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O junho de 2013 em Canoinhas

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A COLUNA ESTÁ DE FÉRIAS. VOLTA A PUBLICAR TEXTOS INÉDITOS EM 1º DE FEVEREIRO DE 24. ATÉ LÁ, TEXTOS DE 2023 SERÃO DESTACADOS COMO ESTE, POSTADO ORIGINALMENTE EM 11 DE JUNHO

O que queriam os canoinhenses que foram às ruas?

10 ANOS DEPOIS

COLUNA DE DOMINGO Este mês de junho marca os 10 anos de um momento único na história do Brasil. Milhões de pessoas foram às ruas nas chamadas jornadas de junho, simplesmente a maior manifestação espontânea da história do país.

Canoinhas, sem nenhuma tradição em movimentos populares, também foi às ruas, uma, duas, três, perdi as contas de quantas vezes. Havia uma turbulência, iniciada pela tarifa do ônibus em São Paulo, que virou um descontentamento nacional. Historicamente anti-PT, a região de Canoinhas viu ali a oportunidade de protestar contra tudo que discordava, notadamente contra a corrupção. Ali nascia algo que voltaria a ganhar força com os protestos contra o preço dos combustíveis em 2018, o que se revelaria essencialmente radical com a insatisfação pela eleição de Lula no ano passado.

Dez anos depois de 2013, que teve na antipolítica sua essência, o que nos restou?

Espertos como raposas, os líderes partidários correram mudar os nomes de suas siglas. Partido no nome parecia algo tóxico. Sai o P do MDB, entram os Progressistas, Republicanos e Patriotas. As caras por trás dessas “novas” (tem até o partido Novo) siglas são as mesmas de sempre, basta uma rápida conferida.

Se o povo engoliu ou não essas mudanças marqueteiras difícil saber. O que surgiu do junho de 2013 foi uma demonização da esquerda, afinal era Dilma no poder, que culminou com seu impeachment e um governo de transição (Michel Temer) até que a extrema direita tivesse sua chance com Bolsonaro.

O que Bolsonaro fez no poder para dar uma guinada à direita foi implodir instituições. O que queria colocar no lugar, só podemos inferir, não foi possível por falta de tempo, talvez, muito embora a falta de capacidade me pareça um tanto quanto óbvia.

Fato é que Bolsonaro nem os “novos partidos” trouxeram as mudanças que o País esperava. Seguimos com muita corrupção, muita mentira e políticos se refestelando no que é público, à direita ou à esquerda. Prova disso está na aprovação recente com gosto por direitistas e esquerdistas brandos e extremistas ao projeto de lei que perdoa as multas aos partidos aplicados nas últimas eleições. Todos unidos por um bem maior: o deles, no caso.

Lamento, mas as jornadas de junho viraram pó diante de um país estruturalmente criado em cima do “farinha pouca, meu pirão primeiro”, lema que cabe muito bem especialmente a classe política. O mensalão virou orçamento secreto e os discursos infames de Lula viraram os de Bolsonaro. O mais triste é o Brasil achar que só existem estes dois capazes de governar o país, o que cria uma barreira para surgimento de novas lideranças. “Que Deus tenha piedade dessa nação”, já dizia ironicamente Eduardo Cunha, ele mesmo, vejam só, livrado nesta semana de uma das tantas acusações de corrupção pelas quais responde.

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