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Pelo direito de não se vacinar contra a covid-19

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Avanço da vacina cria duas categorias, mas a maioria está imunizada

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SOBRE LIBERDADE

COLUNA DE DOMINGO Passamos dos 80% da população vacinável imunizada com duas doses contra a covid-19 em Santa Catarina. A dose de reforço segue lentamente, mas como já ficou provado, as duas doses garantem que, ao menos, os vacinados não lotem leitos de UTI. Em dezembro, o Estado perdeu mais da metade dos leitos de UTI específicos para covid e, desde então, esse número segue caindo (a UTI Covid do Hospital Santa Cruz fecha nos próximos dias).

Em janeiro, entretanto, a variante ômicron foi responsável pela maior e mais rápida contaminação de que se tem notícia desde o início da pandemia. Canoinhas chegou a ter mais de 500 casos ativos ao mesmo tempo. Ao contrário do que vimos no ano passado, quando a vacinação era incipiente, não houve estrangulamento do sistema de saúde. Em maio de 2021, com o início da vacinação em grupos prioritários, 30 moradores de Canoinhas morreram de covid. Em janeiro, com a maioria da população vacinada com duas doses e o surto da ômicron, uma morte. Fevereiro, que enfrentou os efeitos da alta contaminação de janeiro, oito mortos, todos idosos acima de 64 anos. Com exceção de um, os demais tinham comorbidades.

Cito esses dados não só para enaltecer a nossa salvadora vacina, mas para também defender o direito dos antivacinas de não se vacinar. Com mais de 80% da população imunizada, os outros 20% devem ficar de onde nunca deveriam ter saído: a escuridão informativa em que vivem. Que descansem em paz sem ninguém pra lhes cobrar a carteirinha de vacina.

Não quero desancar os que pensam diferente de mim, mas, sem ironias, os antivacinas podem, agora, viver como bem entendem. Sou contra impedi-los de entrar em determinados locais por não terem tomado nenhuma dose do imunizante. Entendo que somente a absoluta indiferença a eles poupará nossos ouvidos de absurdos como “a vacina é experimental” (quando todas as etapas foram respeitadas, em prazo recorde, fato que deve ser comemorado, não rechaçado), “o filho da amiga de um primo meu que mora no norte morreu depois de tomar a vacina” (até agora nenhuma das raríssimas mortes pós-vacina teve relação direta com o imunizante comprovada) e “estão instalando um chip nas pessoas” (como se o celular que todo mundo carrega já não denunciasse ao Google todos os nossos passos).

A covid tende a ser endêmica, mais uma doença com a qual teremos de nos acostumar. Quem se vacina tem segurança, quem não se vacina se entrega a própria sorte. Porém, sempre foi uma questão de não lotar o sistema público de saúde – o que, com alta taxa de vacinados, a imunização de rebanho (muita gente já teve a doença) e o enfraquecimento do vírus – não deve mais ocorrer. Então, tudo certo. Quem não quer se vacinar, caso desenvolva o estágio grave da doença terá seu leito de UTI garantido, sem a injusta chance de tirá-lo de uma pessoa que se imunizou e se cuidou.

Que assim seja!

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