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Pai de réu diz que nada sabia apesar de ter entregue envelopes com propina

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Policiais que trabalharam na operação também depuseram

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Começou pouco antes das 13 horas desta segunda-feira, 29, a série de depoimentos de testemunhas, réus e colaboradores premiados da fase Canoinhas da operação Et Pater Filium, que investiga vários indícios de corrupção na prefeitura de Canoinhas durante os governos de Beto Passos e Renato Pike.

Neste primeiro momento está sendo tratado do anexo Maus Caminhos da operação, que investiga especificamente as suspeitas de corrupção em obras de asfaltamento empreendidas pela empresa Prado & Prado. Os depoimentos se encerram nesta terça-feira, 30, mesmo dia em que começam a ser ouvidos os envolvidos em outro anexo, que investiga corrupção no transporte escolar.

O primeiro a depor por cerca de uma hora foi um integrante do Gaeco, que relatou em detalhes como se deu a prisão do ex-secretário de Planejamento de Canoinhas, João Linzmeier. Acompanhe abaixo, a sequência e principais pontos dos depoimentos:

13h45: encerramento do primeiro depoimento, dado por um integrante do Gaeco. Ele relatou, basicamente, como se deu a prisão de João Linzmeier. O advogado que representa Renato Pike foi o que mais questionou. Usando de uma tática já revelada em outros momentos, a defesa do ex-vice-prefeito de Canoinhas tentou desconstruir a tese de formação de quadrilha. “Ele cobrava propina da própria organização?”, perguntou.

14h05: outro integrante do Gaeco está depondo. Para ele não há dúvidas de que Pike era líder da organização criminosa sendo que Passos delegou a ele a função de extorquir o empresário Crystian Mokwa ao passo que, como contrapartida, auferia parte do dinheiro da propina. Para o policial não há dúvida que Pike era o líder da organização no âmbito público enquanto que Mokwa era o líder no âmbito privado da organização.

Agendas encontradas na casa de João Linzmeier foram de suma importância para se chegar a provas do crime, segundo o policial ao encerrar as respostas ao Ministério Público.

14h25: defesa de Linzmeier pergunta qual a participação de seu cliente na suposta organização. O policial esclarece que ele seria um facilitador do esquema montado para fraudar o cumprimento dos contratos de Mokwa. “O João foi um laranja colocado na secretaria para responder aos anseios do Renato Pike.” Defesa de João diz que Mokwa estava nervoso por não poder mais pagar propina, mas isso não ensejaria entendimento de que Crystian estaria usando material de má qualidade nas obras públicas, o que implicaria seu cliente, responsável pela fiscalização.

Às 18h os repórteres do JMais comentam o primeiro dia de depoimentos no programa Dia a Dia.

14h34: o defensor de Linzmeier se desentendeu com a testemunha e o juiz que preside a audiência teve de intervir a pedido da testemunha. “Não costumo gostar dessas alfinetadas”, disse. O magistrado pediu que ambos aguardem a conclusão de uma pergunta ou resposta para falar considerando que as testemunhas estão falando por videoconferência.

14h40: defesa de Pike inicia inquirição. Ele repete algumas perguntas da Promotoria e da defesa de João.

14h57: defensor de Pike tenta novamente levar a questão para a esfera eleitoral, ao questionar o investigador sobre se em algum momento houve menção a eleições. O policial garante que não.

15h: o policial diz que Pike exercia a liderança operacional de fato da suposta organização. Ele diz que cabia a Pike receber e controlar as propinas recebidas de Crystian. Era ele, ainda, quem distribuía a propina.

15h08: advogado quer saber se além das colaborações premiadas há algum outro elemento que endosse as acusações. O policial lembra que a partir do momento em que houve as colaborações se interrompeu o pagamento de propina, inviabilizando a produção de provas.

15h10: intervalo de 20 minutos.

15h38: oitivas são retomadas com mais um policial militar do Gaeco.

15h41: policial conta que Mokwa entregou seu celular voluntariamente ao Gaeco para que fosse feita uma perícia.

15h45: imagem da agenda de João apreendida na casa dele é exibida no telão. Há uma anotação de valores que, segundo a denúncia, seria o chamado reequilíbrio financeiro dos contratos da Prado & Prado, na prática uma forma de garantir pagamento de propina.

O policial, contudo, faz um histórico da questão, desde quando Diogo Seidel entrou no esquema. Segundo ele, Diogo é considerado muito inteligente por isso foi trazido para a administração pública. “O Pike criou uma situação em que teria pago ao Beto Passos pelo cargo do secretário de Planejamento”, lembrou.

16h: policial diz que Pike fazia intriga entre Beto e Mokwa com objetivo de ter controle do fluxo do dinheiro. A ideia era evitar que os dois tivessem contato.

16h06: “todo pagamento de propina teve atrito entre Pike e Mokwa”, diz o policial. Ele conta, ainda, que o pai de Chrystian, Sérgio Mokwa, também pagou propina a Pike.

16h15: “Beto assumiu que recebeu dinheiro de propina de Mokwa”, afirma a testemunha.

16h46: policial detalha sobre os R$ 150 mil que teriam sido pagos por Mokwa para garantir que Linzmeier assumisse como secretário de Planejamento. Este valor teria sido pago a Passos.

16h50: Para a testemunha Pike e Passos eram protagonistas dentro do esquema. ” O papel de Pike era cobrar e assegurar a cobrança da propina”, responde a questionamento da defesa.

16h58: o pai de Chrystian Mokwa, Sergio, inicia depoimento na condição de testemunha. Contudo, a defesa de Pike levanta a questão de que o depoimento dele é inválido em relação a seu cliente considerando o parentesco com o réu Chrystian. O juiz reconhece a impugnação e diz que Sérgio vai depor na condição de informante.

17h06: Sérgio conta que certo dia o filho pediu que ele entregasse um envelope com dinheiro (ele não sabia o valor) e entregou a Pike. Houve outras quatro vezes, pelo menos, em que ele entregou propina a Pike e Diogo Seidel. Sergio diz que não entrava em detalhes com o filho. “Nunca concordei com o que ele fazia. Isso não é boa coisa”, diz o informante afirmando que aconselhava o filho.

17h12: o juiz explica a Sérgio que ele não é obrigado a responder o que acha que pode incriminá-lo. A intervenção veio depois de a promotora apontar contradição na fala do empresário.

17h17: a promotora cita uma conversa gravada entre Pike e ele, mas Sérgio diz não se recordar da conversa.

17h18: a defesa de Pike inicia inquirição, a última do dia. Ele quer saber da relação dele com Pike. Sérgio responde que conhece Pike desde criança. Sobre os outros réus afirma que pouco conhece. Afirma, ainda, que de vez em quando entregava medições de obras a João. Fazia isso na ausência do filho.

17h25: questionado sobre a Prado & Prado, empresa teoricamente do filho, Sergio diz nada saber. Afirma, ainda, que Chrystian foi muito amigo de Pike. Mas algo aconteceu que isso mudou. Ele não sabe o que aconteceu.

17h28: o juiz cobra objetividade de Sérgio ao ele não responder se ouviu do filho se ele teria sido ameaçado de morte por Pike. Depois da intervenção do juiz ele responde que não ouviu sobre a suposta ameaça.

17h33: o juiz decide inquirir o depoente e questiona sobre a fisionomia de Diogo Seidel. Depois faz uma sequência de perguntas sobre a entrega de dinheiro para Diogo pedindo detalhes.

17h36: trabalhos encerrados por hoje. A retomada ocorre amanhã às 9h.

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