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Os domínios de nosso viver e a importância do trabalho

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O trabalho deve ser fonte de prazer e de satisfação

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São tantas as considerações que se fazem para explicar e definir o que seria ter uma vida com qualidade — propagadas nos altos estudos filosóficos e já estendo também para metafísicos — que acabamos por imaginar que a vivemos realmente por milagre, flanando entre barreiras dos mais diversos formatos.

Mas como a Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu um questionário para aferição de nossa qualidade de vida continuarei, em poucas palavras, a explaná-los.

O questionário envolve seis importantes domínios de nosso viver: Físico, Psicológico, Nível de Independência, Relações Sociais, Meio Ambiente e Aspectos Religiosos.

Na coluna passada teci alguns comentários sobre os conceitos lá citados findando nas Relações Sociais.

Hoje começamos pelo domínio do Meio Ambiente.

Neste quesito é necessário avaliarmos a nossa segurança física. Devemos levar em consideração o quanto estamos protegidos das intempéries. As margens de nossos rios e lagos contam com a metragem regular de árvores nativas para manter o seu leito natural e para impedir alagamentos? Estamos livres de enxurradas e deslizamentos de encostas?

Importante é fazermos uma estimativa de como é o ambiente em nossos lares e se os nossos recursos financeiros são suficientes para o nosso bem-estar quotidiano e para os cuidados com a nossa saúde.

Também precisamos olhar para as oportunidades de adquirirmos novas informações e habilidades e se programamos um tempo regular para a recreação e o lazer.

Ainda é preciso que se avalie o ambiente físico que nos rodeia e a poluição que invade os céus proveniente da indústria, em especial, da indústria química.

Há muitas décadas já pudemos perceber a deterioração em nosso entorno desde que estas exuberantes indústrias iniciaram o seu moto-contínuo na emissão de gases tóxicos que tomaram conta de nossos céus.

Já na década de 1970 do século passado eu derramava em crônicas a minha dor ao não mais encontrar noites verdes em meus noturnos caminhos, em já não encontrar a pureza de céus azulados.

Já não se encontram mais pomares carregados de suculentos pêssegos, vermelhas maçãs, macias peras, parreiras coalhadas de rutilantes uvas e figos como não havia iguais…

A poluição industrial fez-nos reféns de frutas e verduras vindas de longe ou cultivadas por aqui com grande esforço para pouca produção.

Sem falar no aumento desproporcional de doenças malignas que, tristemente, aparecem ao nosso redor.

O perpétuo rugir dos motores de explosão pelas rodovias e ruas das cidades é, realmente, uma razão a mais a deixar-nos em polvorosa.

Não apenas pelos estrondos causados pelos escapamentos abertos, mas também pelo alto teor de toxicidade emitida.

Felizes os que vivem em pequenas povoações ou em cidades pacatas e não precisam fechar seus ouvidos numa vã tentativa de fugir dos ensurdecedores ruídos do trânsito.

O clima é outro fator a influenciar a nossa qualidade de vida. Mudanças climáticas radicais a lotar, muitas vezes, os serviços de pronto atendimento médico e hospitais. Mortes ocasionadas tanto por temperaturas elevadas nos verões como pelas baixíssimas no inverno, como ocorre em muitas gélidas regiões de nosso planeta.

Considera-se o transporte público como um dos fatores a influir demais na qualidade de vida das pessoas, mormente nas grandes cidades. Não se consegue compreender como alguém passa horas, até em pé, dentro de um trem de subúrbio, de um ônibus ou de um metrô para ir e voltar ao seu local de trabalho. Realmente, aqui deveríamos considerar muitos pontos a menos no índice de desenvolvimento humano destas pessoas.

O último domínio a ser analisado é aquele que para mim deveria ser o primeiro, o Espiritual.

Para muitos é algo que não parece ser importante. Mas os aspectos espirituais podem afetar a nossa vida de uma forma positiva ou negativa.

As religiões e as crenças deveriam fazer parte de nossa vida como um alimento material. Sem exageros. Se não nos alimentamos corremos o risco de adquirirmos inúmeras doenças. Ocorre o mesmo se exagerarmos na quantidade de nossa alimentação.

Assim com as crenças e as religiões. Mesmo aqueles que propugnam um ateísmo radical na hora do desespero buscam energias salvadoras nas mais altas esferas espirituais.

Não vamos discorrer sobre o fanatismo religioso. Que leva muitos a loucuras inimagináveis.

O importante é termos um norte, um caminho a seguir e nele encontrarmos a paz.

Enfim o que podermos considerar para que tenhamos uma qualidade de vida?

