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O que indenização de Dalagnol a Lula diz sobre a Et Pater Filium

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Intimidação do Ministério Público pode travar várias investigações

SINAIS

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COLUNA DE DOMINGO Há uma máxima popular que diz que cadeia é lugar de pobres, pretos e prostitutas (o PPP). E é. Salvo raras exceções são as classes mais pobres as que mais lotam os presídios do Brasil.

Vez ou outra, contudo, surgem alguns fracos sinais de esperança de que um dia teremos quem rouba o grosso do dinheiro na cadeia. O traficante de grife e não o aviãozinho, os mandantes e não só os executores e, principalmente, os ladrões do colarinho branco e não somente os que furtam pra comer.

Por isso, quando acontece de um ex-presidente da República ir para a cadeia nos surpreendemos positivamente. Afinal, se nem um ex-presidente está acima da Justiça, quem estará?

Se entrar nos tantos meandros que deixam evidente a culpa de Lula, e destacando que ele não foi inocentado, mas sim, o juiz que o condenou em primeira instância foi colocado em suspeição, é possível concluir que, por alguns meses nos sentimos vingados pelos tantos bilhões desviados dos cofres públicos.

A prisão de Lula é um símbolo de Justiça. Se provas não existissem não estariam todos os dias nos jornais, nem Lula teria condenações confirmadas em segunda instância. O Brasil, contudo, não é um país para principiantes, decididamente e, agora, surpresa, Lula está solto, teve as condenações anuladas e é favorito à Presidência. Jogo jogado, a esquisita Justiça brasileira sofreu um duro golpe nesta semana.

Ok, é pra lá de suspeito que o juiz que condenou Lula foi ministro de quem mais se beneficiou da prisão do ex-presidente. Soam bem mais suspeitas as conversações entre Sergio Moro e o procurador que chefiou a força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dalagnol. Agora, se isso beneficia o ex-presidente, não anula as provas que foram coletadas contra Lula.

Dalagnol foi condenado a indenizar Lula por esmiuçar as acusações que ele, como procurador, fez contra o presidente baseado em provas. Merece um puxão de orelha se extrapolou os limites da peça acusatória, mas indenizar um criminoso emite péssimos sinais para a classe que ele representa.

Aí que chegamos nas chagas locais. Em entrevista ao JMais para falar sobre uma PEC que ameaçava a autonomia do Ministério Público, o promotor Renato Maia de Faria, disse que poderia muito bem se limitar a fazer o básico do seu trabalho que seu salário se manteria inalterado. Mesmo assim peitou, praticamente sozinho, lideranças políticas que há anos vinham dilapidando o patrimônio público, se valendo do erário para enriquecer ilicitamente. Dois prefeitos presos mais tarde, a operação permanece em aberto, com várias perguntas sem respostas. Afinal, é difícil de engolir que uma empresa que só fez maracutaias em Bela Vista do Toldo e Major Vieira, cumpriu rigorosamente dentro dos limites da legislação os 24 contratos que tinha com a prefeitura de Canoinhas. O Ministério Público não afirma nada sobre isso, mas também não nega. Como dizia o finado Maurício Nascimento, “perguntar não ofende”.

O problema, neste caso, é que as perguntas existem, mas ninguém as responde ou responde por meio de notas que abordam só o que quem as escreve deseja. Pode ser um sinal do que golpes dados no Ministério Público, como esta estapafúrdia indenização a Lula, vêm dando aos promotores de Justiça.

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