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segunda-feira, 16

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setembro

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2024

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Cultura revive na minha Canoinhas encantada

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Um sarau é uma apresentação de poemas em prosa e em verso, de músicas e de artes outras para encantar um público em pequenos ambientes

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Momentos felizes para mim são os momentos em que o meu eu voa pelo espaço e retorna em letras e palavras que espalho por minúsculos papéis que encontro por aí.

Momentos felizes para mim são os momentos em que transformo estas letras e estas palavras em relatos que eu chamo textos, que eu chamo crônicas, que eu chamo poemas, que, enfim, que de colunas eu chamo e seguem para um espaço mais palpável, o espaço onde escrevo e pelo éter se propaga e finda a levar-me ao Éden.

Momentos felizes para mim são os momentos que me transformam e alguém que assiste, ou vê a arte, como um todo, a espalhar-se pelos ares de nossa bela cidade.

Uma intensa euforia dominou-me por inteiro e aos píncaros etéreos elevou-me no último sábado.

Um coração pulsando saudade entrou no espaço que foi a marcante Livraria Zaguini. Livraria que marcou encontros culturais em tempos que nem me me lembro.

E lá encontro um novo paraíso, um Éden que poetas não imaginariam existir. Encontro uma nova Livraria. Encontro um Jardim Secreto, o espaço tão sonhado por poetas e escribas mais assim como eu.

Foi lá o recanto encantado que o nosso Confrade, poeta Acadêmico Dione Grei da Cruz escolheu para o lançamento de seu livro Eu, Ele, Nós, uma coletânea de versos em que ele derrama sua alma.

Cita Augusto dos Anjos, seu Patrono na Academia de Letras do Brasil – Canoinhas.

Inspiradora arte da capa idealizada pela artista Carolina da Silva Carvalho introduziu-nos na terceira obra literário do autor.

Fátima Santos

A fim de mostrar aos presentes o teor de sua obra leu a brilhante “Apresentação”  que escreveu para o livro, demonstrando, assim, não ser apenas um poeta mas um escritor de prosa também. Dele extraio o seu final:

“Por isso:

Se ao final da leitura não compreenderem nada,

não se preocupem, pois eu também sou a

INEXATIDÃO.

Se ficarem confusos, lembrem-se de que eu também sou a

CONFUSÃO.

Se ficarem cansados, lembrem-se de que eu também sou a

EXAUSTÃO.

Se ficarem arrepiados de terror, lembrem-se de que eu também sou a

ESCURIDÃO.

Se ficarem pensativos, lembrem-se de que eu também sou a

REFLEXÃO.

E, se ao final da leitura ficarem admirados com minha produção, lembrem-se de que eu também sou a

ILUSÃO.


Com toda a sua arte Maria de Lourdes Brehmer extasiou os presentes ao declamar, de autoria de Dione, a poesia

INIGUALÁVEL

A escuridão de cada dia

Sobre meu peito recaía,

Mas, juro-lhe, eu resistia!

Vinham ventos espinhosos

Pelos caminhos sinuosos

Entoando sons tenebrosos.

De joelhos me prostrava,

Minhas mãos eu arrumava

E por Teu nome eu clamava!

“Tu que és o fiel Cordeiro,

Que amaste o mundo inteiro,

Salva-me do inimigo sorrateiro!”

“Esse verme que na mente mora

E a consciência ele me devora.

Salva-me nesta sombria hora!”

Foi então que vi a Tua Luz!

O Mestre que a todos conduz!

Obrigado, Senhor Jesus!”



As emoções continuaram na gélida noite de julho com declamações de inspiradas poesias, músicas e memoráveis poemas.

O Museu Alvanir Vieira, mantido pela Fundação Cultural “Helmy Wendt Mayer” acolheu integrantes e amigos da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas em um esplêndido Sarau Literomusical.

Um sarau não se propõe ser um grandioso espetáculo com miríades de luzes e reverberação de sons. Um sarau é uma apresentação de poemas em prosa e em verso, de músicas e de artes outras para encantar um público em pequenos ambientes, como é o caso de nosso MAV.

Foram brilhantes todas as apresentações. Quem lá esteve extasiou-se com as vozes dos integrantes do “Coral Santa Cecília”, de Canoinhas, com o som extraído das cordas do violino de Matheus Theodorovitz Prust, com o som que emana da garganta e das cordas do violão de José Alfredo da Fonseca.

