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Heartstopper ganha público ao mudar rumo de história gay

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Seriado rompe barreira do preconceito para contar história de amor que dá certo

DO CORAÇÃO

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Até os anos 1990 os gays não eram considerados bons personagens no cinema e na TV, a não ser que fossem para ser caricaturados como o saudoso Jorge Lafond nas novelas brasileiras (“bicha horrorosa”, se referiam a ele outros personagens de Sassaricando, de 1987). O cinema quebrou essa barreira com Filadélfia, filme que deu o Oscar a Tom Hanks como o protagonista gay vivendo o drama de se descobrir com Aids. A doença, por sinal, inseriu os gays no cinema sempre com dramas chorosos e trágicos. As muitas tramas que vieram a seguir tinham um enredo clássico: gay luta contra o preconceito da família e dos colegas de escola/trabalho quando enfim encontra um amor impossível, interrompido pela Aids.

Demorou, mas agora, 30 anos depois de os gays serem abertamente retratados no cinema e na TV, mudanças na sociedade, que segue preconceituosa, mas nadando fortemente contra uma onda progressista, que valoriza os ditos “diferentes”, o cinema e a TV estão olhando os gays com outros olhos. Até filmes e séries sobre trans e travestis já aparecem como Pose, Transparent e P. Valley.

Com amor, Simon foi o grande expoente dessa mudança de foco. O filme ganha agora um companheiro super simpático na TV. A Netflix comemorou o sucesso de Heartstopper, série que retrata com um afeto que transborda a tela o romance entre dois adolescentes que, claro, traz algo sobre preconceito, mas, desta vez, o amor vence e isso, olha só, parece até original em se tratando de casais gays no cinema e na TV.

Baseada nos quadrinhos publicados na internet e que, posteriormente, se tornaram uma série de livros pela autora Alice Oseman, Heartstopper nos apresenta Charlie Spring e Nick Nelson. Charlie (Joe Locke) é um aluno muito dedicado, mas que tem sofrido bullying na escola de forma constante desde que se assumiu gay, o que resultou em uma personalidade bastante acanhada e insegura nos últimos tempos. Já Nick (Kit Connor), é super popular e querido por ser um excelente jogador de rugby. Quando os dois começam a sentar próximos todas as manhãs, eles desenvolvem uma amizade intensa e imprevisível, se aproximando mais a cada dia. Charlie logo percebe o que está sentindo por Nick, apesar de entender que se apaixonar por um amigo, ainda mais hétero, pode acabar sendo uma grande furada. No entanto, Nick também está em dúvida sobre como se sente a respeito de Charlie.

O primeiro encontro, os momentos juntos, o despertar da paixão, privilégios héteros nas telas são retratados com muita ternura e sensibilidade, o que torna essa série tão especial, uma pequena pérola na imensa grade da Netflix.

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