Adoniran Borba Fernandes disse que nunca via perdoar o tio Renato Pike
CASO DE FAMÍLIA
Pela primeira vez Adoniran Borba Fernandes, réu da Operação Et Pater Filium, decidiu falar. E falou bastante, por mais de uma hora durante depoimento a fase da operação que investiga supostas fraudes e superfaturamento nas licitações de transporte escolar em Canoinhas.
Como o JMais já mostrou, ele negou que tenha participado de qualquer esquema criminoso, mas chamou atenção o momento em que ele relatou sobre sua relação com o tio, Renato Pike, agora único dos réus da Et Pater Filium que se mantém em silêncio.
Adoniran disse que a relação dele com o tio sempre foi tumultuada e que ele trabalhou por oito anos como funcionário da revenda de veículos do tio. Depois, abriu sua própria revenda. Ele disse que nunca foi sócio de Pike.
“Nossa relação era por causa dos veículos, era uma relação conturbada. Nunca me envolvi com prefeitura, não gosto de política, perdi meu pai para a política aos 19 anos”, explicou. Adoniran é filho do saudoso Neuzildo Borba Fernandes.
Segundo Adoniran, a relação desandou de vez quando ele procurou o tio porque estava bastante endividado. Pike o teria aconselhado a investir na Unique, um negócio considerado pirâmide financeira que, pouco depois, desmoronou e fez de Adoniran uma de suas vítimas.
“ Era tipo uma pirâmide que pagava bem. Fiz um acordo com meu tio, sempre confiei nele. O que fizemos? Combinei com meu tio que ele faria um empréstimo no Sicoob, e que colocaríamos esse dinheiro lá (na Unique). Uma dívida de R$ 300 mil que virou em R$ 600 mil. Na segunda parcela, meu tio me chamou e disse que a mulher (representante da Unique) não iria mais pagar, e que eu teria de resolver isso de outra forma. Que tinha dado errado. Nunca vou perdoar o que ele fez comigo. Um negócio que não se faz nem para um inimigo. Nunca mais vou perdoar ele. Nunca me deu dinheiro, nunca me ajudou”, afirmou.
LIGAÇÕES
De fato, há um depoimento que liga Pike a pirâmide financeira. A colaboração premiada do ex-secretário de Administração, Diogo Seidel, trouxe uma informação sobre a explicação que Renato Pike dava a quem questionava a origem de sua aparente fortuna. Segundo Seidel, ele dizia que tinha conseguido muito dinheiro com pirâmides financeiras. “A enganação da pirâmide financeira está nas criptomoedas. A pirâmide financeira em determinado momento desmorona e quem estava em cima lucra e quem está embaixo se prejudica”, disse sobre o que é amplamente conhecido sobre essa modalidade de investimento. Neste caso, aparentemente, Pike estava perto do topo e Adoniran na base da pirâmide.
VISITA
O senador Jorge Seif (PL) estará em Canoinhas na manhã desta quarta-feira, 21.
Uma reunião está agendada junto aos empreendedores do município entre 10h e 12h no Centro Empresarial. Ele deve acompanhar a prefeita Juliana Maciel Hoppe (PL) em atos de campanha à tarde.
DIGITAL
A quatro meses de metade da Câmara de Vereadores deixar os cargos porque não concorrerá à reeleição, o presidente da Casa, Maurício Zimmermann (PL), decidiu implementar a assinatura digital. Wilmar Sudoski (PSD), há mais de uma década na Câmara, mas que decidiu não concorrer novamente, elogiou a iniciativa.
JULGAMENTOS
Quatro candidaturas já foram rejeitadas pela Justiça Eleitoral em Santa Catarina. Todas são de disputas por cadeira de vereador. Os candidatos ainda podem recorrer do indeferimento.
RAÇA
Santa Catarina tem 40 candidatos a prefeito que se autodeclaram pretos ou pardos. O número, que equivale a 4,79% das 835 candidaturas solicitadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é o maior das últimas três eleições.
ÚNICOS
Candidatos a prefeito de cinco cidades de Santa Catarina precisam de apenas um voto para serem eleitos nas eleições municipais de 2024. O caso acontece porque eles são os únicos candidatos à prefeitura dos municípios de Iraceminha, Meleiro, Ouro, Peritiba e Planalto Alegre.
DEU RUIM
O banco Santander pediu à Justiça o bloqueio de contas de Jair Renan Bolsonaro (PL), o filho zero-quatro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato a vereador em Balneário Camboriú. O pedido judicial ocorre após Jair Renan ter informado R$ 42 mil em conta corrente na declaração de patrimônio à Justiça Eleitoral, ao registrar candidatura.
O Santander cobra de Jair Renan uma dívida de R$ 360 mil em empréstimos, e vem pedindo o confisco de bens do zero-quatro desde abril, quando o Tribunal de Justiça do Distrito Federal aceitou uma denúncia do Ministério Público contra Jair Renan por suposta lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica.
