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Rapaz tentou enforcar namorada em escola onde aluno foi flagrado armado

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Semanas depois ele tentou assassiná-la

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Na semana em que uma estudante foi esfaqueada pelo ex-namorado a caminho da Escola de Educação Básica Julia Baleoli Zaniolo, no distrito do Campo d’Água Verde, em Canoinhas, um aluno foi flagrado armado com um revólver calibre 22 com cinco munições. Os dois casos aconteceram em um intervalo de quatro dias.

O incidente que chocou a região envolvendo uma relação amorosa aconteceu na segunda-feira, 25. A menina de 15 anos estava com uma amiga, indo para a escola, quando o rapaz de 17 anos a abordou armado com uma faca de 30 centímetros de lâmina. Ele desferiu três golpes – dois contra a barriga dela e um contra o pescoço. Socorrida pelo padrasto, o que evitou que ela fosse assassinada, a menina foi internada no Hospital Santa Cruz, onde passou por uma cirurgia bem-sucedida e recebeu alta nesta quinta-feira, 28.

Faca utilizada pelo adolescente de 17 anos para golpear a ex-namorada de 15 anos

Para além dos diálogos entre os dois revelados pelo JMais ao longo da semana, novos fatos mostram que não à-toa a menina tinha medida protetiva autorizada pela Justiça contra o ex-namorado, que não aceitava o fim do relacionamento imposto por ela e se sentia “humilhado” pelo fato de, segundo ele, ela ter se encontrado com outro menino.

Mensagens enviadas pelo rapaz à ex-namorada

Informação confirmada pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) dá conta de uma tentativa de enforcamento ocorrida dentro da escola. Os dois, então namorados, estudavam no Julia Baleoli Zaniolo. Depois que ele tentou enforcá-la com as próprias mãos, ele foi transferido para outra escola estadual e ela seguiu estudando no Julia. Foi quando ela conseguiu a medida protetiva que, em tese, impede que o agressor se aproxime da vítima sob pena de ser preso.

Agora, o rapaz está internado em um centro de reabilitação em Caçador. Ele ficará interno por no máximo três anos. Pode sair antes dependendo do comportamento. Ao sair, independente de sua idade, sua ficha criminal estará limpa, sem qualquer menção a essa tentativa de homicídio, conforme rege o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato”, diz o artigo 104 do ECA.



ALUNO ARMADO

Na manhã desta sexta-feira, 29, a Polícia Militar apreendeu uma arma de porte ilegal, com calibre 22, com cinco munições intactas. A arma estava com um adolescente de 15 anos no interior da Escola Julia Baleoli Zaniolo.

Quem tomou as primeiras providências foi o policial militar que trabalha dentro da escola. Ele é um dos profissionais contratados pelo Estado para cuidar da segurança da escola, medida adotada depois de um atentando contra crianças estudantes de uma creche em Blumenau.

O policial de plantão da Rede de Segurança Escolar informou imediatamente à diretora da escola e, de forma rápida, localizaram o suspeito. O adolescente estava junto com outros três adolescentes, com 16 e 17 anos.

Dentro do bolso da blusa de moletom do menor foi encontrado o revólver. Os adolescentes foram conduzidos para Delegacia de Polícia Civil, juntamente com a arma de fogo e objetos pessoais. Os pais foram chamados, já que eles respondem legalmente pelos filhos menores. A CRE diz que aguarda um comunicado da Polícia para tomar providências quanto aos meninos.


MEDIDAS

As duas notícias provocaram debates intensos sobre a segurança nas escolas. Muitos usaram as redes sociais para defender a Julia Baleoli Zaniolo, outros para criticar.

“Desnecessário citar sobre o ocorrido do começo da semana, por que não citam que a escola Julia Baleoli Zaniolo é a mesma na qual uma professora que teve seu projeto ‘Escola especial’ aprovado em seletiva. A Escola Julia não é representada por este tipo de alunos, por favor, não criem uma imagem falsa da escola, a escola tem alunos, professores e coordenação excelentes”, postou uma internauta destacando, ainda, que o esfaqueamento da menina aconteceu fora da escola.

“Lamentável, trabalhei na Escola Julia Zaniolo, uma escola de qualidade. Temos que cuidar com comentários e julgamentos pois estamos vivendo uma época difícil. Infelizmente isso pode ocorrer não só nas escolas mas em qualquer ambiente. Muita coisa precisa mudar no Brasil, começando pelas leis e legisladores”, postou outra internauta.

Há, ainda, o relato da irmã de uma ex-diretora que, segundo ela, teria sido ameaçada de morte por um dos alunos da escola.

“A Educação vem de casa, assim como valores e atitudes para formar um cidadão de bem que não seja influenciado por uma sociedade doente! Graças a segurança da escola e agilidade que não aconteceu uma tragédia e os alunos envolvidos foram retirados da escola a tempo e encaminhado para Delegacia!”, ponderou outra internauta.

Muitos cobraram ações mais efetivas como detector de metais na entrada da escola.

Coronel Mario Erzinger, que comandou o 3º Batalhão de Polícia Militar de Canoinhas propôs uma reflexão. “Segurança pública é um assunto muito complexo e não existem soluções fáceis. No meu entendimento, somente ações conjuntas, família, escola, igrejas, Instituições de Segurança e demais atores envolvidos, Ministério Público, Poder Judiciário entre outros, podem minimizar os problemas, porque soluções definitivas são muito difíceis. Porém importante também é preservar o ambiente escolar e a escola de críticas desnecessárias, pois vejo todo o esforço da direção, professores e funcionários em minimizar os problemas. Infelizmente em todas as épocas e agora com mais ênfase, principalmente na divulgação dos fatos, existe violência. Num país onde a impunidade é uma constante, onde os valores estão sendo invertidos – o certo virou errado e errado virou o certo -, friso, na minha opinião, as pessoas estão se afastando da espiritualidade, a família sofre ataques constantes, infelizmente ainda veremos o recrudescimento destes fatos, com maior frequência e intensidade. Sei que existem esforços por parte das instituições, como a PM, onde trabalhei, porém ainda estamos enxugando gelo”, comentou.

Rede de Segurança Escolar funciona em escolas do Estado

A Rede de Segurança Escolar, a qual pertence o policial que avistou o menino armado no Julia Zaniolo, ocorre de forma sistêmica com a participação de todas as Forças de Segurança, por meio da Secretaria de Segurança Pública. Trabalha primariamente a prevenção de forma educativa nas escolas, com a segurança nas entradas e saídas dos alunos, nas rondas no interior das unidades escolares e na avaliação da estrutura física da escola indicando a arquitetura de prevenção ao crime (muros, alambrados, alarme, iluminação, controle de acesso).

Desde abril de 2023 a Rede já realizou palestras para 52 mil alunos e mais de 62 mil professores em 43.381 escolas estaduais, municipais e particulares em todo o Estado sobre os protocolos de Segurança Escolar.

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