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Saiba como vai funcionar o 1º frigorífico de coelhos da região de Canoinhas

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Licenças ambientais estão na fase final de aprovação

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Mais um passo importante para a consolidação de um inédito frigorífico de coelhos na região foi dado nesta semana. Na sexta-feira, 9, as Coordenadorias Regionais do Meio Ambiente de Canoinhas e Mafra divulgaram que vem acompanhando o processo de licenciamento ambiental da Associação dos Pequenos Agricultores Ecológicos e Orgânicos (Apaeco), localizada na Colônia Escada, interior do município de Irineópolis, para análise conclusiva do processo e operação do abatedouro. Isso significa dizer que uma das etapas mais demoradas do processo para abertura oficial do frigorífico está próxima da conclusão.

A coordenadora regional do IMA, Zenici Dreher, diz que este empreendimento possuía Licença de Operação de 2018 junto ao Instituto do Meio Ambiente, porém, estava desativado nos últimos anos. “Devido ao alto investimento em infraestrutura e criação animal na região, há previsão de geração de mais de 10 empregos diretos e o envolvimento de mais de 40 criadores de animais de pequeno porte (aves e coelhos), portanto, foi realizada nova vistoria e orientações técnicas para que seja atendida a Instrução Normativa do IMA e para que os interessados possam quanto antes colocar em prática a atividade pleiteada”. A coordenadora destaca que “todos somos responsáveis pela preservação do meio ambiente e esta atividade também envolve questões econômicas e de saúde pública. O interesse principal é o regular funcionamento do abatedouro com segurança e eficiência, além do fortalecimento da economia local.”



FUNCIONAMENTO

Equipe do IMA em visita ao frigorífico/Divulgação

Ludgero Gonçalves, proprietário da Coelho Nobre, explica que os planos do frigorífico da Apaeco são arrojados. “Hoje temos 36 cunicultores produzindo e 14 começando. Nossa meta até o fim de 2024 é ter 300 cunicultores. Estamos há dois anos preparando os criadores com cursos e palestras. Estamos desenvolvendo com uma empresa uma formulação de ração que ajude com uma carcaça melhor e uma carne macia. Temos vários vendedores pelo Brasil interessados na distribuição da carne de coelho”, explica, lembrando que em 90 dias de criação o coelho já pode ser abatido. A Coelho Nobre Cunicultura Familiar Catarinense é que trouxe o projeto para Irineópolis. Gonçalves destaca o apoio da Associação dos Municípios do Planalto Norte (Amplanorte) na montagem do frigorífico.

Criação de coelhos

O abate dos coelhos se dá por meio de impulsos elétricos que tiram a consciência do animal, facilitando e não causando sofrimento ao coelho durante o abate.

“Para mantermos o projeto vivo, até agora tivemos de levar umas 10 cargas para um frigorífico de São Paulo, pois se não tivéssemos esse escape não seria possível montar o projeto”, conta, lembrando que “a criação de coelhos requer menos terra, água e ração em comparação com a pecuária tradicional, tornando-os uma opção de carne mais ecológica. Isso repercute nos brasileiros cada vez mais preocupados com a sustentabilidade e o consumo consciente.”



CARNE DE COELHO

Técnicos do IMA em vistoria no frigorífico

Enquanto carne bovina, frango e porco dominam as mesas brasileiras, a carne de coelho é uma proteína menos conhecida, mas está ganhando terreno. Frequentemente associada à culinária europeia, a produção de carne de coelho no Brasil está experimentando um aumento lento, mas constante, impulsionado por vários fatores.

A carne de coelho apresenta um perfil nutricional único, atraente para consumidores preocupados com a saúde. É conhecido por ser magro e com baixo teor de gordura, contendo níveis mais elevados de proteína e ferro em comparação com outras carnes. Isso o torna uma opção atraente para quem procura fontes alternativas de proteína ou tem restrições alimentares.

Apesar do seu potencial, a produção de carne de coelho no Brasil enfrenta desafios. O setor ainda é relativamente pequeno e a sensibilização dos consumidores continua baixa.

Especialistas acreditam que o futuro da carne de coelho no Brasil é promissor. O crescente interesse dos consumidores na saúde e na sustentabilidade, juntamente com iniciativas governamentais de apoio aos pequenos produtores, poderia alimentar a expansão da indústria. No entanto, a superação das lacunas de conhecimento e das limitações de infraestrutura será crucial para uma adoção mais ampla.

Embora ainda não seja popular, a carne de coelho ocupa um lugar especial em algumas regiões brasileiras, especialmente no Sul. Aqui, pratos tradicionais como o coelho à cabidela e o coelho recheado são transmitidos de geração em geração, carregando significado cultural e patrimônio culinário.

Impulsionado pela saúde, pela sustentabilidade e pelas influências culturais, a carne de coelho navega num caminho para uma aceitação mais ampla. Quer se torne um alimento básico nos pratos brasileiros ou continue a ser uma oferta de nicho, sua jornada reflete a evolução das preferências e preocupações da cultura alimentar de uma nação.

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