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Prefeituras negam envolvimento com corrupção denunciada na operação Mensageiro

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Para delator, todos os Municípios do Planalto Norte receberam propina da Serrana

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Os nomes de envolvidos na investigação da Operação Mensageiro foram retirados da reportagem por decisão judicial enviada ao Grupo ND e NSC, assinada pela desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer com base no artigo 5º da Lei 12.850/2013, inciso V, que discorre sobre os direitos de colaborador “não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito”. Embora o JMais não tenha sido notificado até o momento, a direção achou por bem acatar a decisão.

Das dez prefeituras que ficam no Planalto Norte catarinense e que foram citadas pelo primeiro colaborador premiado no depoimento que abriu a Operação Mensageiro, seis contestaram o conteúdo da delação. Outras três não responderam ao contato da reportagem.

Prefeito de Monte Castelo, Jean Carlos Medeiros (PSDB), explicou por telefone que ficou muito triste com a generalização feita pelo delator. Ele detalhou que no caso de Monte Castelo é a própria prefeitura e caminhões terceirizados que fazem a coleta do lixo, que é levado para o depósito da Serrana em Mafra. “A Serrana tem o único depósito legalizado na região. Desde 2009 fazemos depósito na Serrana. O caminhão da prefeitura vai até o aterro da empresa em Mafra, pesa e deposita lá”, disse. Medeiros contou que a prefeitura de Monte Castelo paga, em média, R$ 12 mil por mês para a Serrana por, em média, 60 toneladas de lixo depositado, o correspondente a R$ 205 por tonelada. “Em volume financeiro nem compensava para eles”, diz o prefeito que afirma que nunca ouviu falar do suposto “mensageiro” da propina, tanto que, em Monte Castelo, uma mulher era a intermediária entre a prefeitura e a empresa. O prefeito ainda expressa preocupação com a possível paralisação do serviço. “Caçador tem um aterro particular também, mas pra nós irmos a Caçador são 140km e Mafra fica a 50km. Se paralisar o serviço da Serrana, vai trazer um grande transtorno”, frisa destacando que o delator não fez menção a nome de nenhum prefeito da cidade.

A Administração Municipal de Porto União enviou nota lamentando a reportagem veiculada pelo JMais “em vista da edição apresentar somente a versão retirada de ‘delação premiada’ feita por investigado em esquemas de corrupção.”

“Diante desse contexto, tem-se a informar que Porto União jamais teve qualquer relação ou contrato com a Empresa Serrana, motivo pelo qual a menção ao Município na matéria não retrata a realidade, não passando de alegações sem qualquer conotação de verdade.  A cidade de Porto União é a única do Planalto Norte que possui aterro sanitário controlado e próprio devidamente licenciado desde 2000, inclusive construído pelo atual prefeito Eliseu Mibach.  A Administração Municipal trabalha incansavelmente para o progresso da cidade, para proporcionar a seu povo trabalhador e honesto uma das melhores cidades para se viver em Santa Catarina e no Brasil.  Reafirmamos o compromisso com a transparência, legalidade e austeridade dos atos e recursos públicos, o Município de Porto União se coloca a disposição de qualquer meio de comunicação e jornalismo que esteja comprometido com a verdade para prestar qualquer informação necessária.” A Serrana nunca prestou serviço ao Município de Porto União segundo a assessoria jurídica da prefeitura.

Nesta mesma linha escreveu a assessoria de imprensa da prefeitura de Irineópolis. “Informamos que não celebramos contrato com a empresa Serrana no período citado pela reportagem (2017-2021). Acreditamos que o delator generalizou de forma equivocada todas as prefeituras do Planalto Norte durante depoimento em seu acordo de colaboração premiada.” O Município omitiu, na nota, contudo, que assinou contrato com a Serrana no ano passado para fazer a destinação final do lixo do transbordo de propriedade da Serrana, em Três Barras, para Mafra. “A coleta continua sendo feita pela prefeitura, com caminhão da prefeitura e trabalho de servidores efetivos. O município também faz a pesagem dos resíduos para que possa verificar as informações das planilhas de pesagem da empresa.”

A prefeitura de Três Barras também negou qualquer envolvimento ilícito com a Serrana. “A administração municipal de Três Barras torna público que desconhece qualquer tipo de ‘acerto’ com a Serrana Engenharia Ltda, conforme cita acordo de colaboração premiada com a Justiça, na qual o delator denuncia supostas operações ilícitas envolvendo municípios do Planalto Norte e a referida empresa. Há, na citação do delator, indicativo de não coerência no que ele se refere a ‘acerto’. Vale ressaltar, também, que as contratações da empresa para o serviço de coleta e destinação do lixo em Três Barras, sempre ocorreram após processos de licitação com ampla divulgação e concorrência.
O Governo do Município informa, ainda, que quando deflagrada a primeira fase da Operação Mensageiro em 6 de dezembro de 2022, contribuiu de maneira célere com o trabalho do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Especial Anticorrupção (Geac) do Ministério Público, fornecendo imediatamente toda a documentação solicitada, assim como prestando todos os esclarecimentos necessários.
O Executivo Municipal afirma que zela pela transparência de suas ações, como também defende a apuração rigorosa dos fatos que desencadearam a operação.” A prefeitura rompeu contrato com a Serrana em dezembro do ano passado.

A prefeitura de Itaiópolis, que segue usando os serviços da Serrana, não quis se pronunciar por enquanto. Uma nota deve ser veiculada nas redes sociais do Município em breve.

A assessoria de imprensa de Mafra não respondeu ao pedido de posicionamento.

Prefeito de Major Vieira, Adilson Lisczkovski (Patriota), que está de férias, negou qualquer envolvimento ilícito com a Serrana e disse que o contrato em vigor está prestes a vencer e que não há intenção do Município em renová-lo. A grande preocupação do prefeito, contudo, é de não haver interessados em um novo certame. “Não podemos atropelar a Serrana e não ter quem se interesse pelo serviço”, pondera.

A prefeitura de Canoinhas repetiu argumentação quando da deflagração da Operação Mensageiro: “O Governo de Canoinhas lembra que não possui contrato com a empresa. Assim que tomou conhecimento sobre a operação, a prefeita Juliana Maciel Hoppe (PSDB) determinou o cancelamento do contrato. O Município conta hoje com novo prestador de serviços. ‘Em Canoinhas, não há mais espaço para corrupção. Estamos escrevendo um novo capítulo para nossa cidade com ética, transparência e responsabilidade’, garante a prefeita”.

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da prefeitura de Papanduva, cujo prefeito, Luis Henrique Saliba (Progressistas) é o único do Planalto Norte preso na operação até o momento. O Município também rompeu contrato com a Serrana.

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