.pdf. Acesso em: 26 maio 2022.

OPAS. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Mental Health in the Americas. 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/depressao. Acesso em: 26 maio 2022.

POTHEN, M. et al. Common mental disorders among primary care attenders in Vellore, South India: nature, prevalence, and risk factors. Int J Soc Psychiatry, v. 49, n. 2, p. 119-125, jun. 2003.

*Jaquelini Conceição é psicóloga, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC). E-mail: [email protected]

**Jairo Marchesan é geógrafo, docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC). E-mail: [email protected]

***Daniela Pedrassani é médica veterinária, docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC). E-mail: [email protected]

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