O senhor Valmir Kaminski, que sempre nos encantou com sua voz como coralista do “Coral Santa Cecília” surpreendeu a plateia ao declamar uma verdadeira Ode, de sua autoria, em homenagem ao nosso Planalto Norte de Santa Catarina. Aplaudidíssimo, em pé.

Reinaldo Bockor, o cabeleireiro, que com suas mãos tece esta que eu chamo de nona arte — a arte de tecer esculturas em cabelos femininos — demonstrou ser também um poeta de elite. Leu um poema seu em homenagem às letras e à cultura de Canoinhas:

Sarau de almas

Nesta noite de luz e encanto singular,

Neste sarau de almas iluminadas,

Reunimos talentos natos a brilhar,

Que abrilhantam nossas jornadas.

Aqui, onde o saber e o conhecimento,

A arte e o belo, florescem em harmonia,

Desejamos que se espalhem pelo tempo,

Como sementes de eterna sabedoria.

Canoinhas, terra de gente culta e brilhante,

Princesa gentil do Planalto, tão altiva,

Farol eterno de beleza e saber radiante,

Em ti, a arte pulsa, viva.

Que tuas luzes sejam guias na escuridão,

Teus filhos, guardiões da cultura imortal,

E que o saber se espalhe como o vento,

Num movimento eterno e natural.

Que a beleza encontre morada em teus campos,

E a arte, em cada canto, floresça sem cessar,

Pois nesta terra, a excelência se faz canto,

E o conhecimento, nosso altar.

Canoinhas, que teu nome ecoe sem fim,

Em versos e prosas, histórias e canções,

Que o brilho do teu saber não tenha fim,

E ilumine gerações.

Nas arcadas da nossa história,

De letras a casa, a grande morada,

Habita um saber que brilha em glória,

A Academia, nossa joia consagrada.

Homens e mulheres de talento inato,

Em prosa e verso, moldam o destino,

Guardam memórias, num pacto sagrado,

A literatura, seu nobre caminho.

Sábios mestres, de pluma a espada,

Na arte da palavra, campeões de saber,

Corações e mentes, por eles guiados,

Eterno legado, fazem florescer.

Com livros erguem monumentos,

Narrativas de ouro, em cada linha traçada,

Suas obras, faróis em momentos,

De escuridão, luz forte, iluminada.

Homenageamos hoje, com fervor e alma,

Aqueles que honram nosso idioma,

Nosso presente e futuro, eles acalmam,

Com palavras que nos enchem de aroma.

A Academia é templo do pensar,

Berço de gênios, de visão esclarecida,

Enaltecer seu brilho, é recordar,

Que nas letras, reside a vida.



A nossa eterna e consagrada atriz Maria de Lourdes Brehmer declamou, com ênfase, o poema em versos da Acadêmica Daiane Niezer:

“Sobre a poesia

O que rima com poesia?

Para mim é coreografia.

Seria isso possível?

Sim! Não há nada mais incrível

Que o bailar das palavras

Na mente humana.

Surgem rimas aqui e acolá

Em todo lado ela está.

Castelos são construídos

Com palavras bem encaixadas.

Chuvas de pétalas caem

Em uma tarde ensolarada.

O dia vira noite

A noite vira dia

Não há mais limites,

Há poesia.

Você já brincou com palavras?

Deixou-se conduzir pela fantasia?

Feche os olhos e veja

Pairando nos pensamentos

Combinações para todos os momentos.

O ritmo ora é lento

Ora é magistral

Não há nada igual!

Junte-se à brincadeira

Venha fazer poesia

Produza à sua maneira

Encontre-se na melodia.

Tudo vale a pena

Menos ficar parado

Quando há um poema

A ser explorado! ”     



A senhora Zeferina Castilho, do grupo da terceira idade, “Viver a Vida – do Espaço Cultural Inovarte” enlevou a todos ao declamar a poesia: Que belo dia.

O acadêmico Dione Grei da Cruz apresentou seu poema Negar-se, um dos muitos de seu novo livro.

O primeiro presidente da Academia de Letras do Brasil – Canoinhas, Pedro Penteado do Prado trouxe-nos Que sociedade é esta?, uma instigante crônica de sua lavra.

Apresentei uma longa trova O piá que a fuguêra levô, extraída de A Sina de Zara, um dos contos meus.

Foi Mestre de uma Informal Cerimônia a acadêmica Rosane Godoi que declamou, do Confrade Francisco de Assis Vitoski, a poesia O Vinho.

Um convite aos amantes das trovas, das poesias, dos contos e das melodias:

Aguardem nosso Segundo Sarau Literomusical para o segundo sábado de outubro.

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