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Crise de mão de obra no mercado de trabalho

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Entenda a realidade do desemprego no Brasil

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Assim como a inflação o indicador socioeconômico muito debatido e vigiado é o desemprego. É comum durante a linha do tempo da democracia brasileira o país flertar com índices considerados ruins. Mas o que é considerado uma pessoa desempregada?

Segundo o IBGE, o desemprego se refere as pessoas maiores de 14 anos que não estão trabalhando mas que estejam disponíveis e tentam encontrar um emprego. Ou seja, para ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. Ex: Uma dona de casa em tempo integral ou um estudante em tempo integral, são considerados fora da força de trabalho.

Tendo isso em mente podemos analisar a realidade do desemprego no Brasil segundo o IBGE:

Fonte: IBGE (2022)

A leitura é que 10,1 milhões de pessoas acima de 14 anos, aptas e disponíveis ao trabalho,  dispostas a procurar um emprego com carteira assinada ou abrir o seu negócio oficialmente; estão desocupadas ou no mercado informal.

Fonte: IBGE (2022)

Ainda pode-se ir um pouco além no recorte dos considerados desocupados e entender um cenário. Se 10,1 milhões de pessoas estão dispostas a assumirem uma vaga de emprego oficial (com carteira assinada), por que na prática há tantas empresas anunciando vagas em aberto?

Faça um teste e observe nas empresas que você conhece e veja se há alguma vaga em aberto sendo divulgada.

É possível chegar a um entendimento ou no mínimo a uma teoria, do porquê isso ocorre. Nesse momento nada mais errado do que as falácias: “isso é culpa das pessoas que não querem trabalhar”, ou de que “as empresas são muito exigentes e não dão chances”. Não há vagas suficiente para todos os considerados desempregados, isso é matemático, mas sempre há vagas em aberto.

O que na verdade existe é uma desconexão entre profissionais disponíveis e tipo de vagas em aberto. É possível afirmar que as empresas de hoje são obrigadas pelo mercado a serem mais competitivas do que 10 anos atrás. São mais ágeis, tecnológicas, robustas, com margens menores e riscos maiores, pois competem globalmente. Mas no Brasil não se percebe na mão-de-obra a mesma dinâmica. Pelo menos não no mesmo volume. Vamos aos pontos que levam a isso:

– Tempo disponibilizado ao trabalho. As pessoas não “querem” mais dedicar muitas horas ao trabalho como a 10 anos atrás. Não há demérito nisso, mas é uma realidade que atinge diretamente os índices e a indisponibilidade para aceitar certas vagas de emprego.

– Falta de propósito profissional. Se prega que profissional de sucesso é o que mais ganha, ao invés do melhor na sua área (fazer o seu melhor).

– Políticas sociais que não incentivam o desenvolvimento profissional. Para ser um incentivo, as transferências diretas de recursos do estado deveriam ter uma contrapartida social e de educação.

– Falta de gestão de pessoas nas empresas. Ao não valorizar o desempenho extraordinário, as empresas “matam” aos poucos os propósitos de possíveis grandes profissionais, contribuindo por essa onda de desânimo com o trabalho e profissões.

– CLT que impossibilita a liberdade econômica do profissional e eleva o custo da mão de obra.

– Falta de capacitação “real”. Todos têm acesso fácil e financeiramente acessível a diversos cursos profissionalizantes, técnicos e graduações. Mas realizar um curso não é necessariamente sinônimo de aprendizado. Isso por falha dos cursos mal preparados e/ou dos estudantes que “fazer por fazer”.

A combinação destes e de outros fatores fazem com que haja essa desconexão. O que as empresas precisam entender é que isso se tornou uma condição de mercado. É histórico e só vai mudar com o tempo, pois envolve um sentimento e vontade conjunta das pessoas. Logo, para conseguir atrair pessoas potenciais, a empresa precisa entender que houve uma reversão do mercado. A empresa que está contratando precisa “vender a sua imagem” aos profissionais, para assim despertar o desejo de se trabalhar naquele local, seja chão de fábrica ou líderes executivos. Depois, deverá aplicar boas práticas de gestão de pessoas para gerar o sentimento de pertencimento.

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