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Pisando em ovos: Governos Bolsonaro e Lula para o empresariado

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Com um recorte sintético das principais ações que impactaram a economia é possível projetar um cenário

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A poucos dias das eleições, alguns cenários já começam a rondar a cabeça das pessoas. Com o intuito de projetar um cenário econômico (e somente esse) dos dois extremos que despontam nas pesquisas (Lula e Bolsonaro), analisam-se alguns pontos das políticas já praticadas pelos candidatos, que nas palavras do analista econômico, especialista em renda variável da casa Blue 3, Victor Hugo, “o mercado não espera nada dos dois candidatos, já os conhece” deixemos o histórico deles condicionar os cenários:

Em uma ordem cronológica, Lula assumiu o governo de 1º de janeiro 2023 a 1º de janeiro de 2011. Tem-se os fatos:

– Economicamente o período Lula foi de ascensão econômica, impulsionado por um importante crescimento global. Política expansionista de incentivo ao consumo, subsídio de juros e inflação abaixo dos dois dígitos (bom para a realidade brasileira). Do outro lado, o risco Brasil disparou, ou seja, o risco do governo não pagar suas dívidas era considerado alto, dessa forma, para financiar a política expansionista, o Brasil pagava caro para captar recursos. Os juros no primeiro mandato de Lula chegaram ao teto de 26,50% a.a. em 19/03/2003. Com a continuidade do governo, o mercado percebeu que o “calote às dívidas” pregado em campanha não ocorreu. A política econômica brasileira seguiu as regras de mercado, e com isso, as taxas de juros elevadas foram controladas, chegando ao mínimo de 8,75% em 22/07/2009.

Crises: a principal enfrentada nos 8 anos de mandato foi a do subprime americano, que afetou todos os mercados do mundo, inclusive no Brasil, quebrando o ciclo de crescimento.

– Estatais: se destaca a forte presença estatizante. Privatizações são evitadas ao máximo e é forte a utilização das estatais para a governabilidade (cargos políticos). É fato que a meta do governo de Lula não foi a lucratividade de tais empresas, e sim, a regulamentação de preços direta de certos setores (Ex: Energia e Petróleo), além de utilização de recursos dos resultados das mesmas para outros fins (Ex: Políticas Públicas).

– Financiamentos diretos à produção: o governo subsidiou fortemente os juros para diversos setores por meio de linhas como o Finame (equipamentos para empresas), Pronaf e Pronamp (Investimentos Agrícolas). Ainda nessa linha de incentivo à produção, é de se destacar que o formato dessa distribuição de recursos foi afetada politicamente no que ficou conhecido como “campeãs nacionais”. Ou seja, o governo fechava acordos com grandes empresas e focava a destinação de recursos e/ou contratos públicos nestas, como a Odebrecht e JBS. Com o passar dos anos, o recurso que seria disponibilizado por meio do BNDES para diversas empresas, não era suficiente por ser praticamente todo injetado em poucas. As linhas existiam, os juros eram atrativos, porém não era para todos.

– Investimentos em estrutura: o governo petista foi focado em grandes obras públicas (transposição de rio, Copa do mundo, Olímpiadas). Além dos investimentos estruturais dentro do país, houve gastos estruturais em outros países, dos quais, ainda não se sabem quais foram os retornos e contrapartidas (lembrando que o recorte da discussão é econômico).

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Bolsonaro assumiu o governo em 1º de janeiro de 2019 e é o atual presidente. Economicamente o governo assumiu uma faceta liberal, liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Demais pontos da política econômica a se evidenciar:

– Devido as diversas crises de impacto, o governo oscilou entre política expansionista e restritiva. As taxas de juros nos dois primeiros anos ficaram sob controle (mínima de 2% a.a. em 05/08/20), e a partir de 2021 os juros superaram os dois dígitos e atualmente encontram sua máxima em 13,75% a.a. A inflação no primeiro ano ficou abaixo dos dois dígitos. A partir de 2021 atingiu 10,06% a.a. (IPCA).

– Em três anos o governo bolsonarista enfrentou duas crises econômicas mundiais severas. A covid-19 (2020 e 2021) e a Guerra na Ucrânia (a partir de março de 2022). Ainda é percebido o reflexo nos indicadores atuais de juros e inflação (IPCA acumulado 8,73% a.a. Agosto/22).

– Estatais: Devido a bandeira liberal assumida, as privatizações são plataforma de governo. Importantes privatizações foram realizadas como BR Distribuição e Eletrobras a fim de gerar concorrência, e com isso, reduzir os preços.

– Financiamentos diretos à produção: Com uma política econômica mais restritiva, o governo atual não subsidiou de forma ampla os financiamentos à produção. Linhas já conhecidas do BNDES perderam a atratividade (foco em recuperar o caixa do banco estatal), e recursos agrícolas subsidiados ficaram mais escassos.

– Investimentos em estrutura: As obras públicas foram focadas em novas rodovias (norte) e a finalização da transposição do Rio São Francisco. Não focado em grandes obras, ficou visível o objetivo de finalizar obras em andamento.

Com um recorte sintético das principais ações que impactaram a economia é possível projetar um cenário. Não estão sendo consideradas nesta análise, as promessas de campanhas atuais, pois, se provou historicamente que o que define a ação de fato são os indicadores econômicos e intenções de voto. Outra questão a se considerar é que ambos os candidatos erraram em seus governos, sendo os principais destaques dados são no governo Lula para a institucionalização da corrupção, aparelhando o estado junto a grandes empresas em troca de benefícios. E no governo Bolsonaro foi a má gestão da crise a covid, na qual foram repassados recursos (auxílios emergenciais, linha de crédito especial para empresas, pagamento de salário para grupos de risco), porém, como líder pecou em não assumir a frente e coordenar os Estados em unidade, para se agir em conjunto na prevenção e combate à doença.

Evita-se aqui a mediocridade de se demonstrar em cima do muro, e como nesta discussão o “recorte é econômico-empresarial” fica evidente que a permanência do atual governo (Bolsonaro) traz mais segurança e estabilidade ao mercado. Talvez essa visão tenha contribuído com uma queda considerável na bolsa de valores nesta segunda, 26. Nesse dia divulgaram-se pesquisas que Lula pode se eleger no primeiro turno. O receito do mercado é que uma política expansionista sem a trava do teto de gastos (prometida por Lula) traga uma profunda recessão econômica sendo que, utilizar uma política tão agressiva em um momento de cautela (reflexos de crise e recessão global), pode aprofundar o problema.

Fontes citadas:

IBGE

Banco Central do Brasil

Suno Reserch

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