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Lista divulgada no WhatsApp pede boicote a comércios de Canoinhas

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Ideia seria punir empresários que votariam em Lula

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Uma lista com o nome de pelo menos 20 comércios dos mais variados ramos de Canoinhas está circulando em grupos de WhatsApp invariavelmente acompanhada de um vídeo onde um casal não identificado pela reportagem faz um raciocínio sobre o resultado das eleições de domingo, 2. A lista tem centenas de compartilhamentos e traz somente como descrição que seria “lista de comércios PT de Canoinhas”.

O JMais teve acesso a prints de conversas de grupos nos quais o compartilhamento da lista é seguido de comentários depreciando os locais pelo motivo de, supostamente, serem administrados por apoiadores do PT e do ex-presidente Lula. “Se esse lixo quiser viver do lanche vai ter que vender para petistas”, diz um dos comentários a respeito de um empresário que tem uma lanchonete na cidade. “Sou cliente desse lixo desde que ele abriu. Jamais vou comer um lanche lá”, diz outro comentário. “Difícil acreditar, pois um comerciante que vive em um país livre querer um presidente presidiário que apoia assalto”, diz outro.

“Vamos deixar o estabelecimento dele para atender só os amiguinhos petistas dele”, escreve outro integrante de grupo. “Primeiro por ser petista e segundo por ser dono de um estabelecimento comercial e postar uma merda dessas”, escreve outro membro de grupo ao comentar postagem printada da rede social particular de um comerciante. “Esse nunca mais”, sentencia outro.

No vídeo o casal diz que chegou a seguinte conclusão: “Nós como casal, como família, não vamos colocar dinheiro na mão de pessoas que votam no PT, isso mesmo, de que forma? De padaria, mercado, farmácia, onde a gente souber que tem um petista nós não vamos mais comprar ali, não vamos consumir ali, até porque eles apoiam o socialismo, eles não precisam do dinheiro de um capitalista”, diz o homem, ao que a mulher responde: “Vão dizer que somos radicais, não, nós não somos radicais porque o mesmo acesso que eu tenho a internet, ou seja, eu tenho acesso a informação, o petista também tem e ele não busca de uma fonte verdadeira. Então, por que eu vou alimentar esse comércio? Alimentem, sim, o comércio local, mas de conservadores. Honrem essas pessoas que são patriotas, é isso que nós vamos fazer a partir de agora.”

O vídeo se encerra com a logomarca do partido Patriota.


REAÇÕES

O JMais conversou com três empresários cujos comércios são citados na postagem. Todos se dizem assustados com a repercussão da lista, mas até o momento não sentiram queda no movimento.

Proprietário de uma gráfica, Jonas Leôncio postou nas redes sociais sua “indignação e repúdio por tal informação”. Ele explica que sua sócia expôs manifestação pró-Lula. “Porém, eu, nunca compartilhei nada relacionado a candidatos ou partido politico, sendo que a opinião dela não expressa a minha, e vice-versa. Votamos com CPF e não CNPJ. Trabalho com a gráfica há anos, e daqui tiro o sustento da nossa família, por isso minha indignação com tal lista. Atitudes assim extrapolam o limite, e mostram total intolerância e preconceito. Chega a ser ridículo misturar as coisas dessa forma. Peço desculpa a todos os nossos clientes, eu não ia falar nada, mas diante de um discurso de ódio assim, para boicotar as empresas, não pude me calar. Lamentável”.

Os outros dois empresários não quiserem dar declaração, mas afirmaram que vão usar os prints para processar os autores dos pedidos de boicote. O JMais conversou com advogados que disseram que, de fato, o episódio pode render processos por “dano moral por perseguição política”.



CONTRAPONTO

O JMais entrou em contato com três pessoas que conseguiu identificar como propagadoras da lista. Apenas uma delas respondeu. Pedindo para não ser identificada, ela disse que compartilhou a lista em um grupo fechado de amigas como forma de propagar a informação que vinha sendo compartilhada. “Como vocês podem observar, acima da mensagem tem escrito ‘encaminhado com frequência’, portanto, não foi eu quem criou a referida lista. Nos últimos dias se fala muito sobre política, partido A, partido B, assim como várias coisas são compartilhadas. Compartilhei apenas em um grupo fechado de amigas e em poucos minutos foi feito print, digo poucos minutos porque logo após eu apaguei e posteriormente já tinham pessoas me enviando mensagens e eu nem sabia do que se tratava. O print não se trata, em nenhum momento, de propagar alguma coisa, que não a questão política que já haviam sido propagadas pela maioria das partes envolvidas. Em nenhum momento eu menciono boicotar alguém, não há qualquer informação da minha parte falando para a pessoa não consumir ou de não comprar nos estabelecimentos listados, inclusive sou cliente de alguns citados. Repassei apenas nesse grupo e deixo claro que não houve a autorização de nenhuma participante para divulgação, tanto do nome quanto do conteúdo. Fortaleço aqui, que o compartilhamento foi feito apenas para fins de informações e debates em grupo fechado.”

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