A COLUNA ESTÁ DE FÉRIAS. VOLTA A PUBLICAR TEXTOS INÉDITOS EM 1º DE FEVEREIRO DE 24. ATÉ LÁ, TEXTOS DE 2023 SERÃO DESTACADOS COMO ESTE, POSTADO ORIGINALMENTE EM 13 DE JUNHO
O dinheiro seria repassado às empresas do “mensageiro”
SUBESTIMADO
O “mensageiro” do escândalo de corrupção que leva seu nome teria recebido R$ 4.742.878,60 em repasses da Serrana Engenharia às suas empresas. Para o Ministério Público (MP), os repasses seriam a forma encontrada de pagar o “mensageiro” por entregar propina aos agentes políticos do Planalto Norte.
Os dados do MP contradizem o que o próprio “mensageiro” disse em seu acordo de delação premiada. Aos investigadores, afirmou que recebia de três mil a seis mil reais por mês por seus serviços, valores incompatíveis com o movimento de quase R$ 5 milhões em suas contas bancárias.
O “mensageiro” possui duas empresas no ramo agrícola. Uma delas recebeu repasses da Seluma, Serrana Engenharia e Serrana Águas. Outra empresa, uma oficina mecânica de tratores e máquinas pesadas, teria prestado serviços à Serrana.
Os pagamentos ao “mensageiro” só começaram a ocorrer em espécie depois da homologação do termo de colaboração.
PRIMEIRA INSTÂNCIA
A Operação Mensageiro pode ter o primeiro prefeito a ter o caso analisado em 1ª instância. Até agora, todos os prefeitos investigados e presos preventivamente têm o caso analisado no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). Por terem o chamado “foro privilegiado”, os prefeitos, quando processados, passam a responder pelo caso diretamente na Justiça estadual, sem passar pelos juízes das comarcas locais.
O caso em análise é do agora ex-prefeito de Papanduva, Luiz Henrique Saliba (PP). Ele teve o mandato extinto na semana passada mediante pedido dele mesmo à Câmara de Vereadores do município. O motivo foi uma uma condenação em outro processo, sem relação com os casos apurados na investigação que apura o escândalo do lixo em SC.
As denúncias que motivaram a extinção do mandato são referentes à Operação Patrola, que apurou o superfaturamento na compra de um veículo com suposto recebimento de propina. Saliba foi condenado a quatro anos de prisão em regime semiaberto.
APENAS UM
Na comarca de Canoinhas somente a acusação que pesa contra o ex-vice-prefeito de Canoinhas, Renato Pike, está na primeira instância entre aqueles que chegaram a cargos de primeiro escalão na esfera pública.
PISCA-PISCA
Vereador Osmar Oleskovicz (PSD) criticou a enquete lançada pelo Município para decidir o que fazer com o semáforo pisca-pisca da esquina das ruas Francisco de Paula Pereira e Eugênio de Souza. Ele falou o óbvio, que trata-se de uma questão de um estudo de engenharia de tráfego para decidir se liga de vez ou retira os semáforos da esquina.
Como muito bem disse Wilmar Sudoski (PSD), “eu acho que está funcionando como está”. Ok, porém, não se trata de uma questão de opinião. É uma questão técnica que, por óbvio, precisa ser tratada por profissionais da área.
FALANDO NISSO…
Beto Passos chegou a contratar uma empresa que supostamente seria especializada em estudo de tráfego.
À época li as 46 páginas ricamente ilustradas por fotos desnecessárias das esquinas do centro de Canoinhas, escritas em português precário e com constatações óbvias que compunham o chamado Estudo de Tráfego elaborado pela empresa Insight Engenharia e Consultoria, de Blumenau. O estudo começa com um levantamento de fluxo feito em apenas um dia (9 de novembro de 2017) em quatro esquinas do centro da cidade. A partir do levantamento há sugestões óbvias como a criação de faixas elevadas e instalação de semáforos.
O estudo ainda trazia dados defasados sobre o número de veículos que circulam pela cidade. Os dados eram de 2016, enquanto que o Departamento de Trânsito fornece a quem o consultar dados atualizados a cada mês. Os dados de 2016 eram os mais recentes disponíveis na página do IBGE na internet.
O estudo chegou ao ponto de sugerir a criação de um anel viário. Este anel já existe desde 2004, quando o então prefeito Leoberto Weinert (MDB) concluiu obra iniciada por Orlando Krautler. O anel liga a rua Adão Tiscka, no Cristo Rei, à BR-280.
RENÚNCIA
A Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa marcou para esta quarta-feira, 14, uma audiência pública para tratar sobre as renúncias fiscais em Santa Catarina.
Em 2023, SC deixará de arrecadar R$ 21 bilhões com renúncias fiscais. O valor é 43% maior do que o Estado abriu mão em impostos em 2022, quando os benefícios somaram R$ 14 bilhões.
PORTAS FECHADAS
A crise causada pela inflação e juros altos desde 2021, que afeta a maioria dos consumidores e as vendas a prazo, exigiu uma decisão de maior impacto da rede catarinense Schumann, que atua com móveis, eletrodomésticos e outros itens. A empresa decidiu fechar 29 unidades no Estado durante este mês de julho, conforme nota divulgada pelo fundador e presidente do grupo, André Leonardo Schumann. As cidades onde as lojas serão fechadas, contudo, não foram divulgadas.
