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abril

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2024

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Os novos integrantes da Academia de Letras de Canoinhas

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Pela segunda vez neste ano, seus membros puderam debulhar sua alma diante dos que apreciam a arte, diante dos que apreciam a cultura

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A Academia de Letras do Brasil – Canoinhas tem por objetivo a difusão da cultura e o incentivo às letras e às artes.

Durante dois anos esteve distante do público, pautando suas Sessões Solenes defronte a uma câmera e a um computador, num exíguo espaço entre quatro paredes.

Pela segunda vez neste ano, seus membros puderam debulhar sua alma diante dos que apreciam a arte, diante dos que apreciam a cultura.

A Academia de Letras do Brasil – Canoinhas, fundada em 02 de maio de 2014, tem a finalidade de congregar as pessoas que se destacam no estranho ninho das artes.

A Sessão Solene realizada no último dia 2 deste mês teve como culminância a entronização e diplomação de novos membros.

Após a apresentação de seu estandarte e de todo o cerimonial de abertura do evento os Acadêmicos teceram breves palavras em torno da vida e da obra dos patronos de suas cadeiras.

Em seguida foi realizada a solene recepção aos novos acadêmicos Maria Cristina Ferreira dos Santos, Mario Rajá Michel e Matheus Theodorovitz Prust. O público presente tece a oportunidade de ouvir uma esmiuçada biografia de cada um e conhecer a sua arte literária.

Maria Cristina Ferreira dos Santos natural de Canoinhas é doutora em “Estudos Literários” pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Segundo suas palavras “desde a primeira infância foi fascinada por livros e literatura, fazendo da leitura um hábito diário, e o desejo de ser escritora e professora da área de Linguagens, um objetivo. Sua primeira publicação foi aos 10 anos, quando participou de uma chamada de textos da Revista “Nosso Amiguinho”, que seus pais assinavam para o entretenimento dos filhos. Com o tema “Os adultos nem imaginam”, sua redação foi selecionada e publicada. ”

“Alçapão: alçapões: os contos-poema de Péricles Prade”, o primeiro livro seu foi publicado em 2012.

Escreveu resenhas literárias para jornais locais e hoje é colunista do JMais, publicando, quinzenalmente, uma análise de obra. Tem 120 resenhas publicadas.

Mario Rajá Michel, natural de Canoinhas é Bacharel em Ciências Náuticas, em Tecnologia em Manutenção de Máquinas e Equipamentos e em Administração de Empresas pela Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante do Rio de Janeiro, RJ. É Oficial da Marinha Mercante e tem Pós-Graduação em Engenharia de Climatização pela Escola Técnica Profissional da Faculdade Profissional e em Engenharia Ambiental pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Ministrou cursos sobre paradigma comportamental e relações humanas para empresas e instituições como Master pela Stars Edge nos Estados Unidos e Curso de Oratória pelo Dale Carnegie Center entre outros.

Dentre suas obras literárias destacamos “Navegar é Preciso. –  A História da navegação à Vapor no Rio Iguaçu e Afluentes”, “ Vivendo Além das Fronteiras da Realidade”, “Reflexões Místicas” e “Dilemas do Ego”.

Matheus Theodorovitz Prust, natural de Canoinhas é músico, pesquisador e professor. Iniciou seus estudos de música aos 8 anos de idade, ao violão e violino, na “Casa da Cultura de Canoinhas”, com o professor Leandro Izídio. É graduado em música pela “Escola de Música e Belas Artes do Paraná da Universidade Estadual do Paraná”. É mestre e doutorando em Musicologia Histórica pelo Programa de Pós-Graduação em Música da “Universidade Federal do Paraná ”, em cotutela com a Université de Sourbonne, França, e docente e pesquisador da Faculdade de Artes da Universidade Estadual do Paraná.  

Com a colaboração da escritora Shehrazad Elis Ramos Daoud publicou o livro “Poesia em Tempos de Guerra: O Contestado e a Literatura”, através da Fundação Catarinense de Cultura. ”  “Como vai o coro? Sempre Azul? Coral Santa Cecília, uma instituição centenária”, seu próximo livro já se encontra em fase final de editoração.

No juramento dos Acadêmicos proferido pela Acadêmica Maria Cristina Ferreira dos Santos todos os novos integrantes prometeram exercer a Arte de escrever e falar com dignidade, observar os mais ricos princípios Éticos e de Educação, contribuir no processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento intelectual e moral do ser humano. Além de defender os Direitos Humanos, a Justiça Social, o aperfeiçoamento da cultura, ser fiel ao Estatuto da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas, participar de suas atividades, cumprir suas leis e levar seu nome para todos os meios literários.

Foi majestoso o ato de entrega dos diplomas e tocante o momento em que os padrinhos procederam à entrega da insígnia da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas para os novos acadêmicos.

Os integrantes de uma academia de letras ocupam uma cadeira vitalícia que tem como patrono um eminente vulto da literatura brasileira.

Maria Cristina Ferreira dos Santos escolheu como Patrono da Cadeira número 20 o escritor gaúcho Érico Veríssimo. Do panegírico que ela escreveu e leu sobre ele após a sua diplomação destacamos:

“A escolha de Erico Verissimo como meu patrono da cadeira 20, da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas, não é fortuita, mas intrínseca à minha formação como leitora, pesquisadora e professora. Já o considerava meu patrono desde o primeiro contato que tive com suas obras. ”

“Entre tantos outros escritores que li, por que Erico Verissimo me fascina ao ponto de residir em Canoinhas e cursar mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Porto Alegre – percorrendo, semanalmente, durante anos, 1.200 quilômetros para estudar sua obra e sobre ela escrever?”