Os pontos mais importantes dependem de cada um de nós, de nossa visão do ideal, de nossas possibilidades, da visão que temos da vida, de nossa herança familiar, de nossa herança cultural, da visão que temos do mundo, de nossos relacionamentos, de nossa expectativa em relação ao futuro, da fase da vida na qual nos encontramos e de muitas outras coisas mais.

Leonardo Boff, escreveu e falou muito já sobre este tema. Dele transcrevo: –

“A característica principal dessa integração é a cultura da solidariedade que envolve muitos valores como a gratuidade, a reciprocidade, a cooperação, a compaixão, o respeito à diversidade, a complementaridade, a comunidade, o amor.”

E acrescenta, ainda, os seguintes princípios:

“A autogestão, o respeito à diversidade e à complexidade, a convivência solidária com a natureza, o cuidado com o meio ambiente, a democracia, a descentralização e a desconcentração do poder, das riquezas, dos bens…”

Para que tenhamos qualidade de vida em nosso trabalho há mais algumas considerações a se fazer.

O trabalho deve ser fonte de prazer e de satisfação, tanto durante o seu processo como em sua conclusão. E deve dar alegria para quem o recebe.

Antigamente o trabalho era realizado apenas para a sobrevivência das pessoas, para suprir as suas necessidades básicas.

Ouvia-se, frequentemente, a expressão:

“Matar quem inventou o trabalho”. Ou seja, trabalhava-se para matar a fome.

O trabalho era vinculado a um castigo, a um fardo, a um sacrifício.

Como vemos hoje o trabalho?

Como algo vital e fundamental ao ser humano, essencial à vida e à felicidade, como uma sensação de euforia por haver cumprido um dever.

Estudar, lecionar, escrever, cozinhar, tocar um instrumento, pintar um quadro esculpir algo é um trabalho. A arte é um trabalho.

E o trabalhador não pode ser escravo. Deve ser respeitado, ouvido, notado, olhado, considerado.

Ficarei aqui a escrever por dias e noites, sem parar, sobre este assunto e jamais terminarei.

Foram muitas e inúmeras lutas, em várias partes do mundo, para que o trabalhador tivesse a sua justa remuneração, as suas folgas, as suas recompensas.

O trabalho enobrece? Sim. Mas com a necessária remuneração.

“Faça para mim? Cubra este turno, este plantão para mim? ”

“Sim, mas e a minha vida? E o meu futuro? Quem irá cobrir? Quem irá fazer? Só porque eu gosto do meu trabalho não significa que eu seja escravo de alguém e trabalhe sem remuneração! ”

Mas é o que ainda se vê, e muito, por aí.

Gosto de falar em Buda. Ele nasceu no Himalaia 600 anos A. C.

Pregava, essencialmente, sobre o sofrimento. Sua célebre frase:

“Para não sofrer é preciso conhecer o sofrimento! ”

Muitos entenderam-na como se o sofrimento fosse necessário. Não, não é preciso sofrer para se saber o que é sofrimento. Devemos conhecer as causas do sofrimento para evitá-las e contorná-las.

Entre estas causas estão o tabaco, o álcool, as drogas ilícitas, o sexo sem controle, a alimentação errada e exagerada, os venenos, os atos impensados como a fúria e outras drásticas e impensadas ações.

Bom, creio que o mais básico dos básicos eu tentei explanar nestas colunas todas. Nada por mim foi inventado.

Abaixo as referências onde busquei as informações repassadas.

REFERÊNCIAS

•BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais.Brasília: MEC/SEF, 1998.

•BRASIL. Art. 196, parágrafo único. Brasília: Constituição Brasileira 1988. 133p.

•BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente -Lei nº 8069, de 13 julho de 1990.

•RIGATTO, M. Preceitos Fundamentais Para Uma Maior Quantidade e Uma Melhor Qualidade de Vida.4 ed. Porto Alegre: WS, 2001.

•SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina. Florianópolis: Cogen, 1998.

•SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Prevenção de acidentes na Infância –Comitê de Prevenção.

•VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do Trabalho Pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 5 ed. São Paulo: Libertad Editora, 2004.

•INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS UOL BOA SAÚDE. Avaliação do comportamento do consumidor. Disponível em: http://www.boasaude.uol.com.br. Acesso em: 27 out. 2010.

•HEERDT, MAURI. -O desafio da qualidade de vida. -Jornal “Missão Jovem”. –Ecologia.

•CAMPOS, Shirley. -O que é Qualidade de Vida.- Origem: – Wikipedia, a Enciclopédia livre.

•UNIFESP –EPM.-Departamento de Psicobiologia.

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