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Refletir sobre a educação regional é preciso!

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Solange Sprandel da Silva*

Jairo Marchesan**

Alexandre Assis Tomporosky***

A educação é um processo permanente, vivo, dialético e dinâmico

A Região do Contestado é integrada por municípios onde a Universidade do Contestado (UNC) possui seus campi, quais sejam: Canoinhas, Concórdia, Curitibanos, Mafra, Porto União e Rio Negrinho. Refletir acerca das potencialidades e desafios para o futuro dessa região exige, necessariamente, uma análise acerca da educação (formal e informal), que é uma estratégia fundamental e um instrumento basilar para o desenvolvimento de toda e qualquer sociedade. Afinal, a educação é um processo permanente, vivo, dialético e dinâmico e, portanto, em constante transformação em todas as sociedades.

Como processo de formação humana, a educação exige ser ampla e contínua, abrangendo uma reflexão sistemática sobre a realidade na qual a sociedade está inserida. Se conseguirmos refletir suficientemente e agir minimamente a partir e pela educação, estaremos identificando a finalidade da ação educativa no âmbito da vida pessoal e social, pois não podemos duvidar jamais de que educamos a nós mesmos, cujos reflexos impactam na sociedade local e regional.

A realidade precisa ser estudada e vivenciada, principalmente, de maneira filosófica, sociológica, histórica e cultural, e a partir dos constituintes dinâmicos do ato de ensinar, seja formal ou informal. A ação, por sua vez, deve vincular teoria e prática, meios e fins, consciência e ação, compreendendo e recriando a educação para transformar a sociedade.

Esse diálogo, então, deve envolver todos os atores sociais ou segmentos da comunidade e cada um de nós, e todos ao mesmo tempo, pois a educação consiste em educar-se a si mesmo, compreendendo o mundo para o agir consciente.

Nesse sentido, merecem apreciação as palavras de Hans-Georg Gadamer: “a responsabilidade de nossa educação recai sobre nós mesmos. Educar-se é um verbo reflexivo que designa a ação autônoma que se recusa a colocar nas mãos de outros a aspiração de aperfeiçoamento constante da pessoa humana. Mas não é uma chamada ao individualismo, mas à conversa com os outros como meio de autoeducação, junto com o papel de ler as ideias de quem não está conosco. O aprender é assunto privado de cada um, e ninguém pode colocar essa responsabilidade sobre os outros, visto que acontece em nossa morada íntima, que é a linguagem”.

Nesta concepção, a linguagem como comunicação é a base das relações entre as pessoas e essencial à vida comunitária. É muito importante que sejamos capazes de fazer perguntas, receber e dar respostas, compreender e tornar compreensível o mundo em que vivemos. Precisamos ter vontade de nos autoeducarmos e de considerarmos a realidade como história e cultura, envolvendo-nos com as pessoas e as instituições a ela pertencentes. Com esta capacidade de estabelecermos a troca e o diálogo com outras formas de conhecimento, poderemos avançar no sentido da própria transformação. Precisamos, para isso, nos tornarmos referência concreta, que age sobre si mesmo e que se relaciona e atua sobre o seu meio, ou seja, integralmente humano.

Mas, então, qual a relação desse debate com o desenvolvimento da Região do Contestado? Ora, o desenvolvimento somente se efetiva a partir da educação, sendo uma das principais alavancas para a elevação cultural e dinamização socioeconômica da região. Apesar de o Estado, no passado, ter sido negligente ou omisso com a educação formal, as pessoas criaram alternativas para trazer a educação necessária à região. Prova disso é que neste território o Ensino Superior, por exemplo, somente passou a ser realidade por meio da organização de dirigentes municipais e pessoas de vanguarda e de boa vontade, que lutaram nas instâncias políticas e governamentais, a partir da década de 1970, para a viabilização da criação e garantia de acesso ao Ensino Superior por meio da Universidade do Contestado.

Quando conseguimos ser sujeitos ou protagonistas de nossos pensamentos e ações, estamos pensando de forma crítica, com capacidade para transformar nossa própria realidade. Sem pretensão, apenas como via de análise, se apostarmos na educação familiar e na formação escolar a partir da Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental, Ensino Médio, Graduação e Pós-Graduação, estaremos instituindo um imenso capital humano, cerne do desenvolvimento, pois a educação sempre será pressuposto e resultado e causa e consequência da evolução da sociedade em direção a uma etapa superior, superando a fase atual.

O caminho para o desenvolvimento da Região do Contestado se faz por meio da emancipação dos integrantes da comunidade. Somente com uma educação consciente, resultante da experiência mútua do diálogo com nossos filhos, alunos e interlocutores sociais, acrescido do conhecimento intrínseco de cada um, teremos experiências exitosas no desenvolvimento sociocultural regional, sendo protagonistas de um futuro ainda melhor para esse território denominado “Contestado”.

*Solange Sprandel da Silva é advogada. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC). E-mail: [email protected]

**Jairo Marchesan é geógrafo. Docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC). E-mail: [email protected]

***Alexandre Assis Tomporosky é historiador. Docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade do Contestado (UNC). E-mail: [email protected]

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