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domingo, 16

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Poemetos de outrora

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Reflexões para uma manhã de sábado

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Em meio a tantos papéis,

traços e cálculos,

cifras, números e códigos

eu me enrolo.

E me atolo.

Tento por dias seguidos

            envolver-me no doce mundo

            dos meus sonhos.

            Sem conseguir a pausa açucarada

            para escrever em qualquer canto.

Aqui está a pilha

dos enciclopédicos relatos

a atormentar-me os olhos, a mente.

Perco-me neste labirinto

rotineiro e piramidal. 

                                               Abril/1977


Ω

Vejo luas solando harpas

na madrugada fria

e ouço grilos tristes

sufocando lágrimas

em agudos estertores.

                     …

            Agora os sons mudaram

            Rugem máquinas distantes

            Luminárias tristes

            apontam para o céu

            mostrando amarelada fumaça

            adentrando nuvens

e a infiltrar-se pela névoa já sem cor.

20/12/1977





Ω

Menino dos ontens

eu te dei uma rosa

em dia muito especial…

Pensei que somente ela

o motivo fosse

de teu sorriso inteiro.

Eu te dei uma rosa menino

em dia muito especial.

Depois eu te vi sorrindo…

sorrindo pra mim,

sorrindo pro mundo

sorri também

e sorrimos juntos.

Depois, menino,

eu vi aquela rosa

enfeitar o sorriso de outra menina.

                                               Agosto/1974  





Ω

Amargura sentida,

amargura vivida,

dos tempos que tempos não são mais.

Amigo-irmão

eu quero tirar

do mais fundo de mim,

sem prantos, sem canseiras,

as catástrofes antigas.

Que em estilhaços 

Transformaram minh’alma

arrebentando-me sempre mais.

Jogaram-me contra muros

pontiagudos muros

esfacelando-me no chão.

                                    Julho/1977


Ω

Este amarelo triste de sol

despedindo-se agora,

infiltra-se por reflexos

            como espelhos nesta sala.

E a tudo ilumina num repente

para logo deixar

a escuridão apenas.

Bem assim foi teu sorriso inteiro

num último olhar,

prometendo infinitas esperas

para depois mergulhar no caos.

                                               Julho/1977






Ω

Chove tanto neste maio triste.

Não consigo lembrar a alegria da festa.

Porque efêmera foi.

Foi tão longo

o tempo do sonho sonhado

em de olhos limpos ver-te.

Apagaram-se as luzes 

sem mais cristais       

para se espelharem,

quando vi a tua face embrutecida,

teus gestos bruscos

e teus olhos sem cor.

                                               Maio/1977

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