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Planalto Norte tem 84,5 casos de violência autoprovocada por cada 100 mil habitantes

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Estudo aponta que quase metade dos catarinenses que se automutilaram repetiram comportamento

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Conforme dados mais recentes divulgados pelo boletim Barriga Verde, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, foram notificados 33.220 casos de violência autoprovocada, entre os anos de 2018 a 2022 em todo o Estado. No Planalto Norte, a taxa de incidência registrada é de 84,5 casos por 100 mil habitantes, colocando a região como a 12ª com o maior número de casos.

O boletim informa ainda que os casos de suicídio em Santa Catarina representam índices significativos, sendo um dos Estados com maior taxa de incidência em todo o território nacional. Chama a atenção a estatística relacionada à repetição, isto é, não se tratava da primeira vez que a autoagressão aconteceu.

Sob esse aspecto, é notável também que a proporção de repetição evoluiu entre os anos de 2018 e 2022, com uma porcentagem de 41,6% no primeiro ano e culminando em 46,7% do total de 7.461 notificações registradas em 2022.

Em geral, conforme os dados apresentados pela Dive, a taxa de incidência de violência autoprovocada é mais recorrente entre mulheres do que entre homens catarinenses. No período analisado, foram 22.781 casos registrados envolvendo mulheres e 10.439 situações envolvendo homens.

No que diz respeito a faixa etária, o maior número de ocorrências entre mulheres (6.767) ocorreu entre os 10 e 19 anos. Em relação aos casos registrados envolvendo população masculina, a maior incidência (3.319) foi registrada entre os 20 e 29 anos.

O levantamento da Dive aponta também que estudos que envolvam a variável “escolaridade” são importantes por se tratar de fator de proteção em relação ao suicídio, sendo um ato que está associado a questões socioeconômicas. “A baixa escolaridade traz prejuízos à qualidade de vida individual e familiar, sendo geradora de
estresse elevado, por conseguinte, o risco de suicídio”, explica trecho que consta no boletim.

Dentre os meios mais utilizados para a autoagressão estão o envenenamento (59,9%), o uso de objetos perfurocortantes (18,1%), o enforcamento (9,8%) e o uso de objetos contundentes (1,3%).



CANOINHAS E PLANALTO NORTE

Ainda que as informações do boletim apontem que em casos de violência autoprovocada a notificação é obrigatória e deve acontecer em até 24 horas, sendo realizada por todos os profissionais de saúde ou responsáveis por serviços públicos e privados, devendo ser registrado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), todo caso suspeito ou confirmado da violência, um levantamento recente realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC) e divulgado como Diagnóstico de Serviços de Saúde Mental mostra que Canoinhas é o único município em que não há notificação nos três casos: violência autoprovocada, tentativa de suicídio e suicídio consumado.

Em entrevista recente ao JMais, o coordenador do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Canoinhas, Gilson Dias de Miranda, alegou que há um plano específico de combate ao suicídio no Município. Segundo ele, a equipe multidisciplinar, em específico o serviço de psicoterapia, trabalha no sentido de prevenir e lidar com gatilhos que possam desencadear ideação e o planejamento suicida, em grupos terapêuticos e de autoajuda.

“Paciente que tentou suicídio por intoxicação por medicamentos e que não aceitou ser hospitalizado fica sob monitoramento intensivo e presencial na instituição e, nestes casos, as medicações são administradas com a supervisão de um profissional do Caps. O paciente não leva as medicações para casa”, comenta o coordenador.

Em situações nas quais foram registrados internamentos, o paciente passa por um atendimento intensivo do Caps no pós-alta. A instituição também passa orientações aos familiares com relação a cuidados específicos que devem ser oferecidos à pessoa naquele momento.

Miranda comenta ainda que o Caps trabalha com protocolo de referência, isto é, o paciente pode ser encaminhado ao Caps no momento em que se encontra desestabilizado e, da mesma forma, quando estável, o Caps poderá referenciar novamente para a unidade de atenção básica para segmento do tratamento.


CASOS NA COMARCA

Em 2024, foram ao menos seis situações de suicídio consumados em Canoinhas e região.

Anderson Antonio Gomes, de 41 anos, foi encontrado morto na tarde de sexta-feira, 8, em um tanque próximo à Vila Fuck, em Canoinhas. Anderson era mais conhecido como Mosca, ele deixa pai, mãe, irmãos, sobrinhos e demais familiares e amigos. O caso do corpo de um empresário encontrado morto dentro de casa tem como principal hipótese, também, suicídio.

Em Major Vieira, dois homens foram encontrados mortos sob circunstâncias que também apontam que eles teriam tirado suas próprias vidas, com um intervalo de menos de 24 horas entre um caso e outro. Um deles foi identificado como Adriano Kondras. Ele era caminhoneiro e seu corpo foi localizado próximo ao veículo que utilizava para trabalhar.

O outro rapaz encontrado morto em Major Vieira foi Elizandro de Paula, também conhecido como Rato, de 34 anos. Ele foi encontrado com o cordão do sapato em volta do próprio pescoço. Quem o encontrou foi o seu irmão, que acionou o Corpo de Bombeiros.

Em Três Barras, Elcio Ostroski foi encontrado morto em uma área de mata entre a avenida Abrahão Mussi e o rio Canoinhas. O caso foi registrado em janeiro deste ano e, quando o corpo do homem foi encontrado, ele já estava desaparecido desde o dia anterior. Ele teria cometido suicídio por enforcamento.

Em Itaiópolis, um homem que não foi identificado foi encontrado morto em uma região de mata. Os familiares relataram que desde a tarde daquele dia não viam o idoso. O corpo e o local tinham sinais que levaram a crer que a morte foi por enforcamento. O Instituto Geral de Perícias também foi acionado para atender a situação.

No sábado, 23, policiais militares conseguiram salvar a vida de uma mulher de 64 anos que entrou no rio Água Verde após deixar um bilhete com um pescador. Ela teria dito que pretendia se suicidar. A equipe policial chegou no local e entrou na área de mata, a aproximadamente 100 metros da rua, localizando o corpo da mulher dentro da água, submersa. Ela recebeu atendimento também do Corpo de Bombeiros e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Canoinhas. A equipe médica reverteu a situação, conseguindo reanimar a mulher que apresentou sinais estáveis.

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