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Delator implica MDB nas denúncias envolvendo o Coletivo Santa Cruz; assista

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Diogo Seidel disse que esquema com empresa vem de anos

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Em sua colaboração premiada, o ex-secretário de Administração da prefeitura de Canoinhas, Diogo Seidel, afirmou que em 2016, quando coordenou a campanha de Beto Faria (MDB) à prefeitura de Canoinhas, havia uma empresa que tinha colaborado com a campanha. Em um dos trechos da colaboração a que o JMais teve acesso, ele não diz que empresa seria essa, mas deixa claro que revelou o nome da empresa em outro anexo. Neste outro anexo, ele fala abertamente da relação do Coletivo Santa Cruz com o Município em governos anteriores ao de Beto Passos.

Seidel conta que assim que venceu a eleição com Beto Passos em 2016, Pike o chamou na Brasil Veículos, sua revenda de carros, para oferecer uma contraproposta para que ele ficasse em Canoinhas, considerando que havia recebido várias propostas para deixar a cidade depois da derrota de Faria, de quem tinha coordenado a campanha em 2016. Passos derrotou Faria, que tentava a reeleição.

“Era um valor bem inferior ao que eu receberia das propostas que tive fora de Canoinhas. Era uma proposta pior, mas o que me fez ficar foi uma conversa em tom de ameaça na qual ele (Pike) disse “o senhor pegou dinheiro de fulano de tal”. Seidel diz que negou, mas Pike foi incisivo. “Pegou sim”. Seidel disse que pegou o dinheiro para a campanha de Beto Faria. “O senhor pegou dinheiro para o senhor”, teria insistido Pike. “Aí como isso efetivamente tinha acontecido, então tremi na base. Ele falou pra mim, inclusive, que tinha gravado esse empresário dentro da Brasil Veículos relatando que havia me entregue dinheiro. Esse foi o marco que fez eu permanecer em Canoinhas”, explicou. Mais tarde ele se tornaria uma espécie de operador financeiro de Pike conforme série de reportagens vem mostrando.

Seidel reafirma que o dinheiro foi usado para a campanha de Beto Faria. “Até porque nós éramos inimigos com o Beto Passos naquela época. Trabalhávamos arduamente contra a campanha dele. Nem nos olhávamos naquele momento.”

A eleição de 2016 foi a primeira com proibição de doação para campanhas eleitorais por parte de empresas. Como pessoa física, contudo, é possível fazer doações. A campanha de Beto Faria, em 2016, teve custos oficialmente declarados de R$ 234.543,61 e arrecadação com pessoas físicas no valor de R$ 195.563,61. Entre os doadores foram declarados nomes de parentes de Faria e do então secretário de Educação Hamilton Wendt.


SANTA CRUZ

Em outro anexo, Seidel explica que o esquema do Coletivo Santa Cruz desvendado na sétima fase da operação Et Pater Filium, vem de anos. Ele afirmou que a empresa ajudou na campanha de Faria em 2016 com R$ 50 mil, mas que tinha ouvido relatos de contribuições que remetiam a 2012. “Toda a campanha eleitoral eles sempre ajudaram, que entrava como caixa 2 ou era esquentado por nomes de secretários”, afirma. Seidel diz, ainda, que informou o nome de outras empresas que teriam contribuído com o MDB, mas não cita os nomes das empresas. “O direcionamento sempre existiu”, afirma.

ASSISTA TRECHO EM QUE SEIDEL FAZ A REVELAÇÃO

CONTRAPONTO

Ex-prefeito pelo MDB em Canoinhas entre 2013 e 2016, Beto Faria disse que “meu sentimento é de surpresa com o relatado. A campanha de 2016 não recebeu valores ilícitos, a prestação de contas foi devidamente aprovada pela justiça eleitoral. O Diogo Seidel foi o coordenador daquela campanha, e não é de meu conhecimento que tenha tido conduta inadequada naquele período”.

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