“De início, foram as personagens e o enredo épico de “O Tempo e o Vento”, sobretudo a narrativa histórica, que abarca quase dois séculos da história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Sempre afirmo para meus amigos e alunos: quer conhecer a História de nosso país? Leia Erico Verissimo e Jorge Amado. Fiquei admirada com as façanhas da família Terra-Cambará, com as guerras, com as incipientes cidades, e, nos últimos tomos, com a descrição dos primeiros anos de República, sobre a Era Vargas, sobre a imigração, e assim por diante. ”

E em lágrimas ela finda o seu brilhante texto. [“ … um dos objetivos da escrita é mostrar o que está obliterado, iluminar os subentendidos, tornar mais clara a trajetória do leitor. Além disso, finalizo minha homenagem a Erico inquietando-nos com sua declaração a Jorge Andrade quando indagado sobre seu posicionamento: “A causa daqueles que lutam pela liberdade será sempre a minha causa”. ]

Mario Rajá Michel elegeu como Patrono da Cadeira número 21 Pedro de Gonzaga de Bragança e Habsburgo, ou seja o Imperador Dom Pedro II.

Do panegírico que escreveu e leu sobre o nosso segundo soberano após a sua diplomação destacamos:

“Graças aos seus incentivos, na década de 1850, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro consolida-se como um centro de estudos históricos e literários bastante ativo. Dom Pedro II conduz diretamente as ações do instituto e impulsiona a produção romântica de autores como Joaquim Manuel de Macedo (1820 – 1882) e Gonçalves Dias (1823 – 1864). ”

“Adquire, em 1840, um aparelho daguerreotipo, e introduz essa técnica de reprodução no país. ”

“Envolve-se na condução e realização dos projetos da Academia Imperial de Belas Artes – AIBA, parte de um projeto político de fortalecimento da monarquia e de unificação nacional. ”

“Admirador de ópera, cria a Imperial Academia de Música e a Ópera Nacional, em 1857. ”  “…  foi o primeiro a traduzir a obra “ Mil e uma Noites” do árabe original para o português do Brasil. ”

Dom Pedro II tem muitas obras literárias publicadas. Dentre elas: “Dom Pedro II na Terra Santa – Diário de Viagem – 1876”, “Sonetos do Exílio”, “Diário da visita à Província do Paraná” e “Viagem pelo Brasil: Bahia, Sergipe e Alagoas”.

Em meio aos inúmeros escritores nacionais Matheus Theodorovitz Prust optou pelo canoinhense Cyro Ehlke para ser o Patrono da Cadeira número 22 iniciando sua fala com as palavras do homenageado:

A história não deve ser uma árida enumeração de datas e fatos, sem nenhuma perquirição das causas e efeitos que influíram ou determinaram os sucessos, e sem o mínimo de comento sobre o seu espírito e significado na história da civilização. Os dados, antes inertes e incompreensíveis (como fósseis), devem ser vínculos de sua ligação. ”

“Assim, Cyro Ehlke abre o seu mais célebre título “A Conquista do Planalto: Bandeirantes e Tropeiros do Sertão de Curitiba”, delineando a vertente historiográfica que permeia toda a sua obra e trajetória pessoal. ”

“Sua família foi uma das primeiras ocupantes do território canoinhense, chegando aqui tão cedo quanto em 1886 – quase três décadas antes da emancipação da vila. Com seus pares conheceu a história viva que hoje nos parece distante e inatingível. ”

“Foi célebre membro do “Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina” de Florianópolis, da “Academia Joinvilense de Letras, da Academia de Letras “José de Alencar” de Curitiba, da “Casa de Euclides” de São Paulo, do “Grupo Americanista de Intelectuais e Artistas” do Uruguai, dentre outros. ”

“Considero uma felicidade e verdadeira honra ter o doutor Cyro Ehlke como patrono de minha cadeira nesta célebre instituição. Cyro Ehlke, continuamente e com notável respeito, levou o nome de Canoinhas para todos os cantos, com uma obra imprescindível para a construção de nossa identidade. ”

A Acadêmica Rosane Godoi em sua Oração de Boas-Vindas aos novos acadêmicos diz que a literatura é a sua melhor companhia.

“O velho e bom livro. A companhia dos meus personagens, que viram amigos, com quem de vez em quando converso “sozinha”.

“ Entendo agora a dor de Zorico Tamanqueiro, expulso do seu lar “antes que o cuspe secasse no chão”.  Torci por Alícia e Eduardo, quantas vezes tive vontade que ela o mandasse às favas, até que foi e me levou às lágrimas com seu buquê de rosas. … histórias açucaradas, duras, sofridas, sentidas, surreais ao ponto de transformar um homem em inseto. ”

Nós não “estamos” na academia de letras, como quem está no parque brincando e quando se cansa da brincadeira joga a toga, rasga a obra, vai embora. Ou quando se encoleriza fica “bem de mal, tá! ”. Não!!!! Nós somos Academia de Letras. Nós somos o sal das terras literárias. Nós somos o semeador que lança a semente das letras nas mentes de nossos jovens. Nós somos o fermento na massa, aqueles que fazem a escrita e a leitura crescerem e se difundirem num país de miseráveis e analfabetos.”

Um Sarau Cultural coroou a noite especial. Com belas poesias de sua autoria declamadas por Andreas Costenaro e Dione Grei da Cruz. Com maviosas músicas soladas pelos violinistas Mateus Prust e Leandro Izídio, pelo violonista William Carvalho e pelo pianista Leonardo Tanaka e cantadas pelo Coral “Santa Cecília”.